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Edson Maia 23/06/2019 09:22 com 2 participantes
    Pico do Tabuleiro - Santo Amaro da Imperatriz - SC

    Pico do Tabuleiro - Santo Amaro da Imperatriz - SC

    Trilha e acampamento no topo do Tabuleiro, dentro do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro

    Montanhismo Trekking Acampamento

    Subindo o Pico da Serra do Tabuleiro – Santo Amaro da Imperatriz – SC

    O Parque

    A trilha do Pico do Tabuleiro está dentro do território do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro que é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral à natureza, com território distribuído pelos municípios catarinenses de Florianópolis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Bonifácio, São Martinho, Imaruí e Paulo Lopes.

    Com uma área de 84 130 ha, Serra do Tabuleiro é a maior unidade de conservação de proteção integral do estado de Santa Catarina.

    Origem: Wikipédia

    As montanhas estão chamando e eu tenho que ir.

    Essa foi mais uma daquelas pequenas aventuras que, de tempos em tempos, acontece de modo espontâneo. Sem grandes alardes ou planejamentos, bastando apenas um convite curto e grosso.

    Durante uma tarde de trabalho no mês passado, entre uma tarefa e outra dos meus plantões, “pipocou” na minha telinha, uma notificação de mensagem. Pensando eu que se tratava de mais alguma tarefa de trabalho, ao abrir a mensagem, fui surpreendido com um "Vamos subir o Tabuleiro?". Era o convite do Fábio Almeida, que para quem não sabe, é o cara que faz acontecer o Pedal Nativo (site de cicloturismo e afins).

    Sabendo do destino, a data e também quem estaria na empreitada, topei de imediato.

    Estava formada então a trupe inédita: Fábio Almeida, Mário Nery e eu.

    Sábado, dia 15 julho.

    Coloquei o relógio para despertar bem mais cedo do que estou acostumando acordar. O plano era pegar o ônibus bem cedo e encontrar meus camaradinhas em Floripa e de lá, numa curta viagem de carro de pouco mais de uma hora, chegar ao ponto zero que fica junto do maneiríssimo Café do Tabuleiro.

    Ao chegarmos ao Café do Tabuleiro, por volta de 11 horas, sem demora, pegamos nossas mochilas cargueiras e entramos na trilha que começa ali mesmo.

    A trilha e eu já éramos conhecidos. Em 2015, junto com mais dois amigos, fizemos em quatro dias a duríssima e até então quase desconhecida Travessia da Serra do Tabuleiro. (Quer saber como foi essa empreitada? clique aqui).

    Uma longa subida em meio ao bambuzal

    A trilha de um modo geral, não apresenta dificuldades técnicas, porém pode surpreender tornando-se um desafio bastante desgastante se a vegetação estiver alta e fechando o caminho. Daí é aquela coisa que só sabe quem já fez um clássico vara mato com uma mochila cargueira nas costas sendo agarrada quase que o tempo todo pelos bambuzinhos infernais.

    O lado bom da trilha fechada é que podemos dizer que aproximadamente 80% do caminho está abrigado do sol. Isto é um grande alívio.

    O tempo de caminhada varia bastante. Depende além das condições da trilha, do condicionamento físico e da carga que se está levando para o alto. Em média, a subida com cargueiras, leva algo entre quatro e seis horas. Sem carga, acredito que três horas são suficiente para alcançar o topo sem correria.

    Iniciamos nossa subida tarde. Passava das onze horas, mas sabendo que tínhamos tempo de luz suficiente para chegar ao nosso objetivo, engatamos uma marcha lenta, pois apensar do inverno estar batendo na porta, o dia estava bastante quente, sendo assim, deveríamos administrar bem o consumo de água uma vez que só existem pontos de captação do precioso líquido no início da trilha.

    A alta temperatura, o peso das cargueiras e as datas de expedição das certidões de nascimento dos membros da trupe, foram as garantias da “sofrência". Tal situação obrigava que em vários momentos déssemos pequenas paradas para tomar um ar, baixar a frequência cardíaca e beber alguns goles de água, antes que alguém tivesse um troço, ou um treco ou até mesmo um piripaque e com isto, fossemos obrigados a acionar o S.O.S no rastreador Spot. kkkk

    Depois de percorrer pouco mais de seis quilômetros, em mais de cinco horas de trilha, o caminho estava abrindo e finalmente estavam superados os mais de mil e cem metros de subida.


    Restava ainda por volta de uma hora de luz natural. Aproveitamos para descansar um pouco, comer algo e montarmos o nosso acampamento e logo em seguida, aproveitar um dos momentos altos de nossa pequena aventura de final de semana: um fantástico pôr do sol por detrás da Serra do Tabuleiro.

    Sob o céu que nos protege

    Após apreciarmos uma espetacular viração do dia, a noite prometia ser boa. A ausência de vento e a temperatura agradável, foram a nossa garantia de um jantar saboroso e com um bate papo divertido sentados no chão, sob as estrelas e iluminados pela lua quase cheia.

    Depois do momento relax total, e estando todos muito bem alimentodos com um saboroso prato de montanha preparado pelo chef Nery, era chegada a hora de recolher. O cansaço do dia de trilha e o friozinho ameno fizeram a turma dispersar, indo cada um para a sua barraca.

