AventureBox
Crie sua conta Entrar Explorar Principal
Travessia Do Orobó

Travessia Do Orobó

Dia de limpeza e manutenção da trilha

Escotismo Hiking Montanhismo

Tudo começou a partir de uma conversa com em uma reunião na queijaria de nosso amigo Aurélio, que havia nos convidado para conhecer seu espaço e seu projeto. Em uma conversa paralela com Jonnes acabamos chegando no assunto da limpeza da travessia pois já havíamos realizar esse serviço outras três vezes e devido a dificuldade do serviço não conseguimos concluir, então decidimos ali uma data com base nos plantões dele e achamos uma possível data que caberia o serviço. A data sugerida naquela conversa foi o dia 18 de agosto, pois tinha bastante tempo para se organizar e planejar para fazer essa missão, eu como trabalhava no dia sugerido tratei de pedir logo a folga no dia seguinte e logo em seguida veio a confirmação, assim já estava tudo se encaminhando para a realização da missão Ao decorrer dos dias ainda nos encontramos em uma reunião entre amigos para celebrar o aniversario de Beti, esposa de Léo, que também sugeriu ir junto com com a gente na missão, porém também na mesma situação que eu, precisava solicitar uma folga no trabalho, mas só iria conseguir a resposta mais próximo a data prevista. Os dias foram passando e a tão esperada data se aproximou, na tarde do dia 17/08 conversamos através de mensagens para confirmar a ida e acertar a questão do horário e itens a ser levado para realizar a limpeza, já que seria uma missão de um dia no alto da montanha sem nenhuma fonte natural de água e fazendo todo o esforço para a realizar a limpeza. No inicio da noite conversei com Léo, e infelizmente ele não poderia comparecer já que teve a necessidade de atender e apresentar o Rancho Recanto da Chapada, para a galera do CAPS, e com isso acabou não dando para se juntar nessa missão, porém mesmo não estando presente ajudou cedendo a chave do Rancho para a gente poder abastecer as mochilas com água e caso ter alguma nescidade de abrigo, já que a previsão marcava chuva e tempo fechado o dia todo. No dia 18/08 as 03:30 na casa de Jones, esses foi o acordado entre a gente, e como bom trilheiro acordei as 03:00 e mandei logo mensagem para ele, para saber se já estava acordado, e como combinado ele logo respondeu, dai partir para me arrumar e ajeitar a mochila, já que muita coisa acabei deixando para arrumar em cima da hora, devido a comida que já estava levando pronta e o café que ali iria fazer. As 03:50 sai de casa, um pouco atrasado, mas devidamente pronto para a missão. Fui de moto até a casa dele para facilitar a agilizar a ida, já que é mais próximo da saída da cidade, guardei a moto na sua garagem e entrei no carro. Estava fazendo um pouco de frio, beirava os 18° e parecia que vinha chuva pela frente, como já tinha visto na previsão. Assim que saímos da cidade Jones ligou o som, estava sintonizado na Radio Rb 103,7, tocando musica clássica, uma otina trilha sonora naquela madrugada fria e chuvosas em plena sexta feira, indo em direção ao Rancho Recanto da Chapada. Seguimos viagem e a chuva seguindo a gente, estava parecendo que ela não iria embora por tão cedo. Ao chegar na estrada de chão batido já percebemos que havia bastante lama, mas dava para seguir viagem, como já conhecíamos a estrada decidimos seguir em frente, mas como tudo não é um mar de rosas, já sabíamos que haveria dois percussos bem complicados, duas ladeira que iria ser o teste de fogo, a primeira bem menos complicada pois tem bastante cascalho o carro subiu tranquilo, isso deu um ar de conforto e segurança para a próxima ladeira que seria pouco mas na frente. Abir a ultima cancela da estrada que já pertence ao Rancho Recanto da Chapada, dali já estávamos perto do destino final, mas ainda faltava uma boa ladeira para ser vencida, Jones na direção no seu VW Golf 2002, seguro que iriamos conseguir pois já havíamos passado ali mais vezes e até com mais chuva, partimos em direção a ladeira, no começo tudo foi bem, mas quando já estava na ultima parte o carro acabou dando de lado e ficamos preso no meio da ladeira, eu sair do carro para dar uma olhada no terreno e me deparei com muita lama e areia solta, algum carro havia passado ali outro dia e cavou bastante o percusso, como o nosso carro era baixo decidimos voltar de ré e tentar mais uma vez, dessa vez eu fui o condutor, porém sem muita diferença também fiquei no meio do caminho. Decidimos por vez então descer mais uma vez o carro de ré e deixar estacionado no pé da ladeira. A chuva ficou mais intensa tomamos um pouco de café dentro do carro enquanto a chuva não desse uma amenizada, dito e certo, pouco tempo depois já dava para sair do carro e seguir na missão. Pegamos nossas mochilas e equipamentos e seguimos andando para o rancho que estaria poucos metros na nossa frente, assim que chegamos na porta lembramos que esquecemos a lima no carro, decidimos deixar para buscar depois, afinal ainda faltava abastecer as garrafas com água, entramos no rancho e desemos até a área de camping, lá abastecemos as mochilas enquanto a chuva caia, ficamos abrigados na cozinha, não demorou muito ela deu uma trégua e seguimos para a missão, largamos as mochilas na porta do rancho e voltamos no carro para pegar a lima que tínhamos esquecido, voltamos rápido para o rancho e a partir dali já seguíamos em direção a travessia do órobo.

