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Fabio Fliess 08/31/2024 10:34
    Palmares e Serra das Antas | MoNa da Serra da Maria Comprida

    Palmares e Serra das Antas | MoNa da Serra da Maria Comprida

    Lindas montanhas na região de Araras e inseridas na UC para preservação da Maria Comprida e entorno.

    Hiking Mountaineering

    Palmares e Serra das Antas - 24/08/2024

    Desde que fiz a Travessia Jussara em 2019, eu queria conhecer o cume do Serra das Antas. Uma das poucas montanhas da região que eu ainda não havia pisado. Mas com diversas outras oportunidades de trilhas, essa acabou ficando um pouco esquecida. Mas aos poucos, durante o inverno desse ano, a vontade de visitar essa montanha voltou.
    Aproveitei a chegada de um final de semana com bom tempo e comecei a convidar os amigos. Ao final, o Rangel e o Gilmar toparam o desafio. Havia algumas possibilidades para chegar ao cume da montanha, mas acabamos optando pelo caminho mais “tradicional”.
    No dia 24 de agosto, encontrei com o Gilmar na BR-040 por volta das 6h45 e seguimos até o centrinho de Araras, onde havíamos marcado com o Rangel. Tomamos um rápido café e compramos os últimos víveres para encarar a pernada do dia. Seguimos em um só carro até a região do Malta, onde começa a trilha. A ideia era subir primeiro o Palmares e depois seguir para o Serra das Antas.
    O relógio marcava 7h45 e o GPS apontava a altitude de 968m quando iniciamos a nossa caminhada. Seguimos por algumas ruas até entrar definitivamente na trilha. Acabamos seguindo pela trilha “original” do Palmares e não usamos a trilha da Travessia Araras X Vale das Videiras. Logo passamos por uma pequena represa e alguns metros a frente, cruzamos o rio para continuar a trilha.
    A trilha estava bem marcada e rapidamente fomos ganhando altitude, sempre debaixo de uma bonita floresta. Por volta das 8h45 chegamos na “caixa d’água”, um ponto que marca a saída da mata e o início da crista que leva ao Palmares. Só fizemos uma rápida parada para beber uma água e logo tocamos para a direita, subindo a crista da montanha. E aos poucos a vegetação vai ficando mais arbustiva! Ventava bastante e estávamos alertas com a possibilidade de mudança no tempo.
    As 9h20 chegamos em um ponto que requer atenção, não sem antes observar que colocaram um “livro de cume fora do cume”. Seguimos, passando por um trecho exposto e subimos até um platô, onde a trilha “acaba” abruptamente. Ali existe um falha na crista que precisa ser vencida com cuidado. Não é uma passagem muito difícil, mas não permite erros. Com grupos grandes ou com pessoas de pouca experiência, é melhor encerrar por aqui a caminhada. Existe um grampo numa rocha que permite a fixação de uma corda, que também pode ajudar.
    Como nosso objetivo estava bem adiante, não podíamos nos dar a esse “luxo”. Fixamos uma pequena corda, por segurança, mas acabamos não usando. Conseguimos desescalar esse trecho com atenção e em pouco tempo já estávamos seguindo a trilha, contornando o bloco rochoso do Palmares. Também existe a possibilidade de seguir escalando os blocos de pedra do outro lado do “colo”, mas optamos por não fazer isso.
    As 9h40 chegamos ao cume do Palmares (1625m) onde fizemos uma parada mais demorada. Fizemos um lanche, nos hidratamos e tiramos algumas fotos mesmo com o vento atrapalhando. Como de hábito, o bom humor imperava.

    Cume do Palmares (Foto Rangel Celso)


    As 10h colocamos as mochilas nas costas e retomamos nossa caminhada. Voltamos um pequeno trecho de trilha e começamos a descida pela crista do lado oposto ao cume. A partir desse trecho a trilha é menos frequentada, então em alguns pontos o caminho ficava mais discreto. Mas o objetivo era chegar em um lajeado que daria acesso ao colo por onde chega a trilha que vem do Grotão (Travessia Jussara). Lembro que havia passado por ali subindo duas vezes em 2019, e sempre colocavam uma corda para ajudar. Mas sempre fiquei com a impressão que dava para passar sem ela. Quando chegamos ao lajeado, marcado por um grande totem, vimos que era totalmente possível desescalar com cuidado usando apenas os platôs de vegetação. E pouco tempo depois já estávamos no colo, com o GPS marcando 1520m. A partir desse ponto seria tudo novidade.
    Logo começamos a subida do primeiro “cume” (na verdade, um contraforte) do Serra das Antas. Começa de forma suave, mas aos poucos a inclinação aumenta bastante. Desistir não estava nos planos, então fomos subindo sem pressa, fazendo breves pausas para recuperar o fôlego. Pouco depois das 11h, chegamos a 1760m de altitude e a inclinação começa a ceder. Começamos a andar por um bonito trecho plano. Ao nosso lado, estavam as cristas do Kronenochsberger ou Serra das Antas Sudoeste, que eu havia subido em 2013 com Letícia e Gilmar.

    Visual do Serra das Antas a partir do descampado

    Ao chegarmos em um descampado, finalmente pudemos ver o cume principal do Serra das Antas, que até então estava escondido. A trilha fica bem discreta em alguns momentos, mas o destino era bem óbvio. Começamos uma leve descida até dois pequenos braços de um rio que precisamos atravessar. A água estava um pouco parada, mas poderia ser captada em um ponto específico. Como ainda tínhamos água, seguimos.
    A partir do riacho, a trilha volta a subir e poucos metros acima chega numa região cheia de lajes de pedra, algumas bem íngremes. A trilha segue por ali, mas por estarmos num período sem chuvas, estava bem tranquilo de subir, com a rocha bastante aderente. É preciso ter mais atenção com a navegação nesse trecho para observar a continuidade da trilha saindo de cada laje e em alguns pontos onde a vegetação acabava por cobrir o caminho. Ainda assim, a calha da trilha estava marcada.
    Vencido esse trecho com as lajes de pedra, a trilha perde um pouco a inclinação e começamos o trecho final até o cume. Ainda faltavam cerca de 800m de trilha e 100m de desnível, que foram vencidos em cerca de 20 minutos. As 12h10 chegamos aos 1916m que marcam o cume do Serra das Antas.

    Chegando no cume do Serra das Antas (Foto Rangel Celso)

    A imponente Maria Comprida vista do cume do Serra das Antas

    A trupe no cume do Serra das Antas (Foto Rangel Celso)


    Descemos alguns metros até um bonito mirante em um descampado com visual fantástico da Maria Comprida. Ali também ficava o livro de cume, que foi devidamente assinado. Descansamos, lanchamos e tiramos muitas fotos. Ficamos cerca de 1h curtindo o cume da montanha.
    A partir do cume também é possível fazer duas travessias: uma seguindo em sentido à Maria Comprida, passando por uma via ferrata e chegando um pouco antes da primeira “corcova” do Camelo. Os interessados podem tentar o cume da Maria Comprida ou simplesmente descer pela trilha. A outra travessia segue em direção ao Monte de Milho, finalizando a caminhada em Secretário.
    Depois de apreciar o visual do cume, iniciamos nossa descida as 13h10. Fizemos isso sem pressa, parando sempre que necessário. Subimos sem problemas o lajeado após o colo e às 15h15 já estávamos novamente no trecho exposto após o Palmares. Rangel subiu primeiro, fixou a corda que eu e Gilmar usamos para facilitar a nossa subida.

    Subindo o trecho exposto ao lado do Palmares (Foto Rangel Celso)


    Após esse trecho, paramos ao lado das rochas do “livro de ante cume” e fizemos mais uma pausa para descanso. Recuperados, seguimos sem mais paradas até o final da trilha e direto até um barzinho no Malta para uma merecida cerveja.
    Foram pouco mais de 13kms de trilha com um desnível positivo de quase 1300m, em quase 10 horas de atividade. Mais um belo dia na montanha.
    Até a próxima!!!

    Fabio Fliess
    Fabio Fliess

    Published on 08/31/2024 10:34

    Performed on 08/24/2024

    Views

    353

    5 Comments
    Tem Trilha 09/23/2024 08:20

    Parabéns, muito interessante e diferente esse roteiro.

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    Fabio Fliess 10/02/2024 15:45

    Muito obrigado!!! Aqui na região temos uma diversidade grande de montanhas e roteiros.

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    Marcelo Lemos 10/08/2024 20:58

    Amigaço. Não tenho recebido notificações do AB. Mais um excelente relato. Na caixa d'água, em certa ocasião, observei uma trilha que seguia à direita de quem sobe e aparentava contornar a base do Palmares, sem ganho de altitude. Se isto se confirmasse, economizaria um bom trecho, principalmente a subida do Palmares. Mas nunca vi nada que confirmasse. Abração.

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    Fabio Fliess 10/16/2024 10:49

    Salve amigaço. Obrigado!! Essa trilha que você fala saía da caixa d'água mesmo? Eu lembro que há muitos anos atrás, parecia ter uma trilha um pouco a esquerda da trilha que leva ao Palmares, mas acho que ela fechou. E um pouco antes de chegar no cume, tem um acesso a esquerda também que leva pro Serra das Antas Sudoeste (o Kronenochsberger). Costuma fechar também. Até tem ligação entre os cumes, mas possivelmente tem que ser aberta. Abração.

    Marcelo Lemos 10/16/2024 20:22

    Sim, amigaço. Saía da caixa d'água. Mas nunca vi relato informando que haveria algum destino para esta suposta trilha. Nem no Wikiloc. Abs.

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    Fabio Fliess

    Fabio Fliess

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    Montanhista desde que me conheço por gente!!! Sócio e condutor do CEP - Centro Excursionista Petropolitano. Take it easy e bora pras montanhas! Instagram: @fliess

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