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Peter Tofte 09/11/2018 09:07
    Cagador

    Cagador

    Cagador é o nome de um pesqueiro em Arembepe, ao norte de Salvador. Pescadores reportaram a existência de um naufrágio. Fomos conferir!

    Mergulho

    Este é um relato atrasado, de um mergulho que ocorreu em 2015. Apesar do atraso, a beleza das imagens no vídeo valem a publicação.

    László Mócsari e Marcelo Rosário souberam por dois pescadores a possível existência de um naufrágio em Arembepe, litoral norte de Salvador. Segundo os pescadores, as linhas de pesca fisgaram objetos feitos pelo homem. Daí a suspeita de que houvesse um naufrágio no fundo.

    Arembepe fica a 46 km ao norte de Salvador, na estrada do Coco. É conhecida pela sua aldeia hippie ali instalada nos anos 70.

    Rumamos para lá na lancha Blue do László e após uma hora e pouco de navegação chegamos diante do povoado, onde aguardamos os dois pescadores que vieram num bote e subiram a bordo.

    Fomos então para o pesqueiro, cuja marca eles conheciam, denominado "Cagador" (não sei a razão do nome e nem perguntei kkkkk). Ficamos na espectativa, olhinhos brilhando, porque bons pesqueiros as vezes são indicação de naufrágios (eles são atratores de vida marinha).

    László e Marcelo cairam de rebreather (circuito fechado) e eu com uma dupla de cilindros de aço de 15 litros cada um (circuito aberto) - pesadíssimo, e ainda com mais dois cilindros de stage (usados na descompressão, durante a subida - Nitrox EAN 40 e oxigênio puro).

    Carregado de cilindros. Os cilindros nas costas (dupla de aço) tem o gás de fundo. Os cilindros laterais tem a mistura gasosa Nitrox e o oxigênio para descompressão.

    Marcelo Rosário com a camera fotográfica na mão. Eu, logo atrás, segurando a carretilha.

    Fundo bonito a 48 metros, muito peixe, cardumes grandes de guaricema (também conhecido como xarelete ou guarajuba).

    Avistados também, em torno de alguns isolados cabeços de coral, piraúnas, um cangulo-rei, barbeiros, belos frades reais, yellowcheek wrasse juvenis (não encontrei o nome em português) e pirás. Os casais destes últimos costumam fazer pilhas de pedras calcárias no fundo.

    Mas nada de naufrágio. Provavelmente os objetos encontrados nas linhas de pesca eram itens (lixo) jogados por barcos de passagem pelo local. Achamos apenas uma tijela, mas isolada, sem outros objetos na redondeza.

    Fazendo a busca com o padrão circular em torno da âncora. O cabo da âncora é o de cor branca, no meio da foto.

    Recolhendo o cabo guia na carretilha, para voltarmos ao cabo da âncora e subirmos para o barco. Observe que eu, de circuito aberto (equipamento scuba convencional) solto bolhas, enquanto o Marcelo não (circuito fechado - rebreather). No video se percebe facilmente.

    Ficamos cerca de 40 minutos no fundo e eu tive mais 80 minutos de descompressão. Voltamos para a superfície felizes, apesar de nada encontrar. Foi um bom mergulho num belo ponto do mar da Bahia.

    Os naufrágios são propriedade da União e a descoberta de um novo sítio submerso, de valor arqueológico, deve ser comunicado à Marinha do Brasil. São comparados a cápsulas do tempo, trazendo informações valiosas sobre o passado e a história da navegação.

    Fotos e vídeo: László Mócsari e Marcelo Rosário.

    Peter Tofte
    Peter Tofte

    Publicado em 09/11/2018 09:07

    Realizada em 25/04/2015

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    Peter Tofte

    Peter Tofte

    Salvador, Bahia

    Rox
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    Carioca, baiano de criação, gosto de atividades ao ar livre, montanhismo e mergulho. A Chapada Diamantina, a Patagônia e o mar da Bahia são os meus destinos mais frequentes.

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