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Travessia Marins x Itaguaré (CO + CEB)
Travessia (trekking) Marins x Itaguaré, na Serra da Mantiqueira em um evento conjunto do Clube Outdoor e o Centro Excursionista Brasileiro.
Montanhismo TrekkingEvento: Travessia Marins x Itaguaré (Clube Outdoor + Centro Excursionista Brasileiro)
Data: 04 a 05/05/2024
Local: Marmelópolis/MG e Piquete/SP - Passa Quatro/MG
Atividade: Travessia (trekking) de 1 dia
Participantes: 12 pessoas
Transporte: Van (Suprema Rio).
RELATO
Dia 1 - 04/05/2024
Saímos do Rio de Janeiro com 10 pessoas e chegamos em marmelópolis por volta das 2h00, onde encontramos os últimos dois participantes que vieram de carro de São Paulo. Lá, tomamos um café da manhã reforçado e embarcamos no transfer por volta das 3h00. O transporte ocorreu bem e, aproximadamente às 4h00, estávamos já subindo a trilha do Pico dos Marins.
Início da caminhada.
Ainda de noite, com lanternas ligadas, caminhamos pela velha estrada inicial até o Morro do Careca. De lá, entramos pra valer na trilha e fomos progredindo entre subidas um pouco mais íngremes, trepa-pedras e desvios para a esquerda para margear os morros à frente. O grupo demonstrou uma certa diferença de ritmo inicial, mas que foi sendo compensada após alguns participantes reforçarem a alimentação ou entrarem no ritmo da caminhada. Enquanto íamos subindo, o sol nasceu esquentando todo mundo de vez. Já próximo das 7h30 da manhã, chegamos na Base da subida do Pico dos Marins.
Paramos, reforçamos o café da manhã, guardamos as mochilas em um local onde a vegetação as escondia com certa eficiência e subimos leves e animados o primeiro cume do dia. Apesar da leve confusão para achar o melhor caminho no início, logo encontramos o trajeto de totens bem definidos, marcados por subidas íngremes e, por horas, meio lisas. Aos poucos fomos progredindo animados, enquanto o sol se mostrava mais quente e o vento mais forte. Muitas foram as paradas para contemplar e tirar fotos da paisagem que surgia à esquerda de nosso caminho. Dali vimos não só todo o trajeto que percorreríamos como também a bela continuação das cristas da Serra Mantiqueira fortemente marcada pela Serra Fina ao fundo de um imenso céu azul.
A bela paisagem da Serra da Mantiqueira
Acompanhados por esse belo quadro, chegamos ao cume do Pico dos Marins por volta das 9h00. Animados com o belo dia e com o ótimo desempenho do grupo, todos comemoraram e assinaram o livro de cume. Para alguns, aquela foi a primeira vez ali em cima. Para outros, já mais experientes, permeava o bonito sentimento de que aquela paisagem sempre impressionava a todos que a presenciam.
Depois de algumas belas fotos e comemorações, iniciamos a descida de volta até o local onde deixamos as mochilas, chegando na Base por volta das 10:00. Reforçamos mais uma vez a energia com alguns lanchinhos e, sem perder muito tempo, iniciamos a difícil subida à frente. Vencemos as cristas pouco a pouco, com boas paradas para descansar e agrupar. De forma muito eficiente, passamos pelos lances mais altos finais e, aproximadamente às 11h30 chegamos ao cume do Marinzinho. Após um pouco mais de celebrações e assinaturas, seguimos em frente bem felizes…
Renata, Danielle e Larissa no Marinzinho.
Logo veio um lance (descida) mais íngreme, onde esperamos a passagem de um grupo grande à nossa frente. Com tudo certo, instalamos uma corda fixa e passamos com certa rapidez e facilidade. Descemos e subimos o vale seguinte, atingindo novamente a crista e... já avistamos a Pedra Redonda.
Não tão redonda de perto, fizemos mais uma assinatura de livro de cume (aqui não é bem um cume, mas tá valendo) e tivemos a certeza de que o acampamento estava próximo. Conversando com os grupos da frente, tivemos a ótima notícia de que nenhum deles planejam acampar na área a seguir da Pedra Redonda… todos (incluindo alguns grupos grandes) seguiram mais a frente.