    Ainda ficamos de conversa fiada e rindo das câimbras que se manifestavam em alguns integrantes deste fabuloso time de aventureiros.

    A noite foi longa, silenciosa e tranquila. Lembro-me de ter acordado algumas vezes com a claridade da lua iluminando a barraca. Nada que me impedisse de ter um bom descanso numa noite impecável no hotel um milhão de estrelas.

    Domingo, 16 de julho.

    Pro dia nascer feliz

    Por volta das seis horas, ainda bem escuro, escutei o barulho de um zíper de barraca abrindo e uma movimentação ao redor do nosso acampamento. Era o Mário que foi o primeiro corajoso a sair do conforto do saco de dormir para assistir ao sol nascer.

    Após enrolar alguns minutos, e vendo um pequeno romper de claridade, também tomei coragem para sair da barraca. Não estava muito frio.

    Calcei minhas botas, peguei minha câmera e fui ao encontro do Mário. Não demorou muito e o Fábio logo se juntou com ao grupo no ponto mais alto para assistirmos o espetacular show de cores que foi o nascer do sol naquela manhã de domingo.

    Assim que o sol se ergueu no horizonte, dando-nos bom dia, voltamos ao acampamento para preparar o café e espantar de vez o sono e a preguiça.

    Com a cafeína correndo no sangue, tratamos de desmontar o circo e pegar o rumo do nosso caminho de volta.

    Pra baixo todo santo ajuda. Or not

    A longa caminhada até o Café Tabuleiro, durou mais de quatro horas. O calor, a falta de água e a combinação do peso da mochila cargueira com a descida que parecia interminável, fez com que déssemos algumas paradas para descansar.

    Ao chegar ao ponto de água, fizemos uma parada longa para hidratar, mastigar alguns biscoitos e dar uma refrescada. Faltava pouco agora.

    Depois de matar a sede e descansar um pouco, demos jeito de fazer aquele esforço final.

    Com pouco mais de meia hora, já estávamos novamente no Café Tabuleiro. Colocamos nossas mochilas no carro e fomos rapidamente saborear aquela tão sonhada Coca-Cola gelada e bater papo divertido com o pessoal do café.

    Após nos despedirmos do pessoal do Café, seguimos direto para a casa do Fábio, onde ainda rolou um churrasquinho de confraternização. Mas isso já é outra história. kkk

    Fim.

    Dicas:

    - A melhor época do ano é outono e inverno;

    - O Café Tabuleiro possui estacionamento seguro ao custo de R$ 10,00;

    - Use roupas compridas;

    - Leve toda a água que irá precisar;

    - A trilha, embora bem nítida, não possui nenhuma marcação. Tenha atenção;

    - A trilha exige muito esforço. Esteja bem preparado fisicamente.

    Mínimo Impacto

    1 Planeje com antecedência sua aventura;

    2 Caminhe na trilha;

    3 Leve seu lixo embora;

    4 Deixe tudo como encontrou;

    5 Não faça fogueiras;

    6 Respeite a vida selvagem;

    7 Seja cordial com outros visitantes.

    Edson Maia
    Edson Maia

    Publicado em 23/06/2019 09:22

    Realizada de 15/06/2019 até 16/06/2019

    2 Participantes

    Mario Nery Fabio Almeida

    Visualizações

    6616

    6 Comentários
    Fabio Almeida 23/06/2019 11:26

    Tamo aí mandando brasa! Valeu, parceiro!

    Mario Nery 23/06/2019 18:46

    Eu acordei a noite com um javali que estava abraçado com alguém na barraca. Ôooo bicho barulhento! Rsrsrsrsrrs! Tamos aí para a próxima. :D

    Edson Maia 23/06/2019 19:09

    javaporco sinixtro, bro! kkkk

    Renan Cavichi 27/06/2019 22:29

    Show de bola! Só gente fina!

    Aislan Mendes 07/06/2020 20:38

    Edson, boa noite! VOce conhece os dois pontos de agua que existem no topo do tabuleiro? Ainda nao fui la, mas na ultima subida eu falei com pessoal nativo que estavam la em cima, que afirmaram ter dois locais, um logo chegando no topo a esquerda, e outro no final do plato a direita. Olhando nas fotos de satelites, parecem ter mesmo.

    Edson Maia 08/06/2020 10:46

    Olá Aisla, quando estivemos por lá, não tinha água não... e sabendo desta possibilidade, tratamos de levar toda a água necessária para passar de um dia para o outro. Talvez depois de um período de chuvas encontre algum ponto para coletar água, descendo um pouco do pico, mas acho melhor não arriscar.

    Edson Maia

    Edson Maia

    Imbituba - SC

    Rox
    2002

    Um pouco cigarra. Um pouco formiga. Não necessariamente nesta ordem. Instagram: @ciclotrekking

    Mapa de Aventuras
    www.trekkingrs.com/ciclotrekking


    Mínimo Impacto
    Manifesto
    Rox

    Fabio Fliess, Peter Tofte e mais 442 pessoas apoiam o manifesto.