Roteiro: El Calafate - Estância - Trekking até as bordas do Lago Argentino - Passarelas Perito Moreno

Participantes: Keila Beckman, Tatiana de Cássia

Fotos: Keila Beckman, Tatiana de Cássia

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=cSQHYqQLps4

Finalizando o relato da nossa trip de 2013 à Patagônia

Após passar pelo Parque Nacional Tierra del Fuego (Ushuaia, Argentina), Parque Nacional Los Glaciares (El Chaltén, Argentina), Parque Nacional Torres del Paine (Região de Magalhães, Chile), voltamos a El Calafate para pegar nosso voo de volta ao Brasil. Porém, antes fomos conhecer o tão famoso Glaciar Perito Moreno, com uma excursão que contratamos no nosso hostel, chamada Tour Alternativo Glaciar Perito Moreno, que nos custou na época cerca de R$ 200,00

Não curto muito esse tipo de passeio porém não tínhamos mais tempo, nem dinheiro, para fazer algo com um pouco mais de emoção. E não podíamos passar por El Calafate e não visitar o Perito Moreno. Então... fomos de turistão mesmo.

Acordamos bem cedinho, tomamos nosso café da manhã e, as 8:30 a nossa van nos pegou no nosso hostel, seguindo viagem por uma estrada que nos proporcionava um visual estupendo da Cordilheira dos Andes.

A guia que nos acompanhava ia explicando tudo a todo momento, mas confesso que eu não conseguia prestar muita atenção. Meus olhos estavam vidrados na linda Cordilheira, imaginando como seria estar no topo daquelas montanhas. Eu não queria estar só vendo de longe sabe? Eu queria estar lá... tocar, sentir...

Bom... após um tempo de viagem, a van parou a beira da estrada para o pessoal tirar algumas fotos e seguimos viagem passando por diversas Estâncias pelo caminho, sendo uma delas a Estância Anita cuja história chamou a minha atenção.

Contou a nossa guia que, a muitos e muitos anos, ocorreu um grande massacre nessa estância. O governo mandou fuzilar todos os trabalhadores que ali estavam, em greve, reivindicando direitos que lhe foram assegurados por um convênio, mas que lhes estavam sendo suprimidos. Que direitos eram esses que eles reivindicavam? Nada de mais: 100 pesos por mês de salário; que as instruções do kit de remédios não estivessem em inglês e que fosse fornecido um pacote mensal de velas para iluminar-lhes a noite. Tudo isso lhes foi prometido, por escrito, um ano antes pelo mesmo representante do governo que ordenou as suas mortes.

É claro que a nossa guia não contou a história nos mínimos detalhes - se ateve apenas a informar que ali havia tido um grande massacre - mas isso foi o suficiente para me instigar a ir mais a fundo e saber um pouco mais do ocorrido. Isso eu achei legal no passeio, aprender sobre coisas que a gente dificilmente teria conhecimento embrenhado numa trilha. Ponto positivo pro passeio turistão.

Voltando a viagem, fizemos uma pausa de uns 30 minutos numa estância para o pessoal esticar as pernas, ir ao banheiro, comer alguma coisa e "sacar" algumas fotos da bela paisagem a nossa volta e seus animaizinhos engraçadinhos.

Nesse momento a nossa guia aproveitou para recolher o valor do ingresso de entrada no Parque Nacional los Glaciares, já que não estava incluído no passeio.

De volta a estrada, não demoramos muito a chegar ao parque, onde a paisagem era ainda mais linda, emoldurada pelo Lago Argentino.

Em certo ponto da estrada desembarcamos e seguimos andando por uma trilhinha bem facinha que nos levava as bordas do lago, onde pudemos ter nosso primeiro contato com o imponente Perito Moreno, com seus 5 Km de largura e 60 metros de altura.

Depois da trilhinha, retornamos a estrada onde nossa van nos aguardava e continuamos a viagem até chegarmos finalmente as famosas passarelas do Perito Moreno.

Chegando lá, cada um foi deixado livre para fazer o que quisesse, marcando-se apenas o horário e local em que todos deveriam estar de volta a van para retornarmos a El Calafate.

Pegamos então o mapinha das "trilhas" das passarelas que nos deram e lá fomos nós apreciar o Glaciar dos mais variados ângulos, avistando pelo caminho um pequeno desprendimento de gelo.

