"Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim."

Vinicius de Morais

Vocês sabem que nem sempre é fácil reunir um grupo de amigos, especialmente quando mora um em cada canto. Mas na especial ocasião do aniversário do Jeff, decidimos reunir a turma toda e celebrar esta data da maneira que mais gostamos: fazendo trilha.

Mesmo com grande preocupação em relação ao clima, após uma semana chuvosa fomos agraciados um sábado de sol lindo. Deixamos os carros no Saco da Ribeira, em Ubatuba e iniciamos a trilha por voltas das 9h da manhã. O início da trilha é bem fácil, demarcado e gostoso de fazer.

Após alguns minutos de caminhada, chegamos à Praia do Flamengo. Aqui, um cãopanheiro se juntou ao grupo e foi nosso fiel guia até o fim da empreitada. Atravessando a praia, voltamos novamente à trilha que, mais uma vez se mostrou relativamente simples.

Depois de mais um sobe e desce, chegamos à Praia das Sete Fontes. Fizemos uma pausa para lanchinhos e um mergulho no mar antes de continuarmos a trilha. Subimos um pequeno trecho no fim da praia que, na verdade, estava fora da trilha, mas logo achamos e seguimos ela.

Esse trecho entre a Praia das Sete Fontes e a Gruta do Pirata é o mais exigente de todo o percurso. A maior dificuldade é a vegetação que em vários pontos quase fecha a trilha. Vale a dica de ir de manga comprida e calça comprida, pois tem muitas plantas com espinhos que arranham pra valer!

Chegando no fim desse trecho, o Elvis (nome do cão que nos acompanhou até aqui, conforme fomos informados por donos de um quiosque na Praia das Sete Fontes) começou a latir protestanto a impossibilidade de continuar conosco na trilha: chegamos a um trecho bem íngreme que só poderíamos descer de corda.

Logo que termina o trecho de corda, é possível avistar a formação rochosa que avança sobre o mar. É, de fato, uma paisagem impressionante. Parece cenário de um filme ou série de aventura na natureza. Descemos engatinhando o paredão de pedra, e viramos à direita. Passando por uma pequena cachoeira, está a entrada para a Gruta do Pirata.

A gruta, ou caverna, é composta por 3 salões. O primeiro é aberto para a entrada e, no fundo dele, há uma passagem rente ao chão, que dá acesso ao segundo salão. No fim do segundo salão, existe uma rocha grande que, com a ajuda de uma corda (e de uma mãozinha amiga) você consegue subir para o último salão.

É muito interessante conhecer o interior da caverna porque, embora não seja muito grande, é bonita. Tiramos algumas fotos aqui, cantamos os "Parabéns" para o Jeff e iniciamos o retorno. Paramos mais um tempo para tirar fotos nas rochas porque esse cenário foi, de fato, o auge da trilha.

Retornamos pelo paredão de pedra, encontramos o Elvis que nos esperava com latidos (de saudades, ou impaciência, ou ambos) e retornamos por onde viemos. No total foram 11km feitos em pouco mais de 5 horas (em um ritmo tranquilo, com pausas nas praias).

Essa trilha foi memorável. Pelas conversas, pela celebração da amizade, pela partilha de mais um momento com pessoas queridas. Afinal, o que importa nessa vida não é aonde vamos, mas sim, com quem vamos. Fica aqui, minha gratidão por essa aventura juntos!

Parabéns Jeff!