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Danielle Hepner 12/01/2021 15:44 com 1 participante
    Pedra do Quilombo - Parque Estadual da Pedra Branca

    Pedra do Quilombo - Parque Estadual da Pedra Branca

    Trilha de um dia realizada no Parque Estadual da Pedra Branca - PEPB - Rio de Janeiro, RJ

    Hiking

    Conheci o Bruno "esse ano" (já estamos em 2021, mas a cabeça ainda tá em 2020! foi 2020 rs) mais ou menos em meio ao caos da pandemia. Já tinha esbarrado nele em outra ocasião dois anos antes numa palestra, mas o máximo de diálogo foi um simples "boa noite". Fato é que, desde o dia que realmente nos conhecemos estamos juntos, e isso foi há seis meses atrás.

    Dentro de muitos planos, algo em comum fez com que sempre tivéssemos muitas histórias pra contar um pro outro, e essa interseção foi a paixão pela natureza, montanhas... Daí, nada melhor que uma trilha pra comemorarmos o meio ano que estamos juntos.

    A escolha da trilha foi surpresa. Até começar a andar eu não fazia a menor ideia do local que ele estava me levando. Sabia apenas que se tratava do Parque Estadual da Pedra Branca, que fica pras bandas da Taquara, no município do Rio de Janeiro. Não participei da logística, apenas fiquei dando umas bisbilhotadas no Waze pra ver trânsito, mas só.

    A gente acordou às 6h. Mas apertamos a soneca tantas vezes que só 7h40 fomos agir a vida. Fechamos a cozinha com um portãozinho pro meu cachorro não tocar o terror no resto da casa, fizemos uma gambiarra pra fechar a porta da sala que estava sem chave... Aí pegamos o carro e partimos Av. Brasil (sentido Campo Grande) afora até a Transolímpica (sentido Barra). Entramos pra Saída 3 - Taquara/Boiuna pouco depois do pedágio, seguimos para a Estrada Curumau, e depois para a Estrada do Pau da Fome, onde passamos por uma estação de Furnas e, no final dela, chegamos ao PEPB. Era por volta de 9h20 quando começamos a andar.

    Entrada do PEPB

    Ao chegar no parque eu ainda não sabia exatamente o que faríamos... Até então eu nunca tinha estado ali, e na minha ignorância só associava o lugar à trilha do Açude do Camorim. Começamos a andar ao lado da guarita, tomando o caminho da esquerda assim que passamos pelo portão principal do parque. Ali o caminho é quase que integralmente em mata fechada, porém com trilha bem marcada.

    Já nos primeiros metros há um pequeno córrego pra atravessar. Não há grandes variações de altimetria durante a primeira meia hora de caminhada: tem subidas leves e bastantes trechos planos, só. A gente começou num ritmo bem bom, conversando, andando e tirando fotos do caminho.

    Depois dessa meia hora passamos por uma propriedade e tomamos um pega de um cachorro brabo. Eu amo cachorro, mas confesso que saí correndo com medo de levar uma mordida. Acho que perdemos uns 10 minutos na logística do manejo do totó. Acabou que fomos vencidos pelo cansaço (e pelo medo) e decidimos não seguir pela trilha. Tendo um olhar mais atento, percebemos que à direita, meio que varando mato, havia um "caminho" até uma cerca de arame farpado, onde especificamente no ponto que levava este caminho o arame estava rompido. Imaginamos que outras pessoas não quiseram se indispor com o doguinho também. Pegamos o tal atalho e caímos de novo na trilha.

    Essa estava sendo minha primeira atividade desde o início de novembro, quando fizemos o Circuito Couto x Prateleiras. Passei um fim de ano super desgastante emocional e fisicamente, então depois do trecho do cachorro eu comecei a sentir no meu corpo os efeitos do sedentarismo. Além disso, o calor estava de matar. O ritmo bom que eu imprimi na primeira meia hora sumiu, e passei a andar mais lenta e com mais pausas.

    Apesar de ser aparentemente fácil, a trilha é bastante cansativa, ainda mais com o verão carioca. Seguimos subindo, andando ora no plano, ora subindo mais... Até que na bifurcação que divide o caminho entre a subida da Pedra do Quilombo e a continuidade da trilha Transcarioca, o caminho vira uma bela pirambeira com subidas mais íngremes e exigentes, ainda que sem dificuldades técnicas.

