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Suelen Nishimuta 11/01/2018 03:44 com 2 participantes
    Serra Fina em 5 dias! (Despacito)

    Serra Fina em 5 dias! (Despacito)

    Companherismo e empatia pra dar e vender por toda a Serra Fina! SPxRJxMG

    Trekking

    Olá queridos companheiros de aventuras!

    Como o tempo passa rápido! Passaram-se três meses desde a Travessia da Serra Fina e ao perceber isso vim o quanto antes a fim de não perder os detalhes.

    Bom, sem mais delongas, vamos lá!

    Quarta-feira, 11 de outubro de 2017. Travessia... Todo mundo empolgado, programado, com comida liofilizada e mochila pronta para o feriado, certo? Não!!!! Rs...

    Após longas horas tentando fugir do trânsito de São Paulo às vésperas de feriado chuvoso, já na rodovia Dutra sentido Itamonte-MG por volta das 19 horas, ligamos para o nosso Brother carioca Bruno para saber que horas chegaria no Hostel, uma vez que sairíamos às 6h da manhã para o início da trilha e somos surpreendidos com:

    Bruno: _Oi? Não sairíamos só na sexta-feira?

    Su: _Não, Bru. Sairemos dentro de algumas horas, vocês não acompanhou os grupos? Onde você está?

    Bruno: _Em casa, chegando do trabalho.

    Su: _E como você vai chegar lá?

    Bru:_Não plenejei.

    (Momento pânico no carro!!!! E todos, desesperados procuram uma solução!!!) hahaha...

    Su: _Ok. Existe um app chamado BlaBlaCar. Baixa e reserva uma carona para alguma cidade próxima à Dutra. O que tiver de comida, traga! Faremos uma seleção depois. Equipamentos de sempre! Corre!!!

    E assim chegou o Bruno em Penedo/RJ (foi o máximo que conseguiu chegar!) às 2h da madrugada. rs... E assim começou nossa mais nova aventura... Despacito!

    Chegamos no Hostel às 3h da madrugada e conseguimos remarcar com a motorista que iria nos levar ao início da trilha por volta das 8h.

    Café da manhã tomado e todos prontos (Dani, André, Bruno, Luna e eu)! Começamos a trilha por volta das 10:30 horas. Super tarde para os objetivos que gostaríamos de atingir naquele dia.

    DESPACITO COMEÇAMOS...

    Logo no início da trilha, encontramos um grupo que tinha subido na Pedra da Mina e voltado no memso dia, disse o rapaz. Apenas com a mochila de ataque. Nem imaginávamos que estávamos tão longe dela.

    Nosso primeiro acampamento foi aproximadamente 2 horas depois do primeiro ponto de água (Quartzito). Pedra da Mina? Nem de perto. Mas o pôr do sol foi lindo e fechamos com um bom chimarrão! Tampouco imaginávamos que o próximo ponto de água estaria tão distante...

    DIA DOIS

    Segundo dia e caminhamos sem quase encontrar outros grupos, no entanto, o lixo que muitos deixaram para trás mostrava claramente que passaram por ali.

    Neste dia, avançamos pelo Maracanã e pela Serra Fina. Nesta noite, tivemos que racionar água. Compartilhamos comidinhas, estórias e compreensão.

    Mesmo racionando água, aquela escovadinha de dente não poderia faltar, não é mesmo? rs...

    DIA TRÊS

    Bruno não queria levantar, pois sentia muita dor no corpo e garganta. Não foi necessário um termômetro para identificar a febre. Ainda bem que levei meu kit de primeiros socorros. Tínha antibiótico e analgésico para dois dias. Ufa!

    Medicado e mesmo com dificuldade, começamos a andar pois precisaríamos achar água.

    Foi então que após o primeiro morro sabíamos que ficava a Cachoeira Vermelha. Vimos de longe uma mancha em uma Pedra na qual escorria bem pouca água. Pensamos que com o final de temporada, consequentemente da seca, estávamos ferrados. Eu já não tinha água. André dividia a dele comigo e também não tinha mais nada. Todos já estávamos na mesma situação.Dani e eu já estávamos vendo uma forma de retirar aquela água da pedra. Neste momento, Luna e o Bru já desolados demais não sabiam por onde começar a procurar.

    André que inconformado pensou: "_Não é possivel que um lugar chamado Cachoeira Vermelha seja isso." E foi procurar melhor do outro lado.

    Foi quando Dani e eu já estávamos lambendo (literalmente) a pedra pra matar a sede, escutamos André dar um berro: _ÁGUAAAAAA!!!!!! (Cá entre nós, ele parecia ter enfiado a cabeça dentro do rio e tomado toda água possível. hehehe...) <3

    Largamos tudo e fomos beber água, armazenar mais um tanto e até um banho rolou... rs...