O dia já estava raiando, com uma chuva leve e muita neblina, logo no incio do caminho ao bater a foice em um galho eu dei a sorte de acertar bem uma maria fedor, ela pulou em meu rosto e já deixou o seu registro com um odor que dava até ancia de vomito, odor que é bem característico dela e foi próximo ao nariz o que potencializou seu efeito sobre min, lavei com bastante água mas mesmo assim não saia, então fui deixando de lado até que com o tempo e ao longo do caminho foi reduzindo, seguimos pela mata, passamos pela bica, e pela casa de Senhor, até ali o caminho é bem aberto não precisava de manutenção então deu pra adiantar um pouco. Saindo da casa de Senhor seguimos em direção a entrada da trilha que já estava bem fechada, Jones teve uma brilhante ideia de levar uma fita azul para ir marcando o caminho e assim iria facilitar para aqueles que desejam realizar a travessia. A gente se organizou da seguinte forma, eu fiquei com a foice e iria na frente abrindo caminho, enquanto Jones me seguia com o facão fazendo os detalhes e marcando o caminho com a fita. Seguimos dentro da mata e subindo até o limite dela, onde a mata deixa de existir e começa um jardim de canelas de ema, exatamente nesse ponto paramos para beber água e dar uma relaxada, eu como estava na frente ao virar o vaso de água ouvir um zumbido parecido de abelha e uma picada na mão esquerda, na mesma hora gritei para Jones, corre que tem abelha... Subimos correndo para se afastar um pouco e ver o que aconteceu realmente, assim que paramos Jones comentou que parecia ter sido marimbondo, um preto bem pequeno, a casa deles já estava agitada e com isso todos já estavam voando ali por perto, creio que bati na casa deles sem querer quando parei para beber água. Como era no caminho, decidimos tentar derrubar, já que iriamos passar ali na volta e também outra pessoa desavisada poderia passar e ter um acidente, Jones lançou a primeira pedra, passou perto, pegou uma segunda pedra bem maior que a primeira, se concentrou e lançou... Foi em cheio na galha da arvore onde ficava a casa, saímos correndo dali com receio de um ataque e seguimos nosso caminho mesmo sem ter a certeza de ter acertado ou não, deixamos para conferir isso na volta. Com muita neblina e uma chuva leve o tempo todo, ali já não havia mais a proteção da mata para quebrar os ventos, logo não demorou para sentirmos a baixa temperatura, por estar fazendo um exercitório não sentimos muito frio quando nos locomovemos, apenas nas paradas técnicas mesmo, que havia necessidade de fazer, já que estávamos carregando muito peso. Não demorou muito avistamos o cruzeiro e logo em seguida demos uma pausa ali mesmo, descansamos coisas de 20 minutos, tempo suficiente para um café e decidir por onde iriamos dali pra frente. Café tomado, barriga cheia, hora de voltar para o trabalho afinal já era 07:40 e o tempo continuava fechado com pancadas de chuva o tempo todo.

