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Marcelo Baptista 09/10/2015 20:00
    Costa Rica (MS) - Out/12

    Costa Rica (MS) - Out/12

    Cidade encravada no leste do MS, cercada por um mosaico de unidades de conservação. Cerrado, contato com animais e muita água. Vem comigo!

    Miranda - Campo Grande - Costa Rica - (1/10)

    Depois de minha viagem pelo Trem do Pantanal e dois dias descansando em Miranda (MS), decidi tocar em frente e voltar para Campo Grande. Na verdade, meu próximo destino seria a cidade de Costa Rica (MS), na porção leste do Estado do Mato Grosso do Sul. Depois de algumas pesquisas, descobri que lá haveria muitas trilhas e cachoeiras para explorar, espalhadas em várias unidades de conservação.

    De pé desde às 6h da manhã, me arrumei e segui para a rodoviária de Miranda, rumo à Campo Grande. Minha ideia era chegar à capital e alugar um carro, seguindo imediatamente para a cidade de Costa Rica e começar a explorar a região.

    Cheguei em Campo Grande por volta das 11h, com o dia bastante quente. Como já tinha pego algumas informações sobre locadoras de veículos, liguei para algumas e acertei com a Locadora Yes (Avenida Afonso Pena, 829. Tel.: 67) 3324-0055), o aluguel de um Corsa por 4 dias. Seguindo algumas informações, segui o caminho em direção à Costa Rica. Antes, porém, passei em um supermercado e fiz compras de algumas provisões, nunca se sabe quando vai precisar de água, frutas e alimentos. Eram 13h quando peguei estrada.

    O caminho até Costa Rica é basicamente composto por duas estradas: a BR-163 e depois, na cidade de Capim Verde (MS), pega-se a BR-060. O tráfego na primeira é intenso, muitos caminhões escoando produção, carros (SVU na maioria dos casos) passando sempre além do limite de velocidade, e muitos animais silvestres à beira da estrada. Muitos deles mortos, atropelados. Já na segunda rodovia, o tráfego diminui, mas em toda extensão ela é mão dupla, o que a torna um pouco tensa. Mas está bem conservada, para minha surpresa.

    O calor me obrigava a ficar com o ar condicionado ligado sempre. Na BR-060 cruzei com uma ema que ciscava tranquilamente à beira da estrada. O bicho é lindo, imponente. E muito seguro, uma vez que eu parei o carro para fotografá-lo, e ele nem aí!

    Por ser uma região muito plana, com pastos a perder de vista salpicados por bolsões de cerrado, de longe eu conseguia ver as cortinas de chuva que caiam lá no horizonte. E eu sabia que estava indo em direção a elas. O tempo passou, e no fim da tarde o céu de primavera escureceu rapidamente. Logo depois de passar pela cidade de Chapadão do Céu (MS) a coisa realmente ficou tensa, com a chuva forte, o começo da noite e os caminhões passando muito rápido no sentido contrário, levantando um spray de água sobre o carro. Do jeito que começou, a chuva passou, de repente. E um lindo céu estrelado se abriu. E alguns insetos batendo no pára-brisas do carro.

    Cheguei em Costa Rica às 18h47, mas parecia bem mais tarde. O que me chamou de verdade foi o tamanho da cidade, bastante grande e com movimento acima do esperado. A cidade me agradou. Me hospedei no Hotel Beira Rio (Rua José Narciso Totó, 703. Tel.: (67) 3247 1091), um confortável hotel por R$50, preço muito bom pelo quarto agradável.

    Depois de um banho e jantar, fui buscar algumas informações na internet sobre alguns locais que começo a visitar amanhã. Agora é descansar e se preparar para amanhã.

    Costa Rica - 2° dia (2/10)

    Mais uma vez acordei cedo e com muita disposição. Já tinha um plano traçado e os lugares que eu queria conhecer nesse primeiro dia. Tomei o café da manhã e assim que deu 8h30, parti para conhecer o Parque Natural Municipal Salto do Sucuriú, um parque municipal que me pareceu interessante pela internet. Fica a 3 km da cidade, fruto de uma compensação ambiental por causa da hidrelétrica que foi instalada aqui.

