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Peter Tofte 01/04/2020 10:10
    Destroier

    Destroier

    Mergulho com László Mócsari num empedrado a 12 milhas náuticas de Salvador, a 45 m. de profundidade. Lugar bonito, com boa vida marinha

    Mergulho

    Embarcamos na Blue sábado cedo, rumando para a Pedra da Baleia, ponto com 70 metros de profundidade. Durante o caminho descobrimos que a ecosonda do barco não funcionava. Provavelmente uma fiação solta. Não conseguimos resolver o problema.

    Saindo da marina. Elevador Lacerda ao fundo. Uma canoa havaiana em primeiro plano.

    Saindo da Baía de Todos os Santos. Prédios do Corredor da Vitória.

    Como a Pedra da Baleia exige sondagem para descobrir o ponto certo para lançar ferro decidimos mudar a rota e ir para o Destroier 2, um empedrado bem amplo, a 45 metros de profundidade. Seria bem mais fácil acertar o ponto sem a ecosonda.

    Ao chegar, após o check list final, caímos na água. László novamente usava seu rebreather duplo.

    Uma correnteza dificultava nossa descida, tornando-a lenta. Entramos numa termoclina a 30 metros e a temperatura caiu de 26-27º C para 24º C. A visibilidade, que estava excelente na superfície, caiu para 10 a 15 metros.

    No fundo começamos a percorrer o maravilhoso empedrado. Pedras no formato de colunas, arcos e outras formas exóticas, permitiam que passássemos entre elas ou por baixo delas.

    László com seu rebreather duplo entre as pedras.

    Uma grande tartaruga se aproximou de nós, permitindo um close, provavelmente curiosa devido a luz da filmadora do László (veja vídeo). Avistamos duas baitas moreias amarelas. Apesar da aparência nada inofensiva, normalmente são tranquilas. Mas László tem precaução em relação a elas, já observou comportamento agressivo, pois são territorialistas.

    Também compareceram uma caranha grande (que havíamos visto no último mergulho) e alguns olhos-de-boi avantajados. Notamos que eles também são atraídos pela luz da cãmara.

    Com uma hora, chamei o mergulho, pois estava com frio.

    Na subida, a descompressão planejada, de hora e meia, durou quase três horas, pois László apresentou sintomas de DD (Doença Descompressiva). Ele acenou para mim e apontou para o cotovelo. Na hora não entendi, achei que se referia a algo na roupa de neoprene. Quando ele começou a descer, ao invés de subir, caiu a ficha. Estava sentindo alguma pontada de dor nas articulações, principal característica da DD (que é chamada de “bends” na língua inglesa por esta razão).

    A DD é causada pelo gás inerte (nitrogênio e/ou hélio) que se dissolve nos tecidos do corpo humano devido a pressão cada vez maior, com a profundidade e o tempo de exposição. Se subirmos rápido demais formam bolhas que entopem as veias com uma série de consequências. Nos casos mais graves leva a paralisia e morte. Por isso se sobe devagar e com paradas para permitir o gás sair do corpo sem problemas, observando as paradas de descompressão calculadas pelo computador.

    Ao descer para uma profundidade maior László fez uma recompressão, ou seja, voltou a comprimir os gases inertes de modo a eliminar as bolhas. Depois de certo tempo, ao sentir que a dor desapareceu, voltou a subir, porém adicionando mais 50% de tempo nas paradas de descompressão, ou seja, uma margem de segurança. É um protocolo de recompressão na água. Ele é médico hiperbárico e sabe o que faz.

    Sorte que o mar não estava agitado, e a demorada descompressão foi muito confortável.

    László em primeiro plano. Eu um pouco acima, ambos numa parada de descompressão. Na superfície, atrás de mim, a lancha. Estamos presos ao cabo da âncora por jon lines, tornando mais confortável a deco.

    A bordo László comentou que acredita que nesta faixa de profundidade, 45 metros, o algoritmo do computador de descompressão (que calcula as paradas) deve ter algum problema. E a segunda vez que ele tem um início de DD. Para profundidades maiores não teve problemas.

    Perfil do mergulho registrado pelo computador.

    Cansado, assim que subi a bordo. A água na superfície estava muito limpa. Olhem o azul do mar!

    Mais um grande mergulho com o mestre László!

    Crédito das imagens: László Mócsari.

    Peter Tofte
    Peter Tofte

    Publicado em 01/04/2020 10:10

    Realizada em 16/02/2020

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    1 Comentários
    Bruno Negreiros 01/04/2020 16:13

    Que irado!!

    Peter Tofte

    Peter Tofte

    Salvador, Bahia

    Rox
    3828

    Carioca, baiano de criação, gosto de atividades ao ar livre, montanhismo e mergulho. A Chapada Diamantina, a Patagônia e o mar da Bahia são os meus destinos mais frequentes.

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