Quando comecei a pesquisar a cidade, logo percebi que havia pouquíssimas informações na internet e precisaria do apoio dos moradores. Entrei em contato com a prefeitura que foi solícita em passar contatos que pudessem ajudar. O mountain bike é forte na região e contei com apoio dos praticantes para decidir os destinos.

1º Dia: Cachoeira da Jiboia. Saímos de Unaí em direção a Uruana de Minas, após pegar informações com o Shinna, ciclista que possui uma loja no centro de Unaí e conhece vários locais na região. Após passar no distrito de Guarapuava, andamos mais 17 KM e entramos à direita em um local com a placa informando que ali era a entrada da Jibóia, após uma boa descida no asfalto. O terreno da cachoeira já fica no município de Uruana de Minas. Então percorremos mais 5km de carro em uma estrada boa, mas que me pregou uma peça em um riacho que pensei ser transponível. Acabei danificando a frente nas pedras, com direito a estragar o ar condicionado. Tive que deixar o carro ali mesmo, agradecendo pelos danos não serem maiores. Apesar dos relatos dizerem que dá para chegar mais à frente de carro normal, só recomendo para 4 X 4. Do riacho (pessoal da região chama de grota) até a cachoeira são aproxidamente 1km de caminhada. Há um quiosque abandonado, o que leva a supor que o dono da fazenda tentou fazer um empreendimento que não vingou. A queda é espetacular, com belos paredões nos lados. São 144 metros de queda livre que forma uma lago enorme. A água estava turva pela chuva e a correnteza impedia de entrar. Apesar de ser um sábado em um feriadão, não havia ninguém. O plano incluía subir até o topo da cachoeira, marcando no wikiloc, por meio de uma trilha/caminho de gado que o Shinna nos informou. Ele nos disse que o caminho estaria tomado por mato e que seria muito perigoso fazer por conta própria, já se trata de uma trilha subindo por um morro com despenhadeiros dos dois lados. Até tentamos, mas realmente estava muito perigoso sem nenhum equipamento de orientação. Já que o capim passava de 2 metros de altura, achamos mais prudente desistir. Ficou o desejo de voltar e fazer aquela trilha ao topo com os conhecimentos e equipamentos necessários. Ainda tínhamos o objetivo de conhecer a Cachoeira Pilão de Pedra naquele dia, mas achamos melhor voltar para Unaí e buscar um mecânico que pudesse olhar o carro.

2º dia. Gruta do Gentio e Pilão de Pedra: Peguei informações com o pesquisador Emannuel Nicodemus, morador da cidade, de como chegar na Gruta do Gentio. Saímos novamente em direção a Uruana de Minas, e entramos a direita alguns quilômetros após a saída de Unaí, em uma placa escrita "Jataí". Andamos alguns quilômetros na estrada de terra e paramos numa fazenda que vendia gado nelore, a direita da estrada. O Nicodemus nos disse que encontraríamos ali um morador chamado Ademir, conhecedor da região e que nos informaria como chegar nas grutas do Gentio. Infelizmente o Ademir não estava e tivemos que ir sem informações para o paredão que escondia as duas grutas. Optamos por andar rodeando o paredão e conseguimos achar as duas grutas (Gentio I e II). Há pinturas rupestres em uma das grutas, datadas de 10 mil anos atrás. Em uma das grutas também foi encontrada uma múmia que foi chamada de Acauã, com morte datada por volta de 3.500 A.C http://www.arqueologia-iab.com.br/publications/download/11.
Hoje ela está no Museu do Instituto de Arqueologia Brasileira, no RJ. Acredita-se que as grutas eram usadas para rituais funerários dos povos que habitavam aquela região. Não conseguimos percorrer todo o paredão, já que encontramos um bando de bugios que não se mostraram muito felizes com a nossa presença.
Depois seguimos para a cachoeira Pilão de Pedra, que fica depois de Guarapuava, em uma entrada a direita, bem sinalizada. Anda-se 5km em uma boa estrada de terra para chegar na propriedade. Já se trata de uma propriedade estruturada para receber turistas, com estacionamento, quiosque de venda de comida e bebida e área de camping. Paga-se 15 reais por carro, valor modesto perto do que já se vê em Pirenópolis e em alguns lugares da Chapada. É um lugar agradável com corredeiras e que forma um bonito lago no final. Deu para relaxar na água e curtir a tarde.
Voltamos para Unaí por volta de 16h com o objetivo de terminar o dia no cruzeiro da cidade, apreciando o por do sol.

O Noroeste de Minas é uma região com vários lugares bonitos ainda a serem explorados. O que é impressionante, já que Unaí fica a apenas duas horas de Brasília. Em conversas com o pessoal da região, fiquei sabendo da existência de diversas cachoeiras nas serras que marcam aquelas terras. Ficou o desejo de voltar e conhecer outros lugares, especialmente a cachoeira da Pindaíba (nas fotos), que parece linda.