/abcdn.aventurebox.com/production/uf/5ce0a158306ce/adventure/65158ab17bfe9/65158ab17fab3-2.jpg)
Curso de Orientação e Navegação - Serra do Papagaio
Curso prático de orientação e navegação realizado com o Armazém Aventura, na Serra do Papagaio, entre os dias 07 e 10/09/2023.
Mountaineering TrekkingEvento: Orientação e Navegação com Armazém Aventura - Serra do Papagaio
Fotos: Renata Faustino
Data: 07 a 10/09/2023
Local: Parque Estadual da Serra do Papagaio - MG
Atividade: Curso de Orientação e Navegação Prático, de quatro dias.
Participantes: 1 Instrutor + 5 Participantes.
Transporte: Veículo Próprio (Carro do Negreiros)
Início: Próximo à Usina dos Bragas - Itamonte:
https://maps.app.goo.gl/nDJBeW9EKKz6Wv9G9
Fim: Morro Grande - Itamonte:
https://maps.app.goo.gl/u92AKerFr8fvaHWa8
Dia 1 - 07/09/2023
Antes de fazer a logística dos carros, tivemos uma aula introdutória sobre mapas topográficos, onde encontrá-los, seus elementos, nortear um mapa e o uso básico da bússola. Com todos bem atentos, já era possível ver a animação em aprender a usar aquelas ferramentas de forma prática, 100% em campo, conforme proposta do curso. Com mapas muito bem impressos e guardados de forma segura em sacos zip locks levados pelo Adhemar, todo o aprendizado era muito fácil de absorver. Visualizamos a crista que subiríamos. Dali pra frente, somente os dias revelariam o que ia acontecer.
Entendendo uma Carta Topográfica.
Com tudo pronto, iniciamos a caminhada pela estrada de terra, saindo da casa do Palmas por volta das 10:45. Logo quando chegamos à esquina entre a estrada que sai da casa e a que desce da Usina dos Bragas, nos despedimos do Palmas que seguiria para trabalhar em uma obra na região. Dali tomamos o rumo norte, passamos pela ponte de madeira e iniciamos oficialmente o curso às 11:15. Subindo tranquilamente pela estrada de terra já desativada, fizemos uma parada mais longa depois de 12:00 para almoçar e começar a bater um papo sobre os próximos dias.
Partiu Orientação e Navegação.
Retomamos a caminhada e, logo após um esforço inicial com bastante peso, vencemos a subida e ganhamos a crista da Serra Preta. Lá em cima, fizemos uma parada longa para descansar e ter algumas aulas sobre alguns outros elementos básicos da paisagem representados no mapa, como cumes, cristas, vales e rios. Debatemos muito sobre onde estávamos e por onde poderíamos ir. Retornamos à caminhada pela crista, seguindo na direção nordeste até que, por volta das 16:00 encontramos uma ótima área de acampamento já mapeada. Descemos a vertente norte e achamos água para beber… Ficamos por ali mesmo!!
Pelas cristas da Serra Preta.
Já com as barracas montadas, nos encontramos embaixo da tarp para cozinhar aquele macarrão com molho de tomate, conversar sobre equipamentos e os aprendizados do dia. O cansaço da viagem, o vento forte da crista e a sensação térmica baixa anos impediram de permanecer acordados até tarde. Logo próximo das 19:15 estávamos todos nos despedindo e indo para as barracas. Esse foi um grande dia introdutório de orientação e navegação, mas não só disso, também de algumas coisas novas sobre práticas ao ar livre para alguns participantes, como cozinha coletiva e área de convivência em comum. Era só o início de uma boa aventura.
Jantando sobre a Tarp Oca 2.0 da Kampa.
Dia 2 - 08/09/2023
Acordamos com calma no segundo dia, tomamos café da manhã e batemos papo na área comum do acampamento sobre curvas de nível, embaixo da tarp. Próximo das 10:00, com tudo pronto para sairmos, tivemos uma ótima aula cheia de debates sobre os Princípios de Mínimo Impacto. Próximo das 10:30 seguimos a caminhada. Inicialmente mantivemos o rumo nordeste, seguindo a divisa de municípios demarcada no mapa. Em certo momento, percebemos uma boa trilha saindo à esquerda, não seguindo a crista principal. Entramos à esquerda tentando manter as curvas de nível, passamos por dentro de uma mata mais fechada, quando resolvemos parar, comer algo e ter aula sobre UTM.
Sobre a mata.
Algum tempo depois, retornamos a caminhada e nos deparamos com uma área descampada no topo. Tentamos encontrar a trilha seguindo direto, mas não conseguimos, voltamos e percebemos que a trilha derivada à direita do descampado. Agora no rumo correto, voltamos à crista principal, que coincide com a divisa de municípios e uma aparente estrada antiga. Adiante na estrada, encontramos o cruzamento de um rio (com pneus pendurados demonstrando o uso humano) perfeito para almoçar. Ali ficamos alguns minutos relaxando sobre a sombra de um dia quente.
Planejando os próximos passos.
