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Marcelo Baptista 10/10/2015 12:25
    Viajando no Trem do Pantanal - Set/12

    Viajando no Trem do Pantanal - Set/12

    Trem turístico que cruza a planície pantaneira, saindo de Campo Grande (MS) a Miranda (MS). Ao som de Almir Satter e do canto dos pássaros.

    São Paulo – Campo Grande (MS) – (28/9)

    Já havia me decidido a fazer o Trem do Pantanal há alguns meses, depois de vários anos lendo e ouvindo sobre o trem que cruzava as planícies alagadas da região Centro-Oeste. Isso me obrigava a passar por Campo Grande (MS) mais uma vez. Estive na cidade pela última vez em 2004, em uma visita a alguns amigos. A sexta-feira gelada que se abriu para mim em São Paulo me fez montar uma mochila como quem vai para os Andes. Campo Grande costuma fazer frio também, e eu estava preparado para encarar uma possível friaca que viesse. Cheguei ao aeroporto uma hora antes do vôo, como manda o manual. Um pequeno atraso da empresa aérea, mas logo estávamos voando com céu limpo para Campão, como dizem alguns.

    Uma hora e vinte minutos depois, eu já estava em solo sul mato-grossense. Surpresa agradável: a temperatura batia os 27°C, o que me fez largar de vez o pesado casaco North Face que eu trajava. Achei o aeroporto bastante acanhado, o ponto positivo é que fica bem próximo ao Centro, cerca de 7 km. Peguei umas infos preciosas com o rapaz da Central de Informação, chamado Marcos, e liguei para um hostel meia boca que eu tinha pego na net, e comprei o bilhete para pegar o bus até o centro, ao custo de R$2,85. Só que a frequência do ônibus é irregular, e eu acabei pegando um moto táxi por R$8 até o hotelzinho.

    Paguei R$55 por um quarto com ar condicionado e TV a cabo. Mas estava em um local bem degradado da cidade, próximo à antiga rodoviária. Lugar tenso.

    Dei uma descansada e logo saí para dar uma andada pela região. Subi ao centro pela Av. Afonso Pena, uma das principais de Campo Grande. Muitas lojas, comércio, gente andando. A cidade, neste trecho, é muito agradável.

    Acabei achando uma unidade do SESC, onde entrei e fiz um lanche rápido. Voltei para o hotel, mas antes passei no mercado Municipal para levar um papo com o dono de uma banca que vende todo tipo de pimentas, um japonês simpático que eu já tinha conhecido em 2004.

    O guia Norival, grande conhecedor das histórias pantaneiras De volta ao hotel, dormi um pouco, e depois de um banho, resolvi sair um pouco e aproveitar as coisas boas da noite campo-grandense. Primeiro, um lanche bacana na Lanches Gugu. Quem conhece, sabe: lanche pelo interior do Brasil equivale a um jantar caprichado!

    Caminhei pela Av. Afonso Pena mais uma vez, dessa vez até a região dos bares, que se localiza mais ou menos na metade dessa importante avenida. Muita gente jovem, muita gente bêbada, muita gente esbanjando poder com carrões SUV. Me enchi daquilo e voltei para o hotel, fui dormir um pouco.

    Amanhã sigo para pegar o Trem do Pantanal.

    Campo Grande – Aquidauana (MS) – Miranda (MS) – (29/9)

    Acordei bem cedo, por volta das 6h20 para me preparar para a trip que viria a seguir: o Trem do Pantanal. Havia comprado a passagem com antecedência, e com desconto de 50% por ser correntista do banco Itaú. O preço: R$75. Era uma viagem que eu queria fazer há muito tempo, porque sou fissurado por qualquer tipo de viagem de trem.

    A saída estava marcada para às 8h, em uma estação bem afastada do centro, chamada Indubrasil. Mais uma vez peguei um moto táxi por R$20, e algum tempo depois já estava na estação de embarque.

    Indubrasil é uma estação toda reformada e preparada para receber os turistas que viajam pelo Trem do Pantanal. Esse público é formado basicamente por famílias e grupos de amigos, muitos senhores e senhoras de idade, e crianças. A empresa que faz o passeio (Serra Verde Express) é a mesma que faz o trecho de trem que desce a Serra do Mar paranaense e a serra capixaba. Um ator contratado para entreter as pessoas (Zé Catetu, figuraça) interage, tocando uma viola e fazendo umas brincadeiras com o povo. Tudo certo, o clima é bem amistoso e divertido.