Decidimos deixar ali uma garrafa com 1 litro de água e a garrafa pura de café, para aliviar um pouco o peso e deixar uma reserva de água para a volta. Seguimos em direção ao topo da montanha, para alcançar o plator e seguir pelo espinhaço da serra, abrindo caminho e marcando com fita azul, pois como na parte frontal da serra ha muitas propriedades que tem seus rebanhos de gado, uma vez ou outra, algum animal acaba se perdendo e subindo a serra, fazendo assim caminhos e deixando rastros, é nítido a presença de animais na região. Isso acaba criando bifurcações que até parece que foi uma pessoa que fez de proposito e assim acaba saindo da trilha, como já aconteceu com o nosso grupo algumas vezes. Ao chegar ao plator da serra marcamos em uma forma de triangulo, uma fita em cada arvore, assim sinalizando a descida, já que ainda a caminhos em outras direções. Seguimos a trilha e já de logo de cara vimos a necessidade de deixar as mochilas em algum local e seguir o trabalho. Apos achar um local coberto e em uma boa clareira, limpamos e deixamos as mochilas no chão, afim de facilitar os movimentos e ficar mais leve, a regra era sempre a mesma, a gente limpava cerca de 100 metros e um iria buscar as mochilas, ao longo do percusso fomos reversando quem iria voltar e pegar as mochilas. A limpeza que realizamos tentamos agredir o mínimo possível a flora, sempre atentos as especies ali presente, dessa forma tentamos preservar o máximo possível. Sempre observando a flora, procurando novas especies e catalogando as ali presentes, são enumeras as especies ao decorrer da travessia, passamos por uma remanescente de mata atlântica, por campos rupestres, mata nebulosa, campos de canelas de ema, jardins de epifetas e brolemias de varias especies, sem contar as orquídeas que dão um glamour a mais em toda a travessia. Antes de chegar no primeiro acampamento haviamos deixado as mochilas dentro de uma mata de altitude, para evitar a chuva diretamente nelas, já proximo ao acampamento a chuva que estava fraca até então, veio com força e com bastante vento, não tivemos outra opção a não ser voltar e se abrigar na mata, nesse momento olhei para jones e ele estava praticamente dançando, tentando se aquecer de alguma forma, já que estamos todo molhado o risco de hiportemia é grande, então melhor se esquentar de alguma forma. neste momento até eu pensei em desistir e descer da montanha, mas logo a chuva passou e renovou nossa animação de continuar o serviço .

Conseguimos chegar no primeiro acampamento base as 10:14, decidimos relaxar um pouco e comer alguma coisa, o local que escolhemos para descansar já é usado como base para acampamentos, pois conta com um proteção de uma vegetação, que quebra os ventos e protege até mesmo de chuvas, deixamos nossa mochilas la novamente e seguimos apos um breve descanso, pois sabíamos que nossa próxima parada seria para almocar e ainda tinha um grande percusso pela frente. A partir dali vimos que o caminho estava bem fechado e sabiamos que naquela parte sempre a gente tinha duvida por onde passar, já que era muito fechado e tinha muitas bifurcações devido aos animais que se perdem, isso incluindo a gente mesmo, pois não foram poucas vezes que nos perdemos rsrssrs. Decidimos fazer uma boa limpeza naquela area, assim para não ter duvidas de quando passar por ali novamente, Jones nesse trecho reduziu as distancias entre as fitas para facilitar a identificação principalmente a noite, que sempre tem neblina devido a altitude. Seguimos o caminho que já passamos algumas vezes e fomos abrindo mais um pouco, pois até então aquela parte não tínhamos dado nenhuma manutenção, as horas vão passando e a chuva volta e meia bota a gente pra correr e se abrigar debaixo de algum arbusto, até amenizar e voltar pro serviço. O tempo no meio do mato não passa, ele voa amigos, pois quando olhamos no celular já era mais de meio dia, montamos acampamento e decidimos almoçar ali mesmo em uma clareira, longe do nosso destino final ou que pensávamos que iria chegar, acabamos decidindo outro ponto de parada do serviço, pois já era meio dia e nem estávamos na metade do percusso planejado e assim esse virou o tema do nosso almoço, decidimos ir até o mirante de Val da Jaca.

O almoço foi fatura, uma boa farofa de frango com carne e um feijão tropeiro, estava tudo frio e foi assim mesmo, a comida estava uma delicia mesmo fria, a fome também ajudou, já como diz minha avó, o melhor tempero da comida é a fome. Após uma boa refeição e uma bolacha doce no final como sobremesa, as energias estão renovadas para seguir adiante. O local que decidimos almoçar era outra bifurcação que confundia muito a gente, a estrategia quando rolava alguma situação assim era o seguinte, cada um iria por um caminho e conversando alto para ver se o outro estava se distanciando muito, o intuito sempre foi achar a melhor rota, o caminho mais aberto já para evitar o máximo o corte da flora, sempre pensando em preservação. A estrategia funcionou bem em todas as vezes que foi utilizada, assim conseguimos ampliar a área caminhada e preservar mais a flora. Pela parte da tarde o clima começou a ajudar, a chuva parou, a nevoa amenizou e não demorou por volta das 15:20 conseguimos ver no horizonte a serra do Orobó foi um momento impar, já que até então estava tudo fechado, isso deu um gás no final para concluir a missão de chegar no mirante de Val da Jaca.