Depois de muito rodar por aquelas passarelas fomos comer alguma coisa no restaurante lá existente e, brindamos nossa passagem pelo Perito Moreno da melhor forma.... tomando sorvete =D

As 17:30 retornamos a El Calafate.

Já na cidade, recebemos uma mensagem dos nossos amigos Samuel e Rafael (que conhecemos lá em Chaltén), que estavam na cidade, convidando-nos para ir ao Cassino. Fomos ao encontro dos nossos amigos no Cassino onde fizemos umas apostas baratinhas, mas não tivemos muita sorte. Só perdemos... rsrs. Depois fomos a uma casa de tango onde tivemos umas aulinhas da linda dança Argentina.

Depois do passeio com nossos amigos, nos despedimos e retornamos para os nosso hostel.

Assim como a gente, eles também partiriam para Buenos Aires no dia seguinte, no mesmo horário do nosso voo. As chances de nos esbarrarmos novamente, antes de voltarmos ao Brasil, eram grandes .

No dia seguinte, dito e feito. Pegamos a Van Ves Patagônia e fomos para o Aeroporto. Chegando lá demos de cara com Samuel e Rafael que nos lembraram que tínhamos que pagar uma taxa de embarque. Só que, como diz uma amiga... "deu ruim". Estávamos completamente duras pois tínhamos gasto todos os nossos pesos restantes para não voltar com pesos ao Brasil.

Nos dirigimos então a um caixa eletrônico que havia lá para sacar a quantia necessária e... estava quebrado. =O

Nossos amigos franceses prontamente se ofereceram para pagar as taxas para nós. Até pensamos em retornar a cidade para sacar o dinheiro, mas não daria tempo, pois seriam 30 minutos para ir e o mesmo tempo para voltar. Nisso perderíamos o nosso voo. Aceitamos então, muito envergonhadas, a gentileza dos meninos e assim que desembarcamos em Buenos Aires sacamos o dinheiro e devolvemos a eles.

Conhecemos o Samuel e o Rafael em Chaltén, nos trombamos em Puerto Natales, por duas vezes (uma quando ficaram no mesmo hostel que a gente e foram fazer Torres del Paine no mesmo dia que a gente e outra quando cruzamos com eles na rua, depois que retornamos do parque) e o voo deles para Buenos Aires ainda era no mesmo dia e horário que o da gente, e ainda no mesmo voo? Cara... é muita coincidência. Agora eu estou convicta de que realmente nada acontece por acaso.

Se não tivéssemos os conhecido teríamos perdido o nosso voo pois não teríamos o dinheiro para pagar a taxa de embarque e obrigatoriamente precisaríamos retornar a cidade para efetuar o saque, remarcando a passagem e gastando horrores com isso. Eles realmente foram os nossos anjos da guarda nessa viagem.

Em Buenos Aires nos despedimos definitivamente dos nossos amigos, mas até hoje mantemos contato e quem sabem um dia possamos fazer uma trip juntos.

Já em terras brasileiras, ficou a saudade de tudo o que vivemos nesses 24 dias de viagem, mas a sensação de voltar para casa, depois de tanto tempo fora foi boa demaaaais.

ALGUMAS INFORMAÇÕES

-> Transporte El Calafate - Aeroporto: fomos com a van da Ves Patagônia, que nos custou ARS 45,00 por pessoa.

-> Hostel em El Calafate: ficamos no Hostel Del Glaciar Libertador, que custou cerca de ARS 118,00. Um hostel muito lindo, limpinho, quentinho, e de pessoas muito amáveis. Só deixou muito a desejar no café da manhã após o início da temporada, que ocorreu em 01/11.

-> Locutórios: estabelecimentos onde existem uma cabine de telefone, onde você pode telefonar para o Brasil por um preço bem acessível.... quer dizer... não em El Calafate. Enquanto em Ushuaia e El Chaltén o valor do minuto variava entre ARS 1,50 a ARS 3,00 em El Calafate o minuto custava AR$ 9,00.

-> Moeda: Os lugares por onde passamos aceitavam real e dólar. Eu aconselho a levar pesos, porque se você paga em real ou dólar fica a mercê do câmbio que eles impõe, e fica sempre aquela dúvida se eles te devolveram o troco certo ou não, porque o troco é pago em pesos.