Payayá também foi uma grata surpresa nestas férias.

Depois que saímos de Pindobaçu (ver relato) fomos para a cidade de Saúde onde pernoitamos numa pousada. O pessoal recomendou uma visita a cachoeira do Payayá.

Após o café da manhã, saímos da cidade rumo Norte pela BA 131 e a apenas 5 Km de distância tomamos uma entrada a esquerda. Estrada de terra, mas tranquila. Bastava seguir direto. Até que encontramos o rio Payayá. Não havia ponte. O carro deveria seguir por cima de um leito de rio constituído por pedras. A altura da água deveria ser algo em torno de 30 cm. Se o carro (não é 4X4) ficasse preso ali entre as pedras, sifu.

Olhando o Wikiloc vi que na verdade o começo da trilha tinha ficado um pouco atrás. Não precisávamos na verdade atravessar o rio.

Dei ré até um ponto em que era possível girar o carro e estacionar. Neste momento apareceu uma pickup que tinha acabado de atravessar o rio. Era o fazendeiro que possuia terras justo na outra margem e voltava da sua fazenda. Havia uma ponte no rio, ele explicou, mas uma enchente carregou. Olhei com admiração o velho modelo da Toyota/Hilux.

O seu Edmilson, o simpático fazendeiro, descobriu que Lucia e ele tinham uma conhecida em comum na cidadezinha de Saúde e aí a conversa correu solta. Ele gentilmente sugeriu a gente acampar em suas terras do outro lado do rio. E ainda autorizou pescar tilápias nos seus tanques de criação, se desejássemos!

Muito boa proposta. Assim não precisaríamos carregar as mochilas por uma hora até a cachoeira. Adicionalmente a Payayá está numa RPPN onde é proibido acampar.

Nos despedimos do seu Edmilson e prendi na cintura apenas uma pochete (a bolsa superior da mochila) com câmera e lanche de trilha e partimos.

Mirante no topo da subida inicial da trilha. Vista para o vale do rio Payayá.,

A trilha para a cachoeira Payayá é bem mantida e percorre uns trechos bonitos.

Levamos uma hora para chegar na queda d’água. Que lugar lindo! Tem até uma praia de areia. E um banco de areia que permite ficarmos sentados no meio do poção com água na cintura.

Poderíamos acampar na areia da praia mas, além da proibição, um amontoado de galhos mais acima mostrava que a água cobriria aquela área se houvesse bastante chuva.

Nadar, tomar sol e fotografar. Havia apenas mais um casal lá.

Saímos da cachu as 15:30.

Córrego no caminho de volta. Deságua no rio Payayá.

Cogumelo no bosque.

De volta ao carro pegamos as mochilas e atravessamos o rio.

O ponto indicado por seu Edmilson ficava na margem esquerda verdadeira, a apenas 500m ou menos da travessia. Lugar muito bonito. Não arriscaria ficar ali se houvesse a possibilidade de muita chuva, mas a previsão era de tempo bom.

Armamos a tenda, tomamos mais banho de rio e preparamos a comida.

Esta tenda pesada (TNF Mountain 25) é boa para car camping ou distâncias pequenas, pelo conforto que oferece.

Se houvesse ameaça de chuva não acamparia tão perto da margem.

Jantamos no escuro com as headlamp acesas. Botei a minha na luz vermelha porque a luz amarela/branca atrai muito inseto voador, perigando cair na comida. Mesmo assim um vagalume mergulhou no meu risoto. Mais que depressa tirei-o com a colher, para impedir que se queimasse.

Ele ficou meia hora numa rocha atordoado, se recuperando e depois saiu voando, para nossa alegria. Neste processo descobri que as luzinhas do vagalume na verdade não ficam na parte traseira (no rabo) mas na parte lateral do corpo, pouco atrás da cabeça, uma de cada lado.

Nosso local de banho e onde jantamos de noite.

Noite tranquila, céu bonito e estrelado. Para comemorar abrimos um vinho.

De manhã a faina de preparar o café e desarmar nossa casinha. Nosso objetivo agora era Caem, cidade pouco depois de Saúde, onde subiríamos e acamparíamos junto as ruínas da Igreja das Figuras, cujas fotos na internet me chamaram a atenção.