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Mariana Ricatieri 05/10/2014 18:15 com 2 participantes
    Travessia Saco das Bananas | Ubatuba

    Travessia Saco das Bananas | Ubatuba

    Trekking de dois dias saindo da Praia do Pulso, seguindo até o Saco das Bananas e finalizando na Ponta Aguda. Litoral Norte de São Paulo.

    Trekking

    Final de férias, antes de encarar a maratona de aulas do primeiro semestre de 2010 nada melhor do que recarregar as baterias em uma trilha fantástica com os amigos.

    O convite para realizar a travessia do saco da banana foi enviado por email aos parceiros trilheiros e amigos cadastrados no blog que logo se prontificaram, formando um grupo de 9 pessoas.

    A trilha na região das praias do sul de Ubatuba próximas à divisa com Caraguatatuba passa por diversas praias desertas bem arborizada com uma grande diversidade de bromélias e árvores frutíferas com destaque as jaqueiras, goiabeiras, bananeiras, bananeiras e mais um monte de bananeiras, não é a toa que a região foi batizada de saco da banana, em vários trechos a trilha tem um aroma adocicado de fruta madura, que também ajudam a complementar o lanche.

    Hidratação não é problema durante a trilha, que é cortada por diversos veios de água, sendo que a maior tempo entre os pontos não passam de 30 a 40 minutos. O que sobra de água falta em sinal de celular, apenas em poucos pontos altos consegue-se algum sinal.

    Recebemos os amigos que chegaram de São Paulo (Edu Amador e Olavo) e Jundiaí (Marcão) na rodoviaria de Caraguatatuba por volta das 23h40 no dia 29 de janeiro, e de lá partimos com uma carona de nosso parceiro Américo em sua gloriosa Patcha (Land Rover) após alguns minutos rumo a Ubatuba pegamos a estrada de terra que fica antes da praia da Maranduba e logo chegamos a guarita do condomínio da praia do Pulso onde ajustamos as mochilas e head lamps e começamos a trilha. Eu, Américo e a Mari iríamos começar a trilha no sábado pela manhã junto com Alexandre.

    Seguindo pela esquerda da guarita pegamos uma trilha que leva à praia do Pulso, uma praia pequena, bem arborizada com casas de veraneio. Adiante mais uma pequena trilha leva a praia da Cassandoca, a última praia com acesso por carro pela estrada de terra.

    Com a noite clara com a luz da lua não era preciso usar as head lamps para curtir o visual paradisíaco da costa de Ubatuba, o clima quente, o som das ondas e a parceria dos amigos completavam a sensação inebriante.

    Ao final da praia da Cassandoca atravessamos o riacho, subimos a encosta e após alguns minutos pela trilha chegamos a Cassandoquinha. No final da praia pegamos uma pequena trilha que leva ao costão frequentada pelos pescadores, mas que não dava continuidade ao trajeto. Voltamos para a Cassandoquinha e encontramos a continuação da trilha seguinto pelo riacho em direção a mata. Logo no início desse trecho nos deparamos com uma subida bastante íngrime e escorregadia que exigiu algumas paradas para recuperar o folego.

    Seguindo pela mata logo começamos a escutar as ondas batendo no costão, que anunciava a proximidade com a praia da Raposa, a trilha que desce para essa praia passa despercebido durante a noite, como nenhum de nós conhecia o trecho tivemos de nos orientar pelas coordenadas do GPS para encontrar a descida. Enquanto nosso navegador gaúcho (Ederson) checava o GPS encontramos um veio d’agua que abrigava alguns pitus, entre eles um em especial era gigantesco com mais de 15 centimetros conseguiu surpreender a todos.

    Descendo alguns metros chegamos a praia da raposa por volta das 3:00 am, onde fizemos nosso primeiro acampamento.

    Barracas e redes montadas rapidamente preparamos a cozinha, onde Edu com ajuda do Olavo prepararam uma deliciosa feijoada. Enquanto a “ceia” estava sendo preparada não me contive em tirar algumas fotos noturnas da pequena praia deserta ecravada entre os rochedos.

    Vale lembrar que ambos os lados da praia tem pontos de água que facilitam a logística da cozinha.

    Depois da feijoada a barraca e as redes ficaram mais convidativas e não demorou muito para todos apagarem.

    Pela manhã quem estava esperando vorazmente do lado de fora da barraca pela sua refeição eram os borrachudos, repelente não é um item de luxo nessa região, deve estar entre os itens importantes.

    Depois de um café reforçado aproveitamos para curtir um mergulho enquanto esperávamos o restante do grupo que iria começar a trilha pela manhã e nos encontrar na Raposa. Infelizmente a visibilidade não é boa para mergulho, apenas pudemos observar algumas tartarugas marinhas que apontavam a cabeca na superfície e um cardume de uns peixes pequenos que formavam uma espécie de “mancha” na superfície.

    Assim que o restante do grupo chegou desarmamos acampamento e começamos o maior trecho do percurso que leva da praia da Raposa até a praia do Simão com tempo médio de 4 horas (com mochilas pesadas), a trilha passa próximo a pequenas casas de nativos e alguns pontos trechos descampados ideal para um lanche.

