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Clube Outdoor 14/08/2019 10:21 com 2 participantes
    Jean Sampaio no Pico da Pedra Branca - #Riodoalto

    Jean Sampaio no Pico da Pedra Branca - #Riodoalto

    Levamos o paratleta Jean Sampaio, com o auxílio da cadeira adaptada Julietti no ponto mais alto do Rio de Janeiro. (Relato: Bruno Negreiros)

    Hiking Montanhismo Inclusiva

    Data: 27/07/2019
    Local: Pico da Pedra Branca, Parque Estadual da Pedra Branca, Rio de Janeiro/RJ.
    Atividade: Caminhada de 1 dia (18 km)
    Participantes: 12 pessoas + Jean Sampaio + Filho e esposa
    Transporte: Transporte Próprio/carona solidária
    Início e Ponto Final: Parque Estadual da Pedra Branca, Núcleo Pau da Fome.


    RELATO

    Rio, 27/07/2019

    Antes do início do relato, vale lembrar que esse foi um evento organizado pela Jéssica Marinho, do Sua Aventura, que nos convidou para convocar os voluntários. Aceitamos o desafio. Acreditamos que a iniciativa está totalmente alinhado com os nossos objetivos de proporcionar acessibilidade às práticas de atividades outdoor. Também expressa muito bem a nossa admiração ao projeto Montanha Para Todos, que promove a acessibilidade através de sua história e da cadeira Julietti. Saiba mais em http://montanhaparatodos.com.br/.

    Para facilitar a logística do evento, marcamos um pré ponto de encontro às 6:15, no posto shell, próximo ao BRT da Taquara, para que todos se juntassem e organizassem caronas solidárias. Acredito que todos já estavam lá por volta de 6:30, nos dividimos em 3 carros e seguimos para a entrada do Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB). Chegamos por volta das 7:00, quando estacionamos os carros e começamos a nos apresentar.

    Às 7:15, começamos os procedimentos de preparo. Tiramos e montamos a cadeira adaptada, alinhamos as melhores estratégias, fizemos um sorteio mega engraçado de dois óculos da Chili Beans Guadalupe, que fez esse patrocínio para a atividade e gravamos um vídeo dedicado ao apoio do energético No Fear.

    Com tudo pronto e a percepção de que ninguém chegaria para assumir a portaria do Parque, resolvemos entrar, já nos acostumando com a logística da cadeira. De cara, tentamos revezar dois a dois, mas percebemos que seria muito cansativo, então trocamos para quatro, cada um segurando em um dos ferros de apoio. Após alguns metros vencidos na estrada de paralelepipedos, adentramos pra valer a trilha para iniciar a subida

    Espaços muito estreitos, muitos obstáculos naturais a serem vencidos, como raízes e rochas. Hora estavam dois carregando, hora estavam três ou quatro. Já não havia uma tática bem determinada, a força de vontade e o coração é que comandavam as nossas investidas, subida após subida. Pudemos perceber que a cadeira não é de fácil manejo. Por possuir somente uma roda, exije-se muita força em todos eixos, exercida pelos voluntários para manter ela em pé. Os suportes não são acolchoados, o freio não funcionava, faltavam alguns parafusos (mal uso de pessoas anteriores). Sinceramente, o desafio estava mais difícil do que imaginávamos. A subida foi bem extenuante, mas continuamos.

    Os voluntários que se candidataram, sem conhecer uns aos outros, os projetos do Clube Outdoor/Sua Aventura, ou nem mesmo o Jean, abandonaram o seu dia de descanso porque acreditavam que estar ali, fazendo o bem e proporcionando uma emoção daquelas para uma pessoa como o Jean, era suficiente para encher as suas almas de satisfação. Todos foram incríveis. Os homens na força bruta e na elaboração de estratégias, e as meninas Josye e Cátia dando um apoio incrível. A primeira deu todo um suporte socioemocional à família do Jean, e a segunda carregou muita mochila de marmanjo montanha acima.

