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Marcelo Baptista 16/06/2016 17:39
    Rumo ao Norte: BR 101 - Canindé do S. Francisco(SE) - Set/08

    Rumo ao Norte: BR 101 - Canindé do S. Francisco(SE) - Set/08

    Perna 8: Um encontro que eu aguardava desde moleque. Quando cheguei às margens do Rio São Francisco, chorei. E agradeci a oportunidade.

    Aracaju a Canindé do São Francisco - (14/9)

    Hoje acordei preguiçoso. Com algum custo, levantei e tomei banho. Fomos tomar café no mesmo espírito preguiçoso, quase não querendo ir...mas fomos.

    Pagamos o hotel, colocamos as coisas no carro e seguimos em direção a BR 101. A 101 é aquela coisa de sempre, muito trânsito, asfalto bom. Na entrada para Siriri (SE), pegamos a SE 230 para Canindé. Essa estrada tem trechos razoáveis, mas a maior parte do trajeto é horrível, verdadeiras peneiras, buracos medonhos, horror, horror...alguns trechos não davam para ir além dos 40 km/h, e isso faz com que os 200 km que separam Aracajú de Canindé sejam vencidos em no mínimo 3 horas, um absurdo...e não há outro caminho.

    Chegamos em Canindé por volta das 13h30, sol a pino, sertão brabo. Fomos procurar hospedagem, acabamos encontrando o Hotel Canindé, na entrada da cidade , ao lado de um posto de gasolina BR: quarto para casal a R$ 35, num apê muito confortável. Fomos nos informar sobre as partidas de escuna para os cânions de Xingó. Foi um pouco complicado achar o famoso restaurante Karranca´s, de onde partem as escunas e catamarãs para visitar os cânions, mas perguntando para os bombeiros que ficam ali na margem do rio, ficou fácil. Os bombeiros ficam ali para garantir a segurança dos banhistas, que utilizam as margens como balneário. As margens se tornam uma verdadeira farofada, com cinco ou seis carros e seus inevitáveis porta-malas abertos, som no último, e os pingaiadas se divertindo. É curioso.

    Quando chegamos ao Karranca´s, faltavam 20 minutos para sair o último catamarã para os cânions. Quase não pude embarcar por causa da Iara, que alegava não estar de biquini (!!). A questão foi logo resolvida, e embarcamos: R$40 muito bem investidos. O passeio começa no reservatório formado atrás da barragem do Xingó, na divisa SE/AL. É um lugar belíssimo, a pujança e força desse rio sempre povoou minha cabeça...finalmente estava ali. O catamarã partiu com 35 pessoas, o que é pouco mais de 10% da capacidade total. O barco era praticamente nosso!

    Seguimos cortando as águas verdes do Velho Chico, a tripulação do catamarã ia explicando pontos interessantes, a história do rio, curiosidades...por exemplo, a profundidade ali, média de 150 m; ou que os cânions foram invadidos pelas águas do lago represado do Velho Chico, não havia água ali antes de 1994. O serviço é ótimo mesmo. Fizemos duas paradas: um para ver a imagem de São Francisco de Assis, que foi colocada numa das paredes do cânion, e a outra para a galera dar um mergulho no rio, água fresca num remanso do cânion. Esse é o “filé” do passeio, a hora que todo mundo esperava, inclusive eu! Nadei muito, a água numa temperatura boa e com cheiro meio terroso, gostoso, e a cor esverdeada. Ficamos ali 30 minutos e voltamos para o Karranca´s, alvorada de um lado do rio, enquanto do outro subia a lua cheia mais linda que eu já vi.

    Pegamos o carro, a noite caindo rápido, voltamos para Canindé no escuro. A fome tava forte, e procuramos um restaurante para matar a danada. Achamos o restaurante Cangaço, com o PF básico a R$6. Básico naquele esquema, come o que aguentar...Show de bola.

    Voltamos ao hotel para um banho merecido. Eu ainda me animei a ir para o centrinho de Canindé, enquanto Iara já se preparava para dormir. Dei uma volta, tomei uma breja, mas o cansaço me pegou.

    Amanhã saio de Canindé com um sentimento muito legal de ter realizado um sonho antigo, ver aqueles cânions. Agora vou em busca da foz do Velho Chico.

    Dicas: Quando você chegar até a beira do Velho Chico, faça uma reverência, o rio precisa e merece. Para chegar até o Karranca´s, fica esperto, porque a estrada oficial tá bloqueada, caiu a ponte. Pergunte para alguém de lá, eles te ensinam o novo caminho, que começa um pouco antes da rotatória. Curta o passeio pelos cânions, não entra numas de tomar todas (como a maioria da turistada faz...) e não curtir a energia daquele lugar. É um lugar mítico. Se não quiser gastar uma grana a mais, coma em Canindé, ou em Piranhas (AL), que além de tudo é uma cidade bem interessante: Lampião e seu bando morreram na região.

    Marcelo Baptista
    Marcelo Baptista

    Publicado em 16/06/2016 17:39

    Realizada de 02/09/2008 até 27/09/2008

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    2 Comentários
    Renan Cavichi 16/06/2016 19:27

    Cara, que massa os Cânions! Deve ser bem legal fazer um percurso de caiaque também!

    Marcelo Baptista 16/06/2016 19:30

    Eu penso nisso até hoje, Renan. Essa trip tem 8 anos, e eu ainda acho que eu fiz pouquíssima coisa por lá!!

    Marcelo Baptista

    Marcelo Baptista

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    Rox
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    Montanhista, mochileiro, viajante, pai, conectado com as boas vibes do universo e com disposição ainda para descobrir os mistérios da vida.

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