AventureBox
Crie sua conta Entrar Explorar Principal
Um pulo na montanha durante as férias de família

Um pulo na montanha durante as férias de família

Pico Caratuva, Serra do Mar Paranaense.

Montanhismo Acampamento Trekking

Às vezes, o que menos planejamos, é o que mais causa prazer. Foi assim que aconteceu durante as férias desse ano.

Normalmente, Natal e Ano Novo passamos sempre em família e como bons descendentes de italianos ela é numerosa, o que sempre rende boas confraternizações com a reunião de todos os membros. Este ano foi diferente, pois meu filho, que mora em Curitiba nos convidou para passarmos as festividades por lá.

Como as montanhas do PR ficam muito próximas a capital, por quê não deixar a mochila pronta para uma janela de bom tempo, não é? Por coincidência, o Jr e o Woldi, parceiros de montanha e que como eu, são do interior do estado, também estavam nas proximidades com suas famílias. Foi aí que tudo deu certo: Montanha perto e mochila pronta.

No dia 26/12 nos reunimos: o Jr saiu do litoral e o Woldi da região metropolitana. Nos encontramos cedo na rodoviária de Curitiba e fomos rumo a Fazenda Pico do Paraná, onde deixaríamos o carro.

Eram 11h da manhã quando colocamos o pé na trilha. O seu início é sempre desgastante pois começa com uma subida íngrime que aliado ao calor e a umidade da mata atlântica torna o caminho difícil.

Como nosso objetivo era acampar no cume do Pico Caratuva, que tem 1860m, tínhamos tempo e resolvemos não apressar o passo. Em menos de 1h30 chegamos ao cume do Morro do Getúlio. De lá, um breve trajeto de pouco mais de 500 metros sem aclive dá acesso a confluência entre as trilhas do Pico do Paraná e do Caratuva pela face oeste. Fizemos uma breve parada para um descanso e logo reiniciamos a caminhada.

Já de cara, uma árvore gigante caída sobre a trilha tornou o caminho mais complicado, tendo que gatinhar entre os galhos para prosseguir. Vencido o obstáculo foi a vez do taquaral enroscando nas mochilas e tornando o trajeto desgastante.

Em pouco tempo chegamos ao riacho que, logo acima é o último ponto de coleta de água e que dá acesso ao Ferraria, uma outra montanha que vale a pena chegar ao seu cume. Uma parada para abastecer de água e fazer um lanche e recomeçamos.

A partir daí a trilha fica muito mais ígrime intercalando entre rochas e raízes. É assim até próximo ao cume, onde a floresta dá espaço às caratuvas, vegetação rasteira muito parecido com bambús, que dá o nome a montanha.

Era pouco mais de 16h quando alcançamos os 1860 metros do Caratuva. O clima quente e abafado deu lugar ao vento fresco e constante vindo do mar que tornava a estada ainda mais agradável.

Estávamos sozinhos na montanha. Montamos o acampamento e depois de tudo pronto, fomos contemplar a vista para o gigante do sul, o Pico Paraná, que estava deslumbrante como sempre, rodeado de nuvens que, vez ou outra, mostrava os cumes de montanhas menores da serra do Ibitiraquire.

Ficamos por lá até o final da tarde, quando fomos a face oeste do Caratuva para curtir o pôr-do-sol. Ficamos pouco por lá, por que a vista mais linda é do PP que imponente, se destaca entre as demais montanhas.

O sol se pôs e o vento aumentou, trazendo rajadas frias que nos obrigou a buscar a barraca já as 19h30. Ficamos batendo papo até mais de 11 da noite, com o vento querendo arrancar a barraca e foi assim até o nascer do sol às 5h da manhã.

Eram pouco mais de 8h quando fizemos um café com pão, salame e queijo (afinal o sangue italiano corre solto pelas veias) e desmontamos a barraca, arrumamos as mochilas, assinamos o livro de cume e partimos rumo a fazenda PP onde estava o carro do Woldi.

A descida foi rápida e próximo ao meio dia já estávamos no riacho que corta a sede tomando aquele banho gelado na cachoeira logo acima.

Foi uma trip rápida, mas muito prazerosa numa janela de tempo perfeita. No retorno para nossas famílias, já víamos nuvens negras sobre os cumes da serra que é típico no verão paranaense, indicando o mal tempo comum das tardes na montanha nessa época.

Luiz Carlos Piccinin
Luiz Carlos Piccinin

Publicado em 28/12/2019 14:07

Realizada de 26/12/2019 até 27/12/2019

2 Participantes

Junior Baggio Viavertical

Visualizações

1587

Luiz Carlos Piccinin

Luiz Carlos Piccinin

Pato Branco, PR

Rox
431

Sou empresário, montanhista, canoista, ex-paraquedista, fundador da equipe ViaVertical.

Mapa de Aventuras
linktr.ee/luizinhopqd


Mínimo Impacto
Manifesto
Rox

Fabio Fliess, Bruno Negreiros e mais 444 pessoas apoiam o manifesto.