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Monte Roraima

Monte Roraima

Um réveillon inesquecível no Monte Roraima. Início do primeiro projeto audiovisual do Sua Casa é o Mundo.

Trekking Montanhismo

O Monte Roraima entrou pra minha bucket list quando decidimos fazer o projeto Ponto Alto 10. Um projeto para chegar aos dez cumes mais altos do Brasil e montar uma palestra sobre nossas belezas naturais e a necessidade de preservá-las.

Na pesquisa dos 10 pontos identificando 3 com logística mais complexas (moramos no Rio). O Monte Roraima, e a dupla Neblina/31 de Março.

Decidimos, então, que começaríamos pelo Roraima.

Monte Roraima

A melhor maneira para chegar no cume do Roraima, considerando que o ponto mais alto do lado brasileiro é no marco da tríplice fronteira, é subindo pelo lado Venezuelano, no Parque Nacional Canaima.

O monte Roraima é um imenso tepuí, uma formação rochosa que lembra o formato de uma mesa, com falésias verticais e um grande platô como cume.

A melhor logística que encontramos para chegar lá de forma "independente" era voando para Boa Vista, pegando um táxi até Santa Elena de Uiarén e de lá seguir de 4x4 para a comunidade indígena de Paratepuy.

Eu e Bia gostamos de estar na natureza sem muita interferência de terceiros. Acreditamos que a atividade de se orientar, seja por carta/bússola, por GPS ou croqui, fazem parte da experiência e nos agrega bastante. Assim como não nos sentimos confortáveis com a ideia de pagar alguém para carregar nossas coisas (comida, barraca e dejetos).

Não nos agrada a ideia de contratar pacotes turísticos e a sistemática de visita ao Monte Roraima surgiu como um problema. O acesso pelo parque, na Comunidade de Paratepuy, é bem restrito. Todo grupo precisa ter um guia ou carregador local. Pesquisando alternativas, falei com alguns amigos Venezuelanos que conheci numa prova de trail run e me indicaram uma guia local. A Meru Pacchi.

Falei com a Meru que gostaríamos de ir, sem carregador, sem nenhum pacote, só com alguém nos acompanhando para poder entrar no parque. Ela disse que assim seria inviável e que sugeria que falássemos com mais amigos e poderíamos fazer um grupo. Poderia até ser um grupo heterogêneo. Com pessoas sem nada incluído (pacote simples) e outras com carregador, cozinha e tudo (pacote completo). Assim rolou.

1º dia - Boa Vista - Santa Elena Uiarén

No primeiro dia chegamos em Santa Elena, fomos para uma pousada indicada por Meru onde a encontramos e fizemos um briefing de toda a expedição.

2º dia - Santa Elena Uiarén - Paratepuy - Rio Tek

O segundo dia foi o dia de translado para a Comunidade de Paratepuy, onde preenchemos o cadastro com os guarda-parques e começamos a caminhada em direção ao camping do Rio Tek.

3º dia - Rio Tek - Campo Base

Do camping do Rio Tek a próxima parada é o acampamento Base. Esse é o segundo dia de caminhada e pra mim foi o mais desgastante. São 700 metros de variação altimétrica, num aclive pouco íngrime e contínuo.

4º dia - Campo Base - Campo Golf

Do acampamento base até o campo golf é o dia de menor deslocamento. É a subida da falésia. Um dos dias mais bonitos.

5º dia - Campo Golf - Hotel Quati

Do campo Golf para o Hotel Quati é o dia de passar pelo Ponto Tríplice. O encontro das três fronteiras e sétimo ponto mais alto do Brasil. No fim do dia, um acampamento no único local de camping do lado brasileiro.

6º dia - Hotel Quati - Proa - Hotel Quati

O quinto dia de caminhada começou com a admiração do nascer do sol no Roraiminha. A seguir seguimos em direção à proa. O extremo norte do tepui. Um dia que o tempo virou e pegamos uma chuva forte.

7º dia - Hotel Quati - Hotel Índio

Após alguns dias no monte, é hora de começar a voltar. Deslocamos em direção ao sul e paramos no hotel Índio, um curioso local de acampamento numa pequena falésia que lembra um "prédio".

8º dia - Hotel Índio - Rio Tek

O dia da descida é o dia de maior distância a percorrer. Desloca-se em um único dia o que foi caminhado no segundo e terceiro dia da trip.

9º dia - Rio Tek - Paratepuy - Santa Elena Uiarén

O último dia de caminhada é tomado por um gostinho de quero mais. Todo mundo muito queimado do sol escaldante, cansado pelo acúmulo de atividades mas sem vontade de sair daquele ambiente.

10º dia - Santa Elena Uiarén - Boa Vista

Santa Elena não é uma cidade bonita e a confusão política que asola a Venezuela nos convida a voltar o mais rápido possível para o Brasil. Assim o fizemos e o quanto antes nos organizamos pra volta. Da mesma maneira da ida, pegamos um táxi para Boa Vista.

A experiência

Visitar o monte Roraima foi uma experiência marcante. Nos fez repensar algumas críticas que fazíamos, principalmente com relação a preservação ambiental.

A obrigatoriedade de guia nos mostrou ineficiente no que tange a preservação. Observamos muita lixo e muitos lugares com fezes ao ar livre.

Entendo que o fato de se exigir a presença de algum nativo acompanhando as expedições alimenta o turismo local e é uma maneira de dar retorno à comunidade. Vejo isso com bons olhos e acredito que é de muito bom senso retribuir àqueles que vivem nos locais que visitamos. Por outro lado, me senti bastante constrangido ao ver os carregadores recolhendo e transportando os detritos das pessoas que nos acompanhavam.

Eu e bia, aproveitamos a oportunidade para testar o shit tube e erramos feio na escolha do cano. Comprei um pvc muito fino e ele acabou ficando muito grande. Gostamos da experiência, mas precisamos aprimorar.

A beleza do Monte Roraima é algo incrível. Uma energia espetacular e uma experiência bem interessante. Com prós e contras, mas certamente merece estar na lista de quem gosta de aventuras.

6 Comentários
Renan Cavichi 18/12/2017 10:00

Ficou demais o vídeo! \m/ Vocês estão acompanhando as notícias sobre o Pico da Neblina?

O vídeo é o nosso primeiro. A gente olha pra ele com um olhar super crítico. =D Com relação ao Neblina a gente desencanou um pouco. Quando liberar a gente vai! ;)

Renan Cavichi 18/12/2017 11:26

Rsrs sempre assim mesmo esse olhar crítico! Tem lugar que eu já fui que quero voltar para fotografar com outro olhar!

Renan Cavichi 18/12/2017 11:29

As vezes eu torço para liberarem mas na maioria das vezes eu torço para que não de certo! Acho que ainda temos que amadurecer um pouco pra um turismo outdoor sustentável de verdade... tem um projeto tramitando na FUNAI.

Bem por aí, acho q tenho torcido mais pra n abrirem mesmo. =D

Carlos Araújo 23/12/2017 20:59

Uaaaau!!! Que vídeo! Qual é o próximo monte? Abraços

Edinho-Sua Casa É O Mundo

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Criador do Sua Casa é o Mundo. Apaixonado por viagens, atividades ao ar livre e esportes de aventura. Acredita que sonhar é importante e realizar sonhos é fundamental.

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