    Ô vida de perrengues! hehe...

    Ah! Bruno já estava bem melhor.

    Chegamos ao ponto mais alto da Serra Fina, a Pedra da Mina (2.797m de altitude) e aquele rapaz que encontramos no início da trilha estava lá novamente, mas desta vez com outro amigo. Eu achei que tinha morrido de sede lá atrás e ele era o meu Mestre dos Magos. hehehe...

    Alguns chegam ao 4o. Pico mais alto do Brasil com glamour...

    Outros nem tanto... rs...

    Descemos até o Vale do Ruah e atravessamos ele inteiro. Acampamos mais cedo neste dia e combinamos que iríamos acordar cedo e finalizar a trilha no dia seguinte, pois a Luna precisava ir trabalhar. Perderíamos o título de Despacito, mas era necessário. :)

    DIA QUATRO

    Então acordamos com o Dani (ele sempre puxa o bonde!) e levantamos acampamento antes do sol nascer. No caminho, após uma hora de caminhada no escuro, paramos para observar esse fantástico nascer do sol. Indescritível. Tentamos algumas fotos, mas a maioria não ficou tão boa. Seguimos viagem, pois sabíamos que o caminho seria longo.

    Quando estávamos subindo o Pico dos Três Estados, tive muita dificuldade de avançar. Meu joelho direito já não estava aguentando o peso. Vendo isso, fui assaltada pelos meus companheiros de trilha. rs... Pegaram tudo que eu tinha e continuei apenas com a mochila vazia. Sou grata por companheiros tão queridos. Sem eles jamais chegaria ao topo de tão lindas montanhas. A reflexão que faço é que nada vale a pena se não há com quem compartilhar.

    E assim chegamos ao Pico dos Três Estados, fizemos um almoço gostosinho e ainda tiramos um cochilo. :)

    Retomamos nossa caminhada e logo em seguida entramos em um caminho errado, pois não verificamos o GPS antes de descer o Pico e caimos num "banheiro a céu aberto" terrível. Detalhe, perdemos aí umas duas horas.

    Andamos por horas... em alguns momentos parecia que tínhamos parado no tempo. As nuvens não se moviam, tampouco o vento fazia algum movimento ou barulho, o dia não ia embora... Nos vimos em uma cena de Silent Hill... rs... Trocamos ideias, problemas, valores, estória de vida e amor... Mas foi ficando penoso, com a chuva, a escuridão, as lanternas intercaladas, as dores... Desta vez a Luna quem sentia muita dor... assaltamos sua mochila e paramos apenas para um lache rápido. Ela não queria parar, pois no dia seguinte teria que trabalhar...

    Mas após chegar ao último ponto de água, decidi que precisaríamos descansar e a Luna precisaria de cuidados. Montei minha barraca, colocamos o EVA, pedi para que deitasse, tomasse um remedinho para dor, salonpas para colar em pontos de dor e coloquei um saco de gelo em seu joelho (tecnologia japonesa! Gelo por reação química!). Desmaiamos de cansaço, afinal, foram 16 horas de trilha.

    DESPACITO TERMINAMOS...

    E neste dia, acordamos e tomamos um bom café da manhã e chimarrão preparado pelo Dani . Caminhamos mais umas duas a três horas até nosso hostel, almoçamos em um típico fogão à lenha mineiro ali perto, comemos mais umas dúzias de pamonhas com queijo e ali nos despedimos. Fisicamente ficaríamos distantes (Rio, São Paulo, Santo André e Santos), mas o carinho um pelo outro fez com que o sentimento fosse de união e um gostinho de quero mais.

    Suelen Nishimuta
    Suelen Nishimuta

    Publicado em 11/01/2018 03:44

    Realizada de 11/10/2017 até 16/10/2017

    2 Participantes

    André Lima Daniel Eduardo Vazquez

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    3673

    3 Comentários
    André Lima 12/01/2018 11:42

    Belo relato Su, essa travessia foi incrível e ler seu relato me fez lembrar e reviver alguns momentos...rs..bjosss

    Edson Maia 04/02/2018 10:41

    Curti demais essa vibe "despacito"... É um convite à contemplação e ao ócio criativo em meio ao perrengue que é uma travessia como a Serra Fina. Demais!

    Suelen Nishimuta 08/02/2018 18:28

    Valeu Edson. É exatamente isso! O final é o objetivo, mas o durante é realmente especial. Bjs

    Suelen Nishimuta

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