    Trecho com cabo de aço pouco antes do cume

    Pouco antes do cume há dois trechos curtos e mais técnicos. Um possui cabo de aço em boas condições e alguns degraus de ferro tortos, que apenas auxiliam a passagem, mas sem ser exposto nem nada do tipo. O outro é uma escalaminhada bem rapidinha. Resolvemos sentar um pouco antes dessas partes, e papear. Eu estava exausta, confesso. Falamos de coisas da vida, futuro... E ficamos um bom tempo falando sobre técnicas de estudo pra concursos públicos, vai entender né. Dois rapazes passaram por nós e aí, depois desse tempinho parados, seguimos em frente e chegamos ao cume.

    Lá do alto, fizemos o nosso pequeno e humilde piquenique com sanduíche, bananadas e uns goles de água. Uns beijinhos, abraços... "Feliz 6 meses" ditos com os olhinhos brilhando meio tímidos... Mas felizes, dentro da leveza do companheirismo e da essência de sermos exatamente como somos.

    Partimos pra fotos numa pedra que o Bruno dizia ser infinita. Fiz minha pose clássica: perninha de chinês com nózinho no cabelo e um sorrisinho besta. Depois trocamos de lugar. Ficamos ali curtindo a pedra infinita ao passo que pensávamos em um infinito de possibilidades e viagens e pernadas.

    Foto clássica na Pedra do Quilombo, ao fundo, à esquerda, o Pico da Pedra Branca

    Depois, com um pouco de medo do terror que o meu cachorro ia tocar estando sozinho em casa, vimos que seria melhor começar a descer. Refizemos o caminho da subida no sentido contrário. Fui bem mais rápida descendo, principalmente no trecho do cachorro. Acreditem se quiser, levamos outro pega. O cachorro saiu da casa enlouquecido, latindo e mostrando os dentes... Me senti uma corredora de montanha profissional, e talvez o Bruno nunca tenha me visto andar tão rápido! No mais, apenas desviamos o caminho para passar rapidamente num poço de uma cachoeirinha tímida. Levamos cerca de 1h a menos pra descer; nossa subida durou 2h30.

    Quando terminamos, passamos novamente pela portaria e fomos direto pra uma vendinha comprar a coquinha gelada clássica do fim dos rolês. Aí sim nossa comemoração ficou completa!

    Por sinal, outra parte que falei repetidas vezes que me deixava muito feliz era que em toda a trilha eu não achei quase que lixo nenhum, catei apenas uma latinha de cerveja e dois papéizinhos.

    Oi!

    E se eu curti? Nunca tinha ido no PEPB, e já comecei numa trilha maravilhosa, com um visual incrível que é o da Pedra do Quilombo. Acho que não teria como ser mais legal!

    Ahhh, e sobre o medo do Baunilhinha ter destruído a casa, ao abrirmos a porta tivemos a clara sensação de entrar num cenário pós apocalíptico: pano de prato comido, minhas havaianas comidas, minha agenda comida, minha bolsa no chão, farelos de pão pra todo lado... (Confundimos o farelo de pão com a espuma das almofadas e do sofá e tivemos um mini infarto momentâneo.) Baunilha comeu pão, rasgou o tapetinho higiênico... Comeu dois resfenol meus (que o veterinário disse que não precisaria de lavagem, ele ia apenas ficar um pouco sonolento e pediu pra eu ir observando). Segui pra faxina.

    Ou seja, tudo "normal" no Rio 40° cidade maravilha, purgatório da beleza e (com certeza) do caos.

    Danielle Hepner
    Danielle Hepner

    Publicado em 12/01/2021 15:44

    Realizada em 10/01/2021

    1 Participante

    Bruno Negreiros

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    5 Comentários
    Bruno Negreiros 12/01/2021 15:52

    Hahahahaha que relato sincero e maravilhoso! Feliz 6 meses!

    Luiz P. Lima 12/01/2021 16:05

    Top de mais, parabéns 👏👏 Quero chegar a esse nível um dia 😃

    Fabio Fliess 12/01/2021 17:21

    Parabéns Dani e Bruno. Que esse semestre se transforme em muitos anos, recheado de trilhas.

    David Sousa 13/01/2021 05:20

    Lugar deslumbrante !

    Marias Aventureiras 17/01/2021 17:18

    Amei o seu relato. São sempre muito divertidos! Rsrs Fiquei curiosa com o doguíneo furioso. Haha Um dia, me leva lá? Bjs

    Danielle Hepner

    Danielle Hepner

    Rio de Janeiro - RJ

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    nerd! professora de matemática apaixonada por montanhas, viagens, doguinhos e ukulele.

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