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Peter Tofte 01/14/2024 12:23
    Zero Deco

    Zero Deco

    Mergulho de quase 3 horas com zero descompressão no belíssimo Cascos, cheio de vida marinha. Vídeo bonito do László Mocsári.

    Diving

    A Bahia é privilegiada em termos de mar. O maior litoral do País, algumas das mais belas praias e pontos de mergulho sensacionais, de diversos tipos. Com hora e meia de lancha a partir de Salvador chegamos na borda da plataforma continental para mergulhos abaixo dos 100 metros. Já na saída da Baía de Todos os Santos com 10 minutos de navegação temos pontos de 70 metros.

    Decidimos ir para os Cascos, formação rochosa a 18/20 m de profundidade. Algumas estruturas lembram os chapeirões de Abrolhos. László queria levar sua filha Dani para conhecer, de sidemount e 4 cilindros S80 com EAN 42. Eu e László iríamos com rebreathers. Ela acabou não indo devido a uma gripe. Fomos apenas os dois.

    A meia hora de navegação dos Cascos ficamos preocupados porque a água não estava limpa. Mas a medida que nos afastávamos da boca da baía a água limpava e no ponto estava boa. A 3 metros de profundidade já conseguia delinear o fundo a 20 metros.
    Começamos a percorrer o extenso fundo. Os Cascos são um empedrado formando uma cordilheira submarina lembrando cascos de barcos naufragados (daí o nome). Do fundo ao topo destas rochas deveria ter 4 a 5 metros de altura. Elas estão em meio a um areal.

    As formações agora estão tomadas pelo coral sol, uma espécie invasora que veio do Pacífico de carona na estrutura submersa de plataformas de petróleo. Inclusive notei que algumas espécies nativas desapareceram em relação a um mergulho que fiz lá em 2006. Não vi, por exemplo, o coral fogo. Das espécies nativas apenas vi a Montastrea cavernosa e a Mussismilia hispida. Seria a competição com o coral sol ou o aquecimento global (branqueamento) ou ainda sedimentos na água? Creio que tudo junto.

    Mas peixe tinha muito! Barrigudinhas nas fendas das rochas, salemas, bodiões batata e fantasma, barbeiros, frade real, guarajubas, ciobas pequenas, xiras e frades, entre outros. Grandes cardumes de cambubas (ou cocorocas). Tínhamos que pedir licença para passar ou esperar o sinal fechar para eles.

    Não vi lagostas e sapatas, que avistava fácil em 2006. A caça submarina deve ter reduzido muito o número.

    Para percorrer boa parte da extensão dos Cascos tivemos que usar 3 carretilhas, uma emendada na outra. Caso contrário poderíamos nos perder e não voltar ao cabo da âncora e ao barco.

    Quase 3 horas de fundo. O incrível é que subimos sem necessidade de descompressão (deco)! Dava risada quando lembrava que 20 minutos a 130 metros nos obrigava a pelo menos 3 horas de deco.

    Na volta pegamos um Nordeste indócil com carneirinhos. Mais de uma vez tomamos uma ducha de água salgado no fly da lancha Blue.

    Em anexo vídeo bonito do László Mocsári mostrando bem a riqueza da vida marinha.

    Um pedacinho do coral sol que estava solto.

    Peter Tofte
    Peter Tofte

    Published on 01/14/2024 12:23

    Performed on 01/13/2024

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    Peter Tofte

    Peter Tofte

    Salvador, Bahia

    Rox
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    Carioca, baiano de criação, gosto de atividades ao ar livre, montanhismo e mergulho. A Chapada Diamantina, a Patagônia e o mar da Bahia são os meus destinos mais frequentes.

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