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Marcelo Baptista 17/01/2017 00:23
    Expedição Bolívia - Peru: Sucre (BOL) - Set/10

    Expedição Bolívia - Peru: Sucre (BOL) - Set/10

    Trecho 2: depois de Cochabamba, chegou a vez da capital administrativa da Bolívia. Sucre encanta e não é a toa! Belíssima cidade.

    Sucre - (8/9)

    Oficialmente, minhas férias começam hoje. Me dei conta disso dentro do ônibus para Sucre. Jeito interessante de começar as férias.

    O pouco que pude ver do caminho, entre uma cochilada e outra, foi que o céu estava estrelado como se eu estivesse no alto de uma montanha, e que o caminho que pegamos havia penhascos. Fiquei pensando se eles não fazem essa viagem a noite justamente para não assustar aos passageiros com a visão desses penhascos... Mas a noite, acordado, dá medo do mesmo jeito.

    Chegamos a Sucre por volta das 8h, doze horas de viagem. Cansado. Mesmo assim, fui até a central de infos turísticas pegar uns mapas e saber sobre hospedagem. A moça que me atendeu, Deise, uma simpatia. Vi algumas bem em conta mesmo (vejam abaixo, em Dicas), mas acabei escolhendo o Hostal Cruz de Popayan (calle Loa 881. Tel.: 644 0889). Ambiente gostoso, um casarão antigo muito bonito, com jardim interno. O quarto é sem banheiro privativo, mas tv a cabo e o café da manha estão incluso. Bs. 65, bom preço. Nem me atrevi a deitar, peguei as minhas coisas e fui andar.

    Sucre é uma cidade muito agradável, sem prédios altos e com uma arquitetura colonial lindíssima. É daquelas cidades boas para se andar, tudo está perto, e para ver gente e seus hábitos. Segui meio a esmo (a melhor maneira de se achar é se perdendo...), muita coisa me chamou atenção, mas acabei indo para a parte alta da cidade, um lugar chamado Plaza e Mirador de la Recoleta: uma praça legal com uma vista bacana da cidade. Fiquei ali, vendo as crianças jogarem bola, o povo passando.

    Continuei a caminhar, verdadeiramente me senti muito à vontade em Sucre. Lugares que visitei na sequência: Paróquia de San Lázaro, Templo de Santa Clara, a plazuela Bernardo Monteagudo. Foi então que eu me deparei com uma carreata em homenagem a Virgem de Guadalupe: os carros todos decorados com bichos de pelúcia, notas falsas de dinheiro, flores. Havia bandas, foguetes, tudo muito animado em plena Plaza 25 de Mayo, a principal da cidade. Fui seguindo aquela carreata por um tempo. Logo voltei minha atenção para a Plaza 25 de Mayo, lindíssima, cercada de vários prédios magníficos: sede do Departamento de Chuquisaca, sede da Prefeitura, Capilla de la Virgem Guadalupe, La Casa de la Libertad. Fiquei por ali não sei quanto tempo, apreciando, até que o cansaço da viagem cobrou seu preço. Voltei ao hostal, fui dormir um pouco. Até porque até as 15h muita coisa fica fechada por causa da siesta.

    E foi por volta das 15h mesmo que eu me levantei resoluto a ver mais algumas coisas, estava empolgado com tudo aquilo. Acabei entrando e visitando a Casa de la Libertad. Foi lá que a declaração de independência da America foi redigida, e a da Bolívia foi assinada. O lugar é espetacular, e a visita custa Bs. 15, barbada. Foi lá que eu descobri que o primeiro presidente argentino era boliviano, nascido em Tose! (rs). Em seguida, entrei na sede do Departamento de Chuquisaca (sem palavras, belíssimo!) e finalmente o Templo de San Felipe Néri. Esse lugar me impressionou muito. O edifício é de 1795, mas está em perfeitas condições, hoje é um colégio. Por Bs. 10, é possível andar á vontade pelo edifício todo, até o topo, onde há um mirador que te deixa boquiaberto. Valeu cada centavo gasto ali!

    Aproveitei para tomar um café (veja em Dicas...) num lugar bem legal, chamado Pueblo Chico, e assim fui terminando esse dia de rolês por Sucre. Sensação boa de tempo bem investido, sabe?

    A noite, voltei ao Pueblo Chico para comer um lomo muito bem feito, e tomar umas cervejas, as primeiras da trip. Não satisfeito, ainda fui tomar umas caipirinhas num boteco bem conhecido aqui, chamado Vieja Bodega. Dizem que é administrado por brasileiros. A caipirinha, pelo menos, estava muito bem feita!

    Dicas: Sucre é um lugar muito bom para achar hospedagens boas! Vamos às minhas sugestões: o HI Sucre (calle Guillermo Loayza), fica perto do terminal de buses, e cobra Bs. 39/50 (sem/com banheiro). Barato! O Gran Hotel (Av. Aniceto Arce 61) é um hotel de luxo, com restaurante, bar, lavanderia, puta ambiente bacana, ótima localização por somente Bs. 120!! Eu quase não acreditei. Muito barato pelos serviços. Para comer, tem muitos lugares bons. Eu achei o meu: Pueblo Chico (calle Calvo, bem na Plaza 25 de Mayo). É um misto de bar / restaurante / centro cultural, comida muito boa e nem tão cara. E servem uns cafés calientes muito loucos, todos com nomes de músicos e artistas. Recomendo!

    Sucre - 2º dia (9/9)

    Tirei o dia para ficar um pouco de bobeira. No café da manha me aproximei do pessoal que está hospedado no hostal: uma inglesa, um austríaco e um australiano. Foi um papo divertido sobre diversas coisas. A inglesinha em especial me chamou atenção: em oito meses de viagem pelo mundo, já conheceu Europa, África e América. Bem legal!

    Aproveitei a manhã para conhecer o Mercado Público (calle Junin) de Sucre. Eu curto todo tipo de mercado público no mundo. Na Bolívia, a surpresa fica para o fato de ser mais limpo do eu imaginava. É bem agradável, muitos cheiros, cores e sabores. Experimentei um bocado de frutas, algumas próprias da Bolívia. Só achei um pouco caro: qualquer fruta custa Bs. 30 o quilo. Nota para uma fruta chamada chirimoya, bem parecida com a nossa fruta-do-conde, só que maior e mais doce. Bom demais.

    Considerações sobre Sucre: no trânsito, quase não há motos; o clima entre as pessoas é muito bom, leve; as crianças são especialmente simpáticas, é impressionante; as mulheres de Sucre são as mais bonitas da Bolívia, sem sombra de dúvidas.

    Depois desse rolê, voltei ao hostel e dormi. Dormi até as 17h. Entendi que estava cansado, e ainda nem cheguei à altitudes maiores (Sucre está a 2.300m). Não sei como eu vou reagir à altitude, mas vou fazer isso devagar. Ainda não precisei usar folha de coca. Para fechar o dia, comi uma pizza e fiquei vendo televisão. Acho que hoje estou meio preguiçoso. Vamos ver amanhã.

    Dicas: Vá ao Mercado Público disposto a conhecer. Ande por tudo, e não se impressione com algumas coisas, tipo uma senhora tirando a pele de um cabritinho recém morto. Isso é Bolívia.

    Marcelo Baptista
    Marcelo Baptista

    Publicado em 17/01/2017 00:23

    Realizada de 05/09/2010 até 10/10/2010

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    Marcelo Baptista

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    São Paulo

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