Voltamos um pouco e encontramos a antiga estrada. Percorremos mais alguns quilômetros margeando os morros quando, próximo das 16:00, encontramos uma boa área para acampamento, com possíveis dois pontos de água próximos. Em um rápido debate, resolvemos não seguir mais adiante, já que o próximo bom ponto de água seria somente na base do Santo Agostinho, destino acordado por todos para o terceiro dia.
Mapa e Bússola.
Nos dividimos e tentamos encontrar água nos canais de drenagem, mas não encontramos. O topo das nascentes parecia seco. Ao voltarmos a nos encontrar na área de acampamento, resolvemos tentar atingir o canal de drenagem que descia à leste em um ponto mais baixo. Saíram Negreiros e Antônio, desceram o rampão em um ponto mais tomado pelos campos de altitude e, alguns minutos depois, encontraram a água, voltando abastecidos e arrancando sorrisos de todos. Enfim, todos montaram acampamento e cozinharam umas pizzas iradas e assamos um delicioso bolo de chocolate! Tivemos um grande dia de navegação envolto em processos de tomadas de decisão.
Aquele bolo de chocolate especial.
Dia 3 - 09/09/2023
Neste dia firmamos o pacto de acordar mais cedo, buscar água, tomar um café da manhã mais eficiente e sair cedo. Conseguimos, próximo das 8:30 já estávamos com as mochilas nas costas subindo o morro que se erguia à nossa frente. Analisando o mapa, aqui tivemos que decidir continuar um pouco mais pela estrada à esquerda ou subir direto pela divisa de estado, escolhemos a segunda opção e fomos, lentamente, ganhando elevação. Prosseguindo em ritmo bom e até parando para tirar fotos da bela paisagem da Serra do Papagaio com céu azul e o horizonte de montanhas da região, logo estávamos no colo de onde se avistava o cume do Pico Santo Agostinho (ou Garrafão). Descemos e tomamos um bom banho no rio que corre ali embaixo. Sobre a Tarp montada, tivemos a importante aula sobre declinação magnética que norteou o mapa de todos rumo ao cume. Mais 20 minutos depois, chegamos lá.
Aulas sobre a sobre a Tarp Oca 2.0 da Kampa.
Lá em cima, tiramos muitas fotos, comemoramos e tomamos mais uma importante decisão. Em processo democrático, escolhemos por não acampar no cume, já que ele poderia estar cheio, então resolvemos por descer por outro caminho que seguia a crista ao sul da que fizemos da subida. Seguimos paralelos à antena presente no cume no cume no sentido oeste, quando em determinado momento viramos para o norte. Ali, tentamos seguir uma trilha que voltava à oeste, mas Antônio nos sinalizou que achava que não era uma boa opção.
Cume do Santo Agostinho.
Voltamos ao norte, encontramos a crista que subimos por alguns metros quando, mais à frente, ao invés de descer o morro que subimos, mantivemos o oeste, na esperança de atingir uma grande área de erosão avistada do almoço do dia anterior. Fomos fazendo uma descida gradual quando, ainda no meio da tarde, atingimos o local desejado. Descemos esse lance íngreme com maior cuidado, atravessamos as toras de madeira improvisadas como ponte e, enfim, encontramos a área com pneus do dia anterior. Ali montamos nosso acampamento e aproveitamos nossa última noite na Serra do Papagaio comendo arroz, soja e batata palha… COMEMOS MUITO.
Dia 4 - 10/09/2023
Acordamos cedo, desmontamos acampamento, fizemos uma grande revisão sobre todo o conteúdo aprendido e, próximo das 9, encontramos uma antiga estrada detalhada no mapa que cruzava exatamente o ponto de erosão do dia anterior. Fomos percorrendo ela no sentido sul, suavemente aproveitando a descida. De tanto em tanto tempo o Antônio lançava umas perguntas de revisão, que serviam para consolidar todo o conteúdo. A última delas, sobre onde nós estávamos, marcou bem, pois estávamos bem no começo de um zig zag demarcado no mapa. Logo às 10:15 descendo pela mata mais fechada, encontramos o carro parado exatamente onde devia.
Comemoramos a conclusão do curso e o nosso talento usando mapa e bússola nos últimos dias. Mais felizes ainda ficamos depois de alguns quilômetros de estrada, quando chegamos na queijaria e nos inundamos de prosa, cafézinho e queijo. Somados, compramos mais de 20 peças de queijo… uma delícia. Logo perto das 12:00 retornamos à casa do Palmas, fizemos um bate-papo final, tomamos banho, Débora ganhou uma super garrafa sorteada da Sister Outdoors e seguimos para Itamonte. Lá, almoçamos uma boa comida mineira e seguimos de volta ao Rio de Janeiro.
Promover uma boa formação aos seus membros sempre foi um dos grandes objetivos do Clube Outdoor. Aos poucos e dentro de nossas possibilidades, estamos conseguindo isso. Ainda fazemos isso em pequena escala, mas com a certeza da qualidade envolvida. Ao fim do curso, a felicidade e as boas opiniões de todos os participantes eram altas, sinal de dever cumprido. E assim continuamos nossa jornada por entre a prática desses esportes que tanto amamos. Se fizermos a diferença na jornada de aventuras de alguns poucos, já valeu a pena… e temos certeza de que fizemos!!
Queijo traz felicidade.