Exatamente as 16:20 chegamos no mirante, exaustos, sujos e acabados, decidimos relaxar um pouco e descansar 10 minutos a 15 minutos, já que de longe era possível observar uma chuva passando pela cidade e vindo em nossa direção, eu logo disse a Jones que iriamos tomar aquela chuva na volta de casa, mas Jones muito otimista deu risada e falou que ela iria espalhar, não é que ele acertou, a chuva fez uma volta e seguiu seu rumo longe da gente dessa vez. Após apreciar a paisagem e tirar algumas fotos é hora de voltar, arrumamos nossas mochilas, e saímos de lá por volta das 16:40, voltamos em um bom ritmo e observando o nosso serviço, que diga de passagem ficou muito bom. Por incrível que pareça chegamos no cruzeiro em uns 40 minutos, foi muito rápido, o que levamos quase o dia todo para limpar, na volta gastamos 40 minutos, pegamos a garrafa de cafe e a água que deixamos no cruzeiro e começamos a descida mais ingrime, ao chegar no limite do jardim de canela de ema, la estávamos mais uma vez, perto do marimbondos, observamos de longe e não vimos a casa, ficamos com medo de estar no chão e a gente acabar pisando, a ideia era só uma, passar abaixado correndo e foi isso que a gente fez, passamos tão rápido que deu apenas para observar que a casa foi derrubada e a galha estava cheio deles, porém não vimos a casa em lugar nenhum. Logo começou a escurecer e ao entrar na mata já foi preciso ligar uma lanterna, pois não é uma boa ideia andar por ai no mato, escuro e sem lanterna, passamos pela casa de Senhor ja com os últimos raios de luz e ao entrar na mata uma escuridão total, um silencio que encanta. Chegamos no Rancho as 18:05, descemos até a área de camping para devolver os vasos de água que pegamos na subida. Agora a missão era tirar o carro de onde deixamos, já que na madrugada acabamos deixando o carro meio que em uma valeta, para dar passagem a outros transportes, por nossa sorte as chuvas aqui no pé da serra não foi tão intensa quanto la em cima, com isso o solo já estava mais seco e não foi difícil sair com o carro. Ao entrar no carro e sentar no banco pude ter a noção de quanto estava cansado, mas mesmo assim muito feliz por ter realizado o serviço mesmo não tendo concluído mais uma vez, porém o que realizamos ficou muito bom e valeu todo o esforço. Ao longo da volta pra casa conversando com Jones já pensamos em uma nova data para voltar e realizar o serviço, pois a vontade é grande de terminar e ver uma trilha limpa em que todos possam transitar sem problemas. A volta pra casa foi ao som do O Rappa, com uma leve chuva e um vento gelado, o cansaço era tanto que era nítido em nossos rostos. Chegando na cidade fui pegar a moto na casa de Jones, com uma recepção calorosa de seu pai, Seu Didi, um senhor muito gente boa que tenho muita admiração por sua historia e pessoa que é, um exemplo de cidadão. Logo já fui me aconchegando e sentando um pouco para descansar na garagem, que as noites vira uma pastelaria, o melhor pastel da cidade, na minha humilde opinião ! Enquanto Jones entrou pra casa e foi tomar um banho eu fiquei ali conversando com meu amigo Didi, enquanto ele preparava um delicioso pastel, que ai de min se eu for la e não comer um, já é tradição !!! Jones logo se juntou a nos na mesa e continuamos a conversar por um breve momento, Me despedi deles, agradeci pelo pastel e a Jones pela parceria em toda essa aventura que ainda ha de continuar na próxima semana. Até breve !!!

Travessia Do Orobó
Travessia Do Orobó

Publicado em 25/08/2023 15:02

Realizada em 18/08/2023

2 Participantes

Jonnes Goncalves Ednilton Alves Mendes

Visualizações

315

3 Comentários

Que belo texto, meu amor. Me senti vivenciado essa travessia.

1
Jonnes Goncalves 27/08/2023 20:39

Excelente relato Ednilton Alves Mendes ! Travessia do Orobó ⛰️

Mirocavalcante 25/12/2023 04:35

Ruy Barbosa?

Travessia Do Orobó

Travessia Do Orobó

Ruy Barbosa - Bahia

Rox
54

Para mais informações: @edy_mendes @jonnes.goncalves

Mapa de Aventuras