O Salto São Francisco é a maior queda d'água da região sul do Brasil e uma das maiores do país. A queda fica localizada na tríplice fronteira entre os municípios de Guarapuava, Prudentópolis e Turvo, no Paraná. O salto fica dentro da área de Preservação Ambiental da Serra da Esperança. O acesso até o parque é feito de carro, com boa parte do trajeto sem pavimentação. O local oferece estacionamento, banheiros e uma lanchonete. O caminho sinalizado leva até o topo da cachoeira, onde tem vários lugares onde você pode ver os picos mais altos da região.

Mas ver tudo de cima é fácil e acessível. O grande desafio reside em descer até o pé da cachoeira (e depois voltar, claro). Eu fiz essa trilha em 2015, então pode ser que tenham algumas alterações recentes, porém me reservo no direito de compartilhar aqui a minha experiência na época.

Existem diferentes trilhas para chegar até a base da cachoeira. A trilha que pegamos, era supostamente a mais curta, porém feita em sua maior parte em mata quase fechada. Não havia caminhos bonitinhos, nem escadas, nem corrimões, nem nada te protegendo quando você está costeando uma ladeira íngreme (como eu já vi em alguns trekkings por aí). É na raça mesmo, e é bem importante ir com alguém que já conheça o caminho.

A descida até a margem do rio, é relativamente tranquila. Tem bastante partes íngremes, e com muitas pedras. Costeando o rio, apesar de alguns obstáculos, o caminho fica mais fácil e tem algumas quedas menores no caminho.

A parte mais difícil na minha opinião foi chegar de fato ao pé da cachoeira. A primeira parte é uma ladeira, com uma trilha estreita no meio da vegetação. Por causa da umidade, a trilha vira pura lama, então é bem fácil cair e sair escorregando morro abaixo haha.

Depois dessa parte, vêm as pedras, que são ainda mais escorregadias. Nessa parte já começa a ficar encharcado com a névoa que sai da cachoeira - o que foi muito legal, porque fizemos a trilha em um dia muuuuuito quente.

A queda tem 196 metros, do tipo que tem que tirar uma panorâmica para aparecer tudo em uma foto só. Aquele pontinho vermelho na foto abaixo sou eu.

As horas de trilha para chegar até esse lugar valem muito a pena. Você chega imundo e cansado, mas aí vem uma névoa fresca e limpa, com cheiro de natureza, e você repõe todas as tuas energias. Claro, depois tem toda a volta até o topo, mas é bem gratificante ver com os próprios olhos uma beleza imponente, de difícil acesso, e tão tranquilizante ao mesmo tempo.