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Diogo dos Santos Ribeiro 20/06/2017 12:22
    Travessia Serra Fina em 04 Dias

    Travessia Serra Fina em 04 Dias

    GRUPO TRILHADEIROS DE MONTANHISMO 14 Trilhadeiros preparados para um grande desafio !!!

    RELATO SERRA FINA 2017

    Prefácio

    “Aceitei fazer parte do Projeto Serra Fina criado pela Alexandra por sentir que seria um dos maiores desafios de aventura que encontraria. Neste mês de junho de 2017 fazem 11 meses que entrei pra essa vida no mundo outdoor, me joguei em algumas trilhas e travessias a fim de me adaptar e me familiarizar com o que este esporte tem a me oferecer. Cada pessoa tem os seus motivos e tem aquilo que os chama para a aventura. Alguns amigos deste mesmo grupo são um grande exemplo disto: eles fazem as travessias, sobem montanhas com o coração, apaixonado pelas montanhas, pôr e nascer do sol. Eu sinceramente ainda não sinto isso como eles, confesso, não que não seja belo, fantástico, impressionante ver o cenário do cume da Pedra da Mina, por exemplo, mas ainda tenho muito forte aquela paixão pela aventura me motivando mais a me jogar em ambientes inóspitos mais pela adrenalina do que pelas emoções.

    Várias pessoas me perguntam o que ganho fazendo o que faço e como é passar muito frio, muito calor, carregando um monte de tralha e peso, alimentando- se mal, dormindo mal e na maioria das vezes sem tomar banho?????

    “Simplesmente digo a elas que é o preço que se paga para ver aquelas imagens que elas mesmas veem nas fotos que posto (elas entram em silêncio por um tempo), e também digo que meu corpo pede por essas experiências”.

    O Grupo Trilhadeiros de Montanhismo segue rumo a um dos 100 lugares mais inóspitos do planeta, mas a travessia Serra Fina é tão desejada que faz o detalhe inóspito ficasse um pouco ofuscado, já que muitas pessoas optam por feriados prolongados para cumprir esse objetivo. Alexandra e Boney mais uma vez na vanguarda de um grande desafio, experientes montanhistas que dão oportunidades e formam novos montanhistas para conseguirem cumpri-los sem sofrimentos, aproveitando ao máximo o que cada região tem a nos oferecer.

    Nossa jornada começa na madrugada de quarta-feira para quinta-feira e logo chegamos a Toca do Lobo, onde fazemos os últimos ajustes gerais para começar a travessia. O grupo naturalmente se separa de acordo com o ritmo de cada um. Por dentro da mata e até por cristas de montanhas, madrugada gelada e céu completamente estrelado, a lua brilhava tanto que chegamos a dispensar as lanternas em alguns trechos.

    DIA 01-Objetivo: Alcançar o cume do Pico do Capim Amarelo

    O trajeto para o Capim Amarelo já era de se esperar que exigiria um grande esforço físico, pra mim este foi o dia mais puxado, já pra outros foi o segundo ou o terceiro, um sobe e desce pelas montanhas já era esperado também e, o corpo já pedia para retirar os agasalhos mesmo com temperatura ambiente próxima a 7 graus (isso no termômetro, desconsiderando a sensação térmica rs).

    Felipe Franco e Claudinha seguiram para garantir lugares para nosso grupo (nunca vi um casal que voa baixo rs) e com sucesso assim que fomos chegando fomos instalando nossas barracas. O cume do Capim Amarelo é pequeno e cheio de plantas, dificultando a instalação de barracas e até uma parte do visual, mas tem suas belezas. O “jantar” saiu ás 17h, comemos e depois de ver o pôr do sol, fomos dormir.

    DIA 02-Objetivo: Alcançar o cume da Pedra da Mina

    Acordamos as 03h30minh da madruga, o termômetro marcava zero graus, mas o céu continuava estrelado, arrumamos as barracas, reagrupamos na saída do cume e começamos a seguir, Franco, Claudinha, Alan, Araguacy e Danilo dormiram no Maracanãzinho, que fica mais pra frente sentido Pedra da Mina e colocando a estratégia em prática, garantir mais lugares pra nós. O casal mais rápido das montanhas seguiu rumo ao cume na frente.

    Pra mim foi o dia fantástico, o segundo dia é o que dá a maior excitação de fazer a SF, quem seguiu comigo neste dia foi o Sebastião Barion, que seguimos tranquilamente para evitar desgaste físico e lesões e conseguir contemplar tudo a nossa volta. Encontrando diversas pessoas entre grupos auto guiados e grupos de agências, vamos conversando e seguindo juntos de acordo com o ritmo de cada. Quando chegamos à base da Pedra da Mina decidimos almoçar, Barion preparou uma tapioca com queijo e eu fiz um sanduba de pão sírio com geleia e provolone. Cochilamos estirados parecendo uns defuntos na base, quem passava talvez quisesse fazer o mesmo, mas preferia seguir.

    Quando se chega ao cume da Pedra da Mina, pegando um dia de tempo aberto, nossos olhos costumam demorar um pouco para acreditar no que estamos vendo: a vista 360° pelo cume é linda! (Vou anexar as fotos também na aba de fotos, não deixem de ver) o mar de nuvens debaixo do sol, mas acima das montanhas te faz achar que voamos até lá. O cenário da cadeia de montanhas, as barracas montadas, a luz do sol, me desculpem, mas, é muito diferente dos outros picos da própria SF.

    DIA 03-Objetivo: Alcançar o Pico dos Três Estados

    Acordamos desta vez as 05 da matina, em cinco minutos preparei o meu café da manhã (ração energética que adicionando água vira uma espécie de shake), e fui assistir o nascer do sol enquanto o tomava. Não foi surpresa, o nascer do sol veio belo tanto quanto as imagens deixadas na minha mente vistas naquela tarde anterior.

