Depois que saímos do Parque Estadual Sete Passagens (vide relato) fomos para Jacobina onde Lucia visitou amigos e passamos uma noite em hotel.

A cidade não é bonita, mas fica perto de montanhas lindas, escarpadas, da serra de Jacobina.

A serra da Jacobina é uma cadeia montanhosa localizada na microrregião de Senhor do Bonfim, no norte do estado da Bahia, congregando um complexo de serras ao longo de 220 quilómetros de extensão (fonte: Wikipédia).

No dia seguinte fomos para Itaitu, que recomendaram muito visitar. Fica apenas a 25 Km de Jacobina. É um vilarejo de 400 habitantes localizado ao pé da serra, mas do outro lado em relação a sede do município.

É uma Capão (Chapada Diamantina) de 20 anos atrás. Mas a especulação imobiliária já mostrava suas garras.

Fomos para os Chalés Payayá (nome de uma antiga tribo indígena da região), que já havia visto no Instagram. Tem uns chalés simples, mas charmosos, com vista exuberante para a serra. E várias cachoeiras na proximidade.

Tem dois modos de chegar lá. Um direto, sem passar pelo povoado, e outro atravessando Itaitu. Escolhemos este último, o pior, por ignorância. Logo antes do camping o carro patinou numa ladeira enlameada. Não dava para subir. O jeito era descer de ré. Porém na descida o carro sambou e foi em direção ao acostamento e encostou num barranco. Resultado, não podia descer de ré e nem ir para frente (patinava).

Fui buscar ajuda numa construção ali pertinho. O arquiteto e dois pedreiros vieram e me ajudaram a desatolar. Gente boa. Se não teríamos que esperar um trator, que soubemos depois, estava já ocupado desatolando outro veículo num local longe dali.

Estacionamos o carro no terreno do loteamento ao pé da ladeira e eu e Lúcia subimos a pé até os chalés levando nossas mochilas. Passamos na construção para agradecer ao pessoal. O arquiteto estava construindo duas lindas casas na encosta do morro, de alto padrão.

Ao chegarmos na Payayá fomos recebidos pelo simpático casal Iuri e Marília e colocamos as coisas num chalé, Iuri me disse que viemos pelo caminho ruim com chuva e propôs mostrar o caminho bom pelo outro lado. Lá fomos nos e pegamos o carro fazendo um balão de 6 km. Mas estacionei ao lado do camping.

Iuri também tem um sítio na vizinhança onde está construindo uma casa e pretende plantar uma agro floresta, prática sustentável de agricultura muito bonita e eficiente.

As instalações são simples, possuem 9 chalés. Oferece uma cozinha comunitária, dois chuveiros e dois sanitários. De noite ligam várias lâmpadas penduradas entre os chalés e fica bem charmoso.

Após o jantar ficamos sentados na porta do chalé bebendo vinho.

Pela manhã visitamos uma amiga de Lucia que estava construindo uma casa nas imediações. Juntos fomos até a bela cachoeira de Piancó, uma das inúmeras da região.

Retormarmos ao chalé no final da tarde.

Por do sol atrás da serra.

Chalé simples mas confortável (para quem dorme no mato). Bebendo vinho em canecas.

Dia seguinte visitamos a pequena cascata do Coxinho, a meia hora a pé do camping. Banho relaxante. De tarde fomos de carro até a Véu de Noiva, acima de Itaitu, por uma bonita estrada calçada.

Trilha fácil para a linda cachoeira, acessível para todos os públicos. Meia hora de caminhada a partir do estacionamento. Estava com um bom volume de água. Tomamos um bom banho nadando no poção. Havia apenas mais duas pessoas lá.

Visitei ainda o topo da cachoeira para mais fotos. Visão bonita do belo vale em que fica a queda d’água. Embora seja proibido acampar (o local é uma RPPN) vi indícios de acampamento.

Ótimo lugar para acampar pouco antes da queda da Véu de Noiva.

Na volta vi formigas de correição na trilha. Fiz o devido desvio para não as perturbar e não ser mordido. Elas rapidamente sobem no calçado se pisar no caminho delas.

Decidimos comer algo em Itaitu. Todos os restaurantes fechados menos um. A maioria só abre no final de semana. Comi dois pasteis de queijo e Lucia, um cuscuz com recheio de frango. Compramos vinho num mercadinho pois o estoque que trouxemos de Salvador tinha acabado misteriosamente...

Acima dos telhados de Itaitu a silhueta da serra.

Saindo de Itaitu direto para os chalés (sem usar o balão) conseguimos subir de carro a bendita ladeira. Dois dias de sol secaram bem o barro.

Nesta noite bebemos vinho deitados em redes, com a companhia do Montanha, um gato super felpudo e e do Max, um pastor alemão.

Ficamos duas noites como únicos hóspedes no Payayá.

Dia seguinte iríamos para Pindobaçu, relato que já antecipei aqui no Aventure Box. O planejamento inicial era primeiro ir para lá, mas as estradas enlameadas recomendaram ficar antes em Itaitu para esperar secar com o tempo melhor.

COMENTÁRIOS

O Payayá é charmoso e tem vista espetacular para as montanhas e para duas cachoeiras. R$ 60 por pessoa nos chalés (dezembro de 2022). Não permitem o uso de tenda, portanto não é um camping. Costuma encher no final de semana. É bom fazer reserva. Melhor ainda é ir em dia de semana.

Os chalés são simples, sem banheiro. Apenas com colchonete espesso. Leve saco de dormir e travesseiro.

Soube depois por um amigo que esteve pouco depois em Itaitu, do camping Serra Azul, a apenas 100 metros da vila. Local lindo!

Fotos: André Clemente Correia.

Itaitu é uma gracinha e tem muitos atrativos na região. Muita cachoeira. Vale a visita antes que vire uma nova Capão (do jeito que está agora).