    Troca de mão, muda o voluntário, coloca o Golias na frente (que mlk forte), pede pra equilibrar o peso. Assim fomos nós, vencendo metro a metro, passagem de água após passagem de água. Daqui a pouco, os metros viraram quilômetros e já tínhamos chegado na Casa Amarela. Ufa, estávamos exaustos e ainda faltava muito. Fizemos uma parada maior, comemos bem, brincamos, rimos, montamos tudo novamente e partimos rumo à segunda parte da subida.

    O perrengue continuou exatamente como descrito acima, com destaque para as passagens estreitas, onde só dois conseguiam carregar a cadeira por vez, fazendo um grande esforço para puxar, empurrar e manter o equilíbrio. Aquele era um sistema pesado. Não sei de onde tiramos tanta força, mas conseguimos manter um bom ritmo e, após 6 horas de caminhada (normalmente feita em 3 horas), chegamos ao Pico da Pedra Branca às 14:00. Jean estava emocionado. Ele tinha conseguido chegar no Pico mais alto da cidade do Rio de Janeiro. Unidos somos mais fortes.

    Rolaram muitas fotos, muitos lanches, muita comemoração, muitos vídeos de agradecimento por parte do Jean. Ele estava muito feliz.

    Por volta das 14:40 já começamos a arrumar as coisas para descer. Agora o desafio era descer segurando aquele cadeira sem freio. E assim foi. A difícil subida fez com que nossa habilidade e sincronia melhorasse. Descer também era mais fácil do que subir. Estávamos ganhando terreno mais rápido, equilibrando melhor a cadeira e assumindo revezamentos mais curtos pra ninguém se cansar. Descemos bem até a casa amarela. Fizemos mais uma parada e a Josye seguiu na frente com a família do Jean, que estava muito cansada. Comemos mais um pouco e, como já era 17:00, preparamos as lanternas para a descida, já que, provavelmente, teríamos que encarar um pedaço da noite.

    O terreno foi ficando mais difícil, com grandes degraus de terra e raíz. Como era descida e o freio não funcionava, começamos a sentir que o impacto sobre a cadeira aumentava cada vez mais. E assim continuamos até que às 18:45, aproximadamente há 1 km do fim, em uma descida dessas, o suporte metálico da cadeira dobrou. Sim, não tínhamos mais como usar aquela ferramenta. A dúvida e o desespero pairou no ar. Agora a descida tinha que ser no ombro. Todos tiraram as últimas energias do fundo da alma e começaram a revezar o carregamento do Jean. Às vezes dois, às vezes três. O Negreiros ainda foi correndo na frente pedir ajuda ou tentar conseguir uma maca, mas não obteve sucesso, não havia ninguém no parque que pudesse ajudar. Ao menos ele encontrou a esposa do Jean e conseguiu pegar as muletas. Quando retornou, entregou as muletas e voltou para o revezamento.

    Um passo de cada vez, no breu da noite e um apoiando o outro, tanto física quanto emocionalmente, chegamos lá. Finalizamos a trilha e voltamos para a estrada de paralelepipedo da entrada do Parque. Negreiros entregou as muletas para o Jean terminar o trajeto “andando”, como uma prova de força e superação. Todos se abraçaram, comemoram muito, pareciam incrédulos que tinham conseguido. Terminamos aproximadamente às 19:30, com mais algumas fotos e abraços, desmontamos tudo e seguimos viagem. Obrigado, Jean, por nos proporcionar tamanho desafio e emoção

    Clube Outdoor
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    Publicado em 14/08/2019 10:21

    Realizada em 27/07/2019

    2 Participantes

    Bruno Negreiros Bruno Martins

    Visualizações

    3002

    4 Comentários
    Renan Cavichi 14/08/2019 12:31

    Demais galera! Comemorei esse cume com vocês pelo vídeo 🤘🏼 Parabéns a todos pela iniciativa!

    Bruno Negreiros 14/08/2019 15:31

    Valeu, Renan! O vídeo do Bruno ficou incrível mesmo. Me fez lembrar de todos os momentos!

    Clube Outdoor 20/03/2020 19:40

    Valeu Renan. TM JUNTOS!

    Zoé 25/09/2020 14:27

    Muitooosss rox pra esta galera!! 🤘🏻🤘🏻🤘🏻🤘🏻🤘🏻

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