    Começamos a descer a ladeira da Mina sentido ao tão falado Vale do Ruah. Este vale dá uma puta empolgação, de lá de cima da Mina se vê uma trilha simples, mas, quando adentramos a ele vemos um brejo danado cheio de plantas altas e cortantes: a adrenalina do aventureiro começa a aumentar!

    O tracklog nos mostra a direção, mas, há muitos charcos e poças de lama escondidas no meio daquele capim todo, há também várias trilhas abertas nos jogando para fora do sentido e fomos seguindo elas, na intenção de evitar cair nas “armadilhas “do vale. As tais “trilhas” não levavam para a trilha correta e íamos nos perdendo aos poucos. Caia nos charcos, tropeçava nos morrinhos escondidos, não achava a p#%& da trilha até que perdi a paciência e disse: - Barion, o sentido é por ali, a partir de agora o que tiver pela frente a gente atravessa ou pula!. E assim fomos até encontrar um grupo que estava indo pela trilha correta.

    Entre um vale e outro, e um pico e outro, eis que chegamos ao cupim de boi e, me deu uma sensação estranha e de inspiração: eu estava de frente ao Pico dos Três Estados, onde fui vencido na última vez por ele ao tentar subir! Quase um ano depois eu estava prestes a subir a montanha que literalmente divide os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Dei aquelas respiradas fortes olhando pra ele, e pensei alto: - Hoje eu chego até você! Hoje eu estou mais forte e preparado! Hoje você irá me ver em cima de você!

    E fui. Barion que também estava no ritmo moderado comigo também neste dia me viu o deixar para trás de uma forma que nem eu mais controlava meu ritmo e, foi quando eu senti que aquele dia, acontecesse praticamente o que fosse eu chegaria ao cume dos Três Estados. Cheguei e não acreditei e como de costume gritei: - CUUUMEEEEEEEEE !!!! Depois do desabafo, fui parabenizado pelos que já estavam lá (sim, iríamos acampar na terceira noite em mais um cume rs) e fui logo ver aquele monumento de ferro tão famoso da SF que simboliza o tal pico.

    Tiramos fotos, comemoramos (principalmente com a nossa pequena Talita, que também não conseguiu atingir o cume na mesma tentativa que eu), e fomos jantar. Eu acabava com a comida do meu prato assistindo o pôr do sol com a sensação de dever cumprido.

    DIA 04-Objetivo: Chegar a van e tomar umas cervejas. Brincadeira, ao sítio do Pierre.

    Acordamos desta vez ás 06 da manhã, tomei mais um shake de ração, arrumei minhas muambas e reagrupamos, e que comecem as descidas, mas ainda tinha o Pico Alto dos Ivos pra subir, então, não foi tão fácil assim o último dia. O capim, o bambuzal e mais cristas de montanhas, o último dia é o menos difícil e também tem as suas belezas e desafios. Chegamos bem, aos poucos vamos passando pelo sítio sempre se lembrando dos momentos vividos pela travessia e contando as histórias. Resumidamente é isso!

    EQUIPE: Alexandra, Boney, Diogo, Agatha, Alan Scali, Felipe Franco, Claudinha, Sebastião, Tiago, Adriane, Talita, Araguacy, Will, Danilo Psico.

    DESTAQUES:

    -Encontramos a família Frank (um trilheiro nato que fez a travessia inteira de chinelos e seus três filhos, sendo que o mais velho tinha 12 anos);

    -Um casal que levou seu cachorro para travessia;

    -Um cara que levou além de sua namorada, o próprio pai (que honra);

    -Um grupo organizado e preparado chamado Trilhadeiros que trabalha unido e que competem lugares privilegiados para acampar com as agências de turismo.

    Agradeço a equipe pela companhia nesta jornada e em especial aos meus amigos que os também vejo como professores: Boney e Alexandra.

    DICAS

    -BAIXE O TRACKLOG DA TRAVESSIA NO WIKILOC ( Henrique Boney- Travessia Serra Fina)

    https://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=12842352

    -PESQUISE BEM SOBRE TUDO O QUE PRECISA E LEIA RELATOS

    -PLANEJE BEM SUA VIAGEM

    -EVITE IR SOZINHO

    O GRUPO TRILHADEIROS DE MONTANHISMO LHE DESEJA BOA SORTE E BOA AVENTURA !!!!

    9 Comentários
    William 20/06/2017 13:55

    Parabéns parceiro, ótimo relato

    Muito obrigado meus amigos!!!! Vcs fizeram parte disso!!

    Odair Behn 21/06/2017 10:43

    parabéns pelo relato e pela aventura, por trás tem muita coragem e determinação.

    Obrigado Capitão !!! Apenas coloquei em prática muita coisa aprendida com vcs !!!!

    Talita Limma 27/06/2017 19:47

    Me emocionei lendo seu relato Diogo! 3 estados conquistado com sucesso!!! Parabéns!

    Missão cumprida parceira !!! Que venham os Portais de Hércules pra quitar logo essa dívida !!!

    Talita Limma 28/06/2017 14:58

    Hahahah sim!

    Corrigindo um detalhe do vídeo: O cume do Capim Amarelo tem 2.540 metros de altitude. O vídeo foi postado antes da correção.

    Diogo dos Santos Ribeiro

    Diogo dos Santos Ribeiro

    Zona Leste de SP

    Rox
    80

    Comerciante, Aventureiro, disposto a aprender e a encarar desafios em esportes radicais diversos.

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