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Cicloviagem Rio Grande da Serra-São Sebastião|2014
Pequena cicloviagem com destino ao litoral realizada 2014 com a companhia do meu amigo Xikaum.
Cicloviagem AcampamentoO feriado de 15 de novembro de 2014 caiu em um sábado o que facilitou a entrada no trem com a bicicleta e também pela folga do Xikaum que trabalha de sábado.
Combinamos o pedal em setembro, quando o Xikaum me mandou uma mensagem dizendo estar interessado em realizar o pedal clássico de Rio Grande da Serra até Bertioga, mas com o feriado em vista existia a possibilidade de esticar a até São Sebastião pedalando dois dias.
Trocamos várias mensagens nesse período, outros amigos foram convidados para a aventura mas no fim restou apenas Eu e o Xikaum, a previsão do tempo também não era animadora, pois tinha previsão de chuva em todo o trecho de estradas de terra logo no início do pedal no sábado.
Duas semanas antes do pedal, o Xikaum foi até Bertioga procurar algum lugar para a pernoite, todas as pousadas por onde passou estavam lotadas ou só aceitavam reservas para 3 dias e duas noites, isso reduziu muito as opções para pernoite, a alternativa foi procurar um camping, o que gera outras dificuldades por causa do volume de coisas a mais para levar na bike.
Na última hora comprei algumas coisas para a viagem, um saco de dormir (dos mais simples), uma toalha compacta, uma almofada inflável para usar de travesseiro, duas travas de cabo de aço para prender as bicicletas em alguma árvore no camping, para levar tudo a princípio pensei em colocar o bagageiro e alfolge, mas o bagageiro da minha antiga bike não encaixou direto na magrela nova, então usei um bagageiro de canote e acomodei toda a tralha em uma bolsa para prender nele, como a previsão era de chuva usei o bom e velho saco de lixo para envolver a bolsa.
Preparativos feitos, acordei no sábado as 5:30 tratei logo de me arrumar pois o Xikaum que mora no Jabaquara me ligou dizendo que já estava no metrô, saindo de casa passei no caixa eletrônico e então fui para a estação do Capuava em Mauá, lá esperei dois trens passarem até o trem que o Xikaum estava chegar.
Chegando em Rio Grande da Serra, arrumamos as últimas coisas nas bicicletas, fizemos uma foto e iniciamos o pedal passando pela rua ao lado da igreja e seguindo pelas ruas de paralelepípedo até chegar na estrada para Paranapiacaba.
Como sempre fazemos, alguns quilômetros antes de chegar na parte alta de Paranapiacaba saímos para a estrada de terra que dá acesso a parte baixa da vila, atravessando o pátio de manobra dos trens de carga, ali há uma bifurcação, falei para o Xikaum que eu tinha feito uma vez a outra estrada no sentido contrário e que saia após Taquarussu, como ele não conhecia a estrada resolvemos seguir por esse novo caminho pulando a passagem por Paranapiacaba e Taquarussu.
Logo no início dessa estrada achamos que seria difícil seguir nela pois devido a chuva da madrugada havia um carro atolado ali e essa visão não foi muito animadora, mas um pouco mais pra frente a terra estava úmida mas não havia lama, seguimos por esse “novo” caminho até encontrar a estrada que conhecíamos, passamos por Quatinga e relembramos que foi ali que furou o pneu do Fabricio em 2012, seguindo nossa viagem logo chegamos em Taiaçupeba onde fazemos uma parada estratégica para almoçar, há uma praça onde nos revezamos para cuidar das bicicletas enquanto o outro ia até a padaria pedir seu lanche.
Até Taiaçupeba o tempo estava bom e com sol, mas após passar por lá o tempo começou a mudar e a proximidade da serra começou a trazer cada vez mais umidade até que a chuva começou a cair, entramos na Mogi-Bertioga sob chuva forte e a estrava estava muito movimentada, quando iniciamos a descida da serra a visibilidade era muito baixa.
O volume de agua descendo as encostas era muito grande, as pequenas corredeiras das encostas se transformaram em grandes enxurradas, ao chegar no mirante eu ainda brinquei com o Xikaum perguntando se ele ainda queria passar em algum posto para lavar a bike…rs
Finalizamos a descida e justamente após a última curva da serra a chuva parou, chegamos na Rio-Santos e seguimos sentido norte, e então começou a contagem das praias, uma após a outra, até chegarmos e em Boraceia I que fica no limite de Bertioga, lá paramos em um restaurante onde pedimos um pf pra cada um (arroz, feijão, salada, farofa e peixe) também pedimos um porção de batata frita, após comer seguimos por mais alguns quilômetros e chegamos em Boraceia II já em São Sebastião, lá passamos a noite em um camping.
Ao chegar no camping que estava cheio, arrumamos um lugar próximo a uma árvore para prender as bicicletas, as pessoas ficaram curiosas e hora ou outra, alguém vinha perguntar de onde a gente vinha, quanto pedalamos, e outras curiosidades em relação as bicicletas e a viagem.
Arrumamos as coisas para dormir logo, pois no dia seguinte ainda iriamos pedalar até o centro de São Sebastião e sabendo que o litoral norte e bastante recortado com algumas serrinhas não seria tão simples quanto pedalar na beira da praia…rs.
Na manhã seguinte após uma noite mal dormida, devido ao chão duro e só ter o saco de dormir para usar de colchão, começamos a arrumar tudo, nos despedimos do pessoal do camping e pedalamos até uma padaria para tomar café da manhã, após uma média e um pão na chapa seguimos para nosso destino final São Sebastião (centro).
Enfrentamos algumas subidas mas a serra entre Boiçucanga e Maresias foi a mais complicada, é relativamente curta são 7 km que separam as praias incluindo a descida da serra, mas é muito inclinada após subir boa parte dela pedalando decidimos empurrar as bicicletas para poupar energia.
Após Maresias tivemos o maior (+ ou – 20 km) e mais “recortado” trecho, com incontáveis sobe e desce até chegar no centro de São Sebastião, chegando lá nossa primeira parada foi a rodoviária para comprar as passagens de volta, com as passagens compradas tratamos de ir comer um lanche no subway perto da rodoviária depois passamos pelo centro histórico para tirar algumas fotos.
Pra quem gosta de praia e belas paisagens recomendo um pedal nessa região, pois a cada subida em um pequeno trecho de serra encontramos um mirante onde era possível avistar a beleza das praias.
Gostaria de agradecer ao Xikaum meu companheiro de pedal, pela companhia, paciência, persistência e bom humor nessa viagem, com certeza uma das mais legais que já fizemos, também por ter despencado do Jabaquara até Santo André para me dar uma carona tarde da noite quando não haveria mais trem no domingo.
