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Marcelo Baptista 01/07/2021 18:15
    P. E. Serra do Mar -  Padre Dória (Salesópolis /SP) - Mai/21

    P. E. Serra do Mar - Padre Dória (Salesópolis /SP) - Mai/21

    O núcleo mais novo do imenso e importante mosaico do Parque Estadual da Serra do Mar guarda muitas surpresas, rios e cachus. Mata Atlântica!

    Hiking Cachoeira

    Quase dois anos parado.

    Foi esse o saldo da pandemia de Covid-19 na minha vida de montanhista / aventureiro. Com todos os protocolos de cuidado e com os parques e áreas naturais fechados ou com altas restrições, me recolhi por quase 24 meses sem entrar "no mato". Mas em Maio/21 esse afastamento forçado chegou ao fim.

    Com a pandemia dando sinais de diminuição de contágio (o número diário de mortos continuava alto ainda no momento em que escrevo essas linhas) e com a abertura progressiva das unidades de conservação para visitação resolvi conhecer um núcleo bem isolado pertencente ao grande e rico mosaico formado pelo Parque Estadual da Serra do Mar. O núcleo Padre Dória é o mais novo dos 10 que compõe a extensão de área protegida da Mata Atlântica no Estado de São Paulo. E lá fomos eu e Larissa, minha companheira, desbravar essas trilhas.

    O caminho para o núcleo é relativamente fácil: saindo de Salesópolis (SP) segue-se pela SP-088 até o entrocamento conhecido como Estrada da Petrobrás, pegando a referida "estrada" (4 km de asfalto e 12 km de terra) até o núcleo. Farta sinalização durante o trajeto não deixa o visitante se perder de jeito nenhum, mas em dias chuvosos um carro 4x2 encontra dificuldades em certos trechos. Atenção a esse detalhe.

    Chegando ao núcleo estacionamos o carro em uma clareira, junto ao portão da unidade de conservação. Dali caminhamos até a base propriamente dita, onde encontramos o monitor ambiental Felipe. Conversamos um bom tempo com ele, conhecendo um pouco da história e dos atrativos que existem dentro do Padre Dória. A trilha que faríamos seria a que levaria à cachoeira do Guardião, cruzando a mata atlântica secundária em um trajeto de pouco mais de 4 km. É o único roteiro auto guiado e não pago dentro desse núcleo. Para todos os outros atrativos é necessária a contratação de um guia formalizado pela direção do núcleo.

    Tomamos a trilha rumo à cachu do Guardião. Logo no inicio temos um jardim cheio de mini orquídeas

    endêmicas da mata atlântica, resultado da pesquisa de quase 40 anos do Sr. Masuji Kayasima, um estudioso auto didata que teve seu trabalho incorporado e exposto no núcleo. Uma maravilha para quem curte botânica (como eu). Continuamos caminhando, e na sequência passamos por 3 "jardins secretos", todos sinalizados para que o visitante possa entender o ambiente em que está: Jardim Secreto das Orquideas, das Bromélias e das Samambaias. Esses locais concentram em quantidade respeitável suas respectivas representantes e com paíneis explicativos nos colocam a par das características únicas de cada um desses seres botânicos incríveis.

    A trilha segue e encontramos o Rio Claro, que forma a cachu do Guardião logo acima. O nome é auto explicativo, águas límpidas e geladas no meio da serra. Um banho ali estava convidativo, mas segurei a onda para continuar a trilha e me banhar finalmente na cachoeira. E assim foi. A sensação é que a caminhada de 4 km passa muito rápido quando estamos lá dentro, integrados à natureza e curtindo aquele reencontro após tanto tempo sem sentir essa energia renovadora que a mata me traz.


    O encontro com a cachoeira do Guardião se dá onde a trilha termina. Foi extasiante para mim ver a cachoeira do Guardião após esse hiato gigante de trilhas. Foi como se preenchesse uma lacuna que há tempos se apresentava. Ficamos ali até o último raio de Sol pegar nas pedras. Já era por volta das 15:30 hr quando começamos a voltar até a base, dessa vez numa caminhada mais rápida do que a vinda. Reestabelecido, pleno da energia revigorante daquela mata, do banho de cachoeira. