Papudo – 16/07/2022

Aproveitando o ápice da temporada de montanhismo e por recentemente ter visitado o Morro do Açu e os Portais de Hércules, resolvi marcar mais uma excursão para outra montanha do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Dessa vez, acabei escolhendo o Papudo, no lado teresopolitano do parque. Era um local que eu ainda não conhecia, mas optei por marcar essa atividade pelo CEP – Centro Excursionista Petropolitano. Convidei meu amigo Leonardo Carvalhaes para dividir a condução do grupo.
Na semana da atividade fiz a chamada no WhatsApp do clube e para a nossa surpresa, poucas pessoas aderiram. Colocaram o nome na “prancheta” a Emília, o Marcelo Garcia e o Rangel. A previsão do tempo estava perfeita.
No dia combinado, marcamos bem cedo em Itaipava com a intenção de chegar na entrada do parque antes das 7h (horário de abertura). Como atualmente existem algumas restrições para acesso a parte alta do parque, inclusive com limitação do número de pessoas, é fundamental chegar cedo para conseguir entrar. Como esperado, já havia uma fila de carros do lado de fora.
As 7h em ponto, entramos no parque e desenrolamos a parte burocrática. Para facilitar, levamos o termo de autorização preenchido. Com acesso permitido, seguimos de carro até o estacionamento. Mochilas arrumadas, iniciamos a nossa pernada às 7h30.
Para quem não conhece, cerca de 90% da trilha do Papudo é a mesma que leva a um dos pontos culminantes do parque, a Pedra do Sino. Durante um bom tempo, o Papudo foi considerado a montanha mais alta da região, até porque é visível desde Teresópolis. Esse status só mudou em 1841, quando o botânico inglês George Gardner comandou a abertura da trilha até a Pedra do Sino. Quem faz a tradicional Travessia Petrópolis X Teresópolis, também passa pela entrada do Papudo.

Primeiros mirantes da trilha: visual lindo dos Três Picos

Subimos sem pressa alguma, conversando bastante e aproveitando o dia incrível que estava fazendo. Passamos pelo abrigo 1, cachoeira Véu da Noiva (com pouca água), o abrigo 2, a cachoeira do Papel e só fizemos uma pausa quando chegamos no Abrigo 3. Até então já havíamos percorrido cerca de 75% do trajeto e nosso objetivo estava bem mais próximo. Após descansar, hidratar e fazer um lanche seguimos em direção a Cota 2000, uma passagem que marca o acesso a outros atrativos do parque como o São João, Mirante do Inferno, Agulha do Diabo, Pedra da Cruz e Travessia da Neblina.
A entrada do Papudo fica a cerca de 10 minutos após a Cota 2000, após passarmos por uma imponente árvore que parece invadir a trilha. O acesso fica a direita, e em períodos de menor visitação pode ficar um pouco escondido. A trilha começa a subir forte, bem diferente do que havíamos enfrentado até ali. Um pouco acima, existe uma trilha muito discreta que leva ao menor cume da Serra dos Órgãos, a Agulhinha Bonatti. Essa montanha exige uma pequena escalada em artificial.
Um pouco acima desse ponto, a trilha desce um pouco e logo volta a subir, encostada no paredão. Temos que vencer uma canaleta bem íngreme, que conta com algumas cordas fixas. Optamos por não utilizar essas cordas e subimos usando os apoios naturais. Vencido esse trecho, a trilha logo sai da mata e chega em um bonito mirante, tão bonito quanto o cume da montanha. Ficamos um tempinho curtindo o lugar.

Léo e Emília no mirante antes do cume

Voltando a trilha, ela segue bem marcada até entrarmos em um trecho com muitos blocos de pedra. Em determinado momento, existe uma grande rocha obstruindo a passagem. A maioria venceu esse trecho passando por cima desse bloco de pedra. Logo em seguida, a trilha segue para a esquerda, entrando em um trecho estreito, onde foi necessário tirar as mochilas. Um pouco acima, vencemos alguns blocos de pedra e chegamos a uma grande laje, que foi o nosso ponto final. O relógio marcava 11h35 e o GPS indicava 2213m de altitude. O cume verdadeiro do Papudo é um bloco de pedra localizado ao lado dessa laje, que precisa ser vencido através de uma escalada em artificial.

A turma no "cume". O cume verdadeiro é o bloco no centro da foto.

Ficamos um tempo aproveitando o lindo dia, lanchando, tirando fotos e conversando. Após todos assinarem o livro de cume, iniciamos a nossa descida às 12h20. O caminho é o mesmo da volta, mas ao chegarmos na Cota 2000, o Marcelo sugeriu descermos pelo atalho do Paredão Paraguaio. É um caminho bastante utilizado para quem vai para a Agulha do Diabo e precisa ganhar tempo. Acredito que ganhamos cerca de 20 a 25 minutos no tempo de descida.
Um pouco antes das 15h já estávamos na Barragem, onde conversamos um pouco com o guarda-parques de plantão. Descemos a estrada de paralelepípedos até o estacionamento, aonde chegamos às 15h15.