Felizes com a notícia, enfrentamos os metros finais do dia, chegando ao acampamento planejado próximo das 14h00. Um pouco depois de arrumar tudo, ainda fomos ao ponto de água à frente para recarregar o estoque geral do grupo. Tivemos um dia incrível e muito eficiente de caminhada. Ambos os grupos que se uniram (Clube Outdoor e CEB) entenderam o desafio e a estratégia tomada, deram os seus melhores apesar da noite não dormida e andaram com muita eficiência. Estávamos felizes por chegar cedo, comer cedo e, principalmente, descansar cedo… ainda tínhamos todo o segundo dia pela frente.
Dia 2 - 05/05/2024
Acordamos bem cedo, tomamos um café da manhã entre muitas conversas e brincadeiras. Percebemos que a energia continuava lá no alto. Aos poucos fomos desarmando as barracas e aprontando as mochilas. Por volta das 7h30 estávamos prontos para sair.
Mantivemos o rumo das cristas à frente, recarregamos a água novamente, subimos, descemos e ultrapassamos obstáculos naturais rochosos ou que poderiam confundir a navegação. Muitos foram os outros acampamentos que passamos. O grupo permanecia muito entrosado e todas essas dificuldades foram facilmente superadas com muito cuidado e parceria. Em certos momentos, quando a subida era muito forte, uma parada para descansar acompanhada de um lanchinho rápido nos fortalecia novamente.
O visual era deslumbrante e o Pico do Itaguaré se mostrava cada vez mais imponente à nossa frente. Os papos de “olha lá, aquela é a pedra entalada” esquentavam as expectativas de todos. Alguns trechos exigiam o forte trabalho em grupo com aquela mão amiga para subir, para passar os bastões ou, até mesmo, para passar as mochilas se o caminho era estreito e apertado. Como um só grupo, logo fizemos a subida final até a base antes do ataque ao cume do itaguaré, chegando aproximadamente às 11h00.
A caminho do Pico do Itaguaré.
Comemos algo, nos hidratamos bem e encaramos a última subida do dia. Em zig zag, pulando pedras e fazendo algumas aderências, chegamos ao trecho onde um vão se abre entre as rochas talhadas por movimentos tectônicos e processos erosivos. Ali, um bloco rochoso está delicadamente encaixado, servindo de passagem para o outro lado e, claro, trazendo muita emoção para a caminhada. Instalamos a corda e vimos cada um passar com cuidado. Pela primeira vez, tivemos um evento com 100% dos participantes do outro lado. Um claro sinal de evolução técnica do Clube Outdoor, como também dos ótimos resultados que são gerados por parcerias com instituições/escolas de montanhismo como o CEB.
Do outro lado, só faltava a ascensão final e o pulo do gato, um salto rumo ao bloco maior de rocha que marca o ponto mais alto do cume do Itaguaré. Com ajuda da corda, todos chegaram ao cume às 13h00 e avistaram a bela caminhada que fizeram. A felicidade era total e o quarto livro foi assinado por todos. Comemoramos muito e, claro, brincamos demais entre todos… Clube Outdoor e CEB com 100% de aproveitamento em todos os cumes/pontos notáveis da travessia. Isso é motivo de muita felicidade.
Cume do Itaguaré.
Após os mosquitos nos expulsarem, fizemos uma cuidadosa descida do cume, a passagem da pedra entalada e retornamos à base onde deixamos as nossas mochilas. Dali encaramos a descida final, inicialmente meio íngreme e escorregadia e depois talhada em degraus no meio da mata fechada. Por volta das 15:30 chegamos no final da Travessia Marins x Itaguaré, muito bem recebidos pelo Beto, nosso irado motorista que tinha levado uma quentinha para cada participante.
Entre comemorações e garfadas no rango da tarde… o sentimento era de total orgulho e satisfação. Essa era a segunda caminhada realizada em conjunto entre as instituições e, novamente, o sucesso foi total. Nada como mais uma travessia clássica do Brasil para esse currículo que trabalharemos para desenvolver no futuro. Entre muitos papos e felicitações, deixo aqui a felicidade em trabalhar (Bruno Negreiros) junto aos guias Rafael Damiati e Fernando Fernandez… foi um evento incrível.
Um obrigado a todos os participantes que fizeram dessa, a Marins x Itaguaré mais redonda e eficiente que já guiei. Foi Irado!
A travessia vista do cume do itaguaré.