    Como não podia faltar em um roteiro turístico, há um guia para ajudar a entender algumas coisas da viagem. O nosso guia foi o Norival, um cara esperto e de conhecimento excepcional a respeito da cultura pantaneira. Sempre que ele interveio, foi para dar alguma informação realmente interessante.

    Além das paradas para o almoço (Aquidauana, um calor infernal) e a parada final (Miranda, cidade simpática), o trem também para em Piraputanga e Taunay, esta última uma comunidade indígena Terena. Ficamos ali menos de 15 minutos, não consegui conversar com ninguém da comunidade, fiquei meio de saco cheio daquilo. Mas é o modo de operação de um roteiro turístico, que aliás não tem muito a ver com o meu espírito.

    .Conheci muitas pessoas interessantes: o Sr. José, de Arara (SP), um velhinho gente boa e com um história de vida de tirar o fôlego; outro senhor, nascido em São Paulo mas que mora há 35 anos em Campo Grande e foi testemunha de transformações incríveis na região; e os responsáveis pelo vagão-restaurante, o jovem casal Anderson e Camila.

    A cidade de Miranda (MS) se aproxima no final da tarde. O Sol já quase se pôs, e aquele lusco-fusco típico preenche o céu, onde já é possível ver uma Lua nascente cheia. A noite é simplesmente mágica por aqui.
    O calor é menor do que em Aquidauana, venta mais, mas isso não quer dizer muita coisa: só é possível ficar em lugar fechado se tiver um ar condicionado ligado. Me hospedei no Hotel Miranda, bem ao lado da estação de trem. Paguei R$40 por um quarto simples. Preço justo pelo serviço que oferece.

    Depois de um banho frio, sai e fui comer alguma coisa na praça de alimentação que se instala todo dia em uma avenida da cidade, paralela à linha do trem. São vários quiosques com lanches, refeições, caldos e sorvetes. Paguei barato por uma porção de filé aperitivo e duas brejas. A noite estava muito agradável, e fiquei ali de bobeira até onde o cansaço da viagem permitiu. Fui para o hotel pensando para onde irei amanhã.

    Miranda – (30/9)

    Hoje acordei mais tarde, com aquela preguicinha básica. Resolvi ficar por aqui e passar o domingo em Miranda. Assim que eu levantei, fui à rodoviária para ver os horários dos ônibus para Campo Grande, e depois fui caminhando até a ponte sobre o Rio Miranda, um rio de porte médio que fica a cerca de 2 km do centro. O rio estava barrento devido às chuvas de alguns dias atrás. O sol estava muito forte, queimando até em lugar protegido. Chutei a temperatura em algo em torno dos 40°C. Na sombra!

    Depois da visita ao rio, procurei um lugar para comer alguma coisa. Acabei achando um local legal para pegar um PF no mesmo boulevard da linha férrea. Depois de comer bem e pagar barato, voltei ao hotel pra dormir um pouco.

    Quando o sol baixou, saí e comprei as passagens para Campo Grande, por R$40. Previsão de 3h de viagem. Voltei ao centrinho e fui lá onde a movimentação das pessoas acontecia. Acabei entrando em um dos botecos mais arrumados de lá, chamado Bento´s (Rua Marechal Floriano Peixoto, 357. Tel.: 67 8406 8419). Fiquei um tempo ali conversando com a Mari, a atendente do bar. Papo interessante. Tomei algumas brejas, o calor realmente ajuda e muito nesse quesito. Mas o calor também ajuda a cansar mais rápido, e eu fui dormir.

    No dia seguinte, voltei para Campo Grande, de onde segui para a cidade de Costa Rica. Mas essa é uma outra história...

    Atualização 2015: revendo algumas informações, descobri que agora o Trem do Pantanal não parte mais da estação Indubrasil, na cidade de Campo Grande, mas sim diretamente de Aquidauana. Resolveram encurtar o percurso. Os numeros continuam os mesmo!

    Marcelo Baptista
    Marcelo Baptista

    Publicado em 10/10/2015 12:25

    Realizada de 28/09/2012 até 30/09/2012

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    Marcelo Baptista

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    São Paulo

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