    Antes de chegarmos a praia do Simão passamos pelo saco da banana, onde encontra-se um bananal que sobe mata a dentro, próximo a praia de águas abrigadas há um antigo vilarejo com poucas casas e uma escolinha abandonada.

    Alguns minutos de caminhada depois pudemos vislumbrar a praia do Simão do alto do morro, uma praia exuberante de ondas fantásticas ideal para prática de Surf. A praia bem arborizada é um convite para um acampamento e lá passamos a noite curtindo uma lua fantástica e arroz carreteiro com direito a brigadeiro de sobremesa.

    Na manhã seguinte o nascer do sol foi espetacular. Depois de algumas fotos voltamos um trecho da trilha até a pequena praia do saco da banana para fazer um mergulho. Mais uma vez o mergulho não foi dos melhores apesar da visibilidade não estar das piores a diversidade marinha é pequena, poucos corais e peixes. Mesmo gostando muito de um mergulho achei que o peso do equipamento não valeu a pena para essa travessia.

    Na volta do mergulho Edu e Olavo voltaram pelo mar beirando a costa enquanto Eu, Américo e Marcão voltamos pela trilha, Américo acelerou o passo e seguiu na frente, Eu e Marcão seguindo o percurso tivemos uma das mais engraçadas cenas que pude presenciar em uma trilha.

    Dois lagartos assustados que tomavam sol no caminho correram desvairadamente em nossa direção e nos pregaram um grande susto. Ao ver o bicho se aproximando saltei para fora da trilha, o lagarto que vinha na frente fez o mesmo para o lado oposto, o segundo, mais enlouquecido seguiu em frente e passou por entre as pernas do Marcão que saltou com o susto, lamento até agora não estar com uma câmera para fotografar a cena, mas posso garantir que foi hilário.

    Chegando ao acampamento contamos o “causo” para o restante do grupo, tomamos um belo banho na ducha gigantesca construída em um pequeno riacho que fica próximo a melhor área de acampamento da praia.

    Levantamos acampamento e seguimos ao último trecho até a praia da Lagoa e Ponta Aguda, essa trilha é uma das mais belas do percurso pela vegetação densa e diversificada. Encontramos também 2 Cobras Jararacas, uma delas enrolada em um dos riachos que corta a trilha, vale atenção redobrada onde forem descarregar as mochilas para pegar água. (sem prestar atenção soltei minha mochila a 3 palmos da Jararaca, um bom susto para ficar esperto).

    Ao chegar na praia da Lagoa Américo e Alexandre (que sairam mais cedo do acampamento do Simão com parte do grupo) estava a nossa espera já com o carro enquanto um grupo de amigos de Caraguatatuba nos esperava na praia da Ponta Aguda com um belo churrasco, cerveja gelada e um peixe assado na brasa com gengibre, algo surreal para um final de trilha.

    Mas antes relaxar e saborear a comida tivemos alguns minutos tensos pois Marcão que saiu com o primeiro grupo e fez o percurso lentamente para esperar o grupo que vinha na sequência não estava com nenhum dos grupos e não encontramos na trilha. Alguns minutos depois conseguimos localiza-lo pelo celular na praia da Tabatinga que fica mais a frente, depois de esperar bastante, como o segundo grupo não chegava pegou uma carona para encontrar com o pessoal no final da trilha sem saber do desvio para a Ponta Aguda. Enfim, o susto valeu uma lição, sempre marcar pontos de encontro não muito distantes para reunir o grupo e seguir adiante, vale também montar uma lista com todos os celulares para que todos tenham os contatos.

    Depois de tudo, só relaxar com uma cervejinha, um belo churrasco ao som do violão do Carlos Grilo e companhia!

    Valeu galera, até a próxima!

    Mariana Ricatieri
    Mariana Ricatieri

    Publicado em 05/10/2014 18:15

    Realizada de 19/02/2010 até 20/02/2010

    2 Participantes

    Renan Cavichi Piá Ventura

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    5243

    5 Comentários
    Claudio Luiz Dias 01/03/2016 14:54

    Mari, vc acha possível fazer essa trilha em 1 dia? Ao invés de voltar ao ponto inicial na Caçandoca, pensava em seguir em frente até a Tabatinga. Muito pesado?

    Vera Balata 16/06/2016 11:20

    Nossa!!! Tudo de bom :)

    Mariana Ricatieri 16/06/2016 20:08

    Olá Claudio, não tinha visto a mensagem! Sim, nessa trilha seguimos da Caçandoca até a Tabatinga, andando bem e sem equipamento de camping é possível fazer em 1 dia toda a travessia, apesar de ser mais cansativo e não aproveitar tanto!

    Mariana Ricatieri 16/06/2016 20:08

    Obrigado Vera! :)

    Claudio Luiz Dias 16/06/2016 20:46

    Valeu Mari. Vou me programar. bj

    Mariana Ricatieri

    Mariana Ricatieri

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