    O local superou minhas expectativas, em todos os aspectos: muito limpo, conta com uma estrutura espetacular. Tem restaurante, banheiros bons, uma piscina natural que é abastecida com a água do Rio Ribeirão. Dentro do parque existem vários atrativos naturais, entre eles o Saltinho (queda com 36 metros) e o Salto do Sucuriú, uma portentosa cachoeira de 64 metros de queda, linda. É a queda do Rio Sucuriú, o mesmo que corta a cidade. Existe uma trilha no parque, chamada Trilha da Cutia, com 350 metros de extensão.

    Andei muito pelo parque, e fiquei um tempo admirando o Salto do Sucuriú. Depois subi de volta à sede e dei uma descansada, aproveitando a piscina natural e o sol de rachar que fazia àquela hora. Uma cervejinha, dois caldos de piranha deliciosos, um papo com o pessoal que trabalha lá, e logo consegui infos importantes sobre o Parque Nacional das Emas, um dos meus objetivos principais nessa trip, além de outras cachoeiras da região. Uma estrutura muito boa, bem cuidada e aprazível. E na faixa, cidadão!


    Saí do parque por volta do meio-dia, caçando uma cachu que eu tinha visto na internet, a Cachoeira da Formiga. Ninguem conhecia, mas fucei muito e consegui encontrar o tal Rio Formiga, mas nada de cachu. O legal foi o avistamento de diversos animais nesse caminho, como tatus-peba, caricacas e siriemas.

    Voltei para a cidade e abasteci o carro. Eram 14h22 e decidi ir atrás de outra cachoeira, chamada Rapadura, distante 33 km da cidade. Estrada de terra, depois uma pavimentada, e mais uma de terra. Nesse caminho, muitos animais avistados: carcarás, a sempre presente ema, e um encontro surpreendente com uma irara. Os gigantescos campos de cultivos me dão uma impressão de pequenez, você se sente ínfimo perante aquela paisagem. Em determinado momento o caminho se emparelha com a estrada de ferro Ferronorte. O carro só chega até um viradouro, como eles chamam aqui. Dali, segui a pé, margeando o rio que forma a cachoeira. Esse rio tem uma mata ciliar muito bonita, volumosa.

    O som da Cachoeira da Rapadura vai aumentando de volume, dá pra perceber que a cachoeira está perto. Quinze minutos depois de começar a caminhar, a vejo pela primeira vez. Realmente é uma cachoeira que impressiona pela beleza cênica, e o volume da queda. E dizem que a quantidade de água nessa época é baixa ainda. A queda forma um poço de aparência profunda, um lugar de tirar o chapéu pela a beleza!

    Fiquei ali contemplando, tirando fotos, mas uma imensa cortina de chuva no horizonte me preocupou. Voltei para o carro e comecei o caminho para a cidade. Era fim de tarde, e os pássaros estão em atividade máxima! Araras, siriemas, pombas-espelho, curicacas, maritacas, papagaios, andorinhões...a quantidade de pássaros é assombrosa.

    Seguindo para Costa Rica, passei por uma capela no meio do nada, chamada Capela do Santo Fujão. Conversei com um morador da área, o Sr. Alcides, que me contou um pouco sobre a capela, e um pouco sobre a história da própria cidade. Muito carismático, ficamos conversando durante muito tempo. Ele acabou me ensinando um caminho mais curto para a cidade.

    Chegando ao hotel, no fim do dia, liguei para a sede do Parque Nacional das Emas, e peguei todas as infos para poder visitar o parque. Amanhã sigo para lá, com a esperança de ver o fenômeno da bioluminescência dos cupinzeiros. E aproveitar que a Lua continua cheia e bela!

    Dicas:

    1. Primeiro, faça uma pesquisa em Campo Grande a respeito das locadoras. Os preços variam bastante, e não espere um atendimento primoroso. Ar condicionado é item de primeira necessidade por aqui.

    2. Já em Costa Rica, faça um planejamento cuidadoso, lá existem diversos atrativos, em um raio de até 60 km de Costa Rica. Fiquei o tempo necessário para conhecer algumas cachoeiras, mas o ideal é ficar pelo menos 5 dias, pois há muita coisa nos arredores!

    Marcelo Baptista
    Marcelo Baptista

    Publicado em 09/10/2015 20:00

    Realizada de 01/10/2012 até 03/10/2012

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    São Paulo

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