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Renan Cavichi 05/10/2014 18:23 com 7 participantes
    Pico do Corcovado em Ubatuba

    Pico do Corcovado em Ubatuba

    Umas das trilhas mais intensas que já fiz, quase 8 horas de escalaminhada na serra do mar com visual fantástico do litoral norte.

    Trekking Montanhismo Acampamento

    Depois de algumas dezenas de emails de planejamento, chegou o dia do trekking no Pico do Corcovado em Ubatuba, nessa aventura reunimos os amigos Lex Blagus e Joana Rocha de São Paulo, Kad Carolina de Rio Grande da Serra, Carol Emboava de Taubaté, Jeff de Mogi das Cruzes, Eu (Renan Cavichi) e Ederson R. Wagner (Piá) de Caraguatatuba.

    Recebemos os amigos na sexta-feira a noite no dia 27/03/2010, na rodoviária de Caraguatatuba para iniciarmos a aventura na manhã seguinte, é claro que para matar a saudade preparamos um belo churrasco!

    Por volta das 9 horas do sábado, pegamos o ônibus sentido Ubatuba e descemos no ponto de ônibus em frente a praia dura, entrada para a praia da Fortaleza (que por sinal é um ótimo ponto de mergulho).

    Tentamos encontrar algum transporte para ir da estrada (Rio-Santos) até o começo da trilha, o trecho é de aproximadamente 4 Km dentro do bairro do Corcovado. Como não conseguimos nenhum frete e os horários de ônibus que entravam no bairro eram poucos, começamos a fazer o trecho a pé.

    Depois de alguns minutos de caminhada encontramos alguns moradores do bairro, e conseguimos uma carona até o início da trilha, onde encontramos um belo riacho para se refrescar e tirar algumas fotos antes de encarar a subida ao pico.

    Jeff Almeida:
    A trilha, a princípio, mostrou-se bem tranquila, tendo apenas uma leve inclinação e sendo bem aberta. Porém, a Mata Atlântica logo mostrou sua verdadeira face através de muita umidade no ar e inclinações que, em certos pontos, ultrapassavam os 70 graus. Com a soma destes dois fatores nossos corpos começaram a dar sinais de fadiga e, nesse ponto, foi fundamental o apoio dos colegas que ora seguiam na frente incentivando, ora sabiam respeitar os limites de todos.

    Paradas para descanso foram fundamentais para conseguirmos alcançar nosso objetivo e, por diversas vezes, os momentos de contemplação da paisagem ou para tirar fotos tornavam-se verdadeiros “oásis no meio do deserto” para todos.

    Até mesmo nosso acidental encontro com uma pequena, mas encantadora, cobra proporcionou-nos agradáveis minutos de descanso enquanto aguardávamos o ofídio retirar-se calmamente do caminho. Piadas e momentos de descontração também foram de extrema importância motivacional.

    Renan Cavichi:
    Vale lembrar da variedade de bromélias que se adaptaram bem ao clima dessa região e são presença marcante em toda trilha.

    Na subida, um dos pontos de água que fica à esquerda de uma bifurcação, passou despercebido, e sem recarregar os camel bags passamos um bom trecho racionando água.

    Fica essa dica aos próximos exploradores: fiquem atentos aos pontos de água no GPS pois a distância entre os pontos são trechos longos e bem acentuados.

    Carol Emboava:
    O meio do trajeto é marcado pela “Igrejinha”, mas não esperem uma Igreja, Capela ou algo parecido, rs… é apenas uma formação rochosa. É preciso uma escalaminhada (sem mochila, ufa!) pra chegar no topo da rocha. O visual lá em cima é lindo. Mas se quiser poupar energia, 5 minutos mais pra frente há um mirante com a mesma vista (o que fomos descobrir só depois, claro, rs!)

    Ederson (Piá):
    Devido à intensidade da subida, tivemos dois casos de pré desidratação (Kad e Tchê). Numa empreitada desse porte é muito importante andar com algum repositor eletrolítico pois a água, por si só, não repõe alguns mineirais necessários para nossa real hidratação.

    Fomos salvos pelo nosso pseudo professor bugiganga Jeff que estava com alguns pacotes de um pó-mágico-ruim-de-gosto-prá-cacete que nos deu um up para continuar a caminhada, ou melhor, trepada (cuidado com a imaginação)

    Jeff Almeida:
    Ao chegarmos ao acampamento base semi-mortos de cansaço por volta das 20h, alguns ainda tiveram forças para, em meio à sons de trovão fazer o ataque ao cume. Mochilas no chão e Lex, Carol, Renan e eu (Jeff) colocamos novamente o pé na trilha. Nesse ponto, talvez pelo entorpecimento do cansaço, seguíamos mais correndo do que andando mata adentro, tendo, inclusive, o Lex a frente de peito aberto enfrentando um sem-número de teias de aranha que fechavam o caminho.

    Renan Cavichi:
    Ao chegar ao cume, o êxtase de missão cumprida foi marcante, depois de encararmos mais de 7 horas de “escalaminhada” chegar ao cume é uma sensação indescritível.

    A vista não foi das melhores, a névoa era espessa e impedia qualquer visibilidade do litoral ou do vale, como os raios começaram a ficar mais intensos e o cansaço acumulado durante o dia começou a bater, resolvemos voltar, levantar acampamento e preparar o jantar.

    Ederson (Piá):
    Em quanto preparávamos um arroz carreteiro, um antepasto de salame segurou a fome, todos se juntaram debaixo da lona do Tchê (camping com rede) e ficamos um tempão lá batendo papo. Fomos surpreendidos pela lesma tamanho família que, entre as sombras, parecia uma cobra.

    Carol Emboava:
    Acordamos (eu, Jeff e Renan) às 4:40, arrumamos um pequeno café da manhã na mochila e fomos mais uma vez atacar o cume do Pico do Corcovado, dessa vez com a intenção de ver o sol nascer, se São Pedro colaborasse! Saímos às 5:00h e com 50 minutos de caminhada morro acima estávamos presenciando um lindíssimo nascer do sol. Momento único e indescritível. O visual estava perfeito, o céu com algumas nuvens, que coloriam mais ainda a paisagem.

    Muitas fotos, café da manhã, bate papo e iniciamos a descida para a área de acampamento às 9:00h. O resto da galera estava levantando quando chegamos, às 9:50h. Tomamos um segundo café da manhã (oba!), desmontamos as barracas, arrumamos as tralhas e enquanto o pessoal ia pro cume resolvemos nos adiantar com a descida, que seria longa e desgastante.

    Renan Cavichi:
    Dica: No cume há uma outra área para camping. Com tempo bom (sem raios) é a melhor opção para quem quer curtir o nascer do sol sem precisar acordar mais cedo e encarar 50 minutos de caminhada com muita teia de aranha ensopada de orvalho.

    A descida foi tranquila e sem contratempos, em um ritmo acelerado, fizemos todo percurso em 4 horas, dessa vez encontramos a bifurcação que leva a uma cachoeirinha, o ponto de água que passamos direto na subida.

    Chegando na estrada descobrimos os horários de ônibus que entram no bairro e voltam para Ubatuba, por sorte teríamos um por volta das 5 horas, 30 minuto de espera e já estávamos no ônibus.

    Da entrada da trilha até a estrada Rio-Santos (começo do bairro), são aproximadamente 20 minutos de ônibus, de lá foi só esperar o intermunicipal e voltar para Caraguatatuba.

    Depois de um belo banho e um lanche GRANDE e GORDO, fomos levar os amigos para rodoviária. O segundo grupo, que desceu algumas horas depois, já estava esperando por lá com passagens compradas.

    Arranhões e roupas surradas deixaram visíveis os sinais da aventura, Kad em especial parecia ter entrado em uma jaula de tigre e brigado com o bichano!

    Grande abraço aos amigos,
    Até a próxima!

    - Relato do nosso antigo blog Piá Ventura :)

    Renan Cavichi
    Renan Cavichi

    Publicado em 05/10/2014 18:23

    Realizada de 02/06/2010 até 03/06/2010

    7 Participantes

    Jeff Almeida Carol Emboava Joana Rocha Lex Blagus Ederson Rafael Wagner

    Visualizações

    8707

    16 Comentários
    Keila Beckman 29/08/2015 15:02

    Demais... Amei as fotos contraluz. Preciso fazer essa trilha. Ainda não conheço. Fiu fiu pra Carol Emboava... saradíssima.. rsrs

    Renan Cavichi 29/08/2015 18:30

    Obrigado Keila, vale a pena conhecer, o visual é fantástico e a trilha é bem puxada rsrs! Eu realmente queria fazer novamente, essa foi uma das primeiras, fica bem perto de aqui de casa! Se topar podemos marcar essa com André e ir fechando um grupo! Acho que Bruna Fávaro também não fez!

    Keila Beckman 29/08/2015 23:57

    Topo sim, dependendo de quando for ;)

    Jonatas Pereira 04/04/2016 21:15

    qual aplicativo que uso pra poder estar utilizando o mapa que vc fez?

    Jeff Almeida 05/04/2016 08:45

    Jonatas eu uso o GPX Viewer (Android), mas tem outros bem bons pra usar como o GPS Essencial, por exemplo. O Renan usou o GPS eTrex da Garmin nesta trip, se não me engano.

    Companhia de Canoagem 22/11/2016 19:22

    Muito bom! Essa trilha quebra muita gente que vai sem preparo. O acesso é fácil, então acham que o que vem depois é simples... :)

    Renan Cavichi 22/05/2017 17:30

    Na época foi uma das mais difíceis que me lembro! hahah super perrengue! Quero fazer novamente pra ver se era isso mesmo! :D

    Renan Cavichi 22/05/2017 17:37

    Aeeeee bem-vinda Kad! Agora sim a trupe completa! rsrs \o/

    Renan Cavichi

    Renan Cavichi

    Caraguatatuba - SP

    Rox
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    Apaixonado por atividades outdoor e aventuras. Explorar as belezas naturais do nosso mundo na companhia dos amigos é uma das minhas maiores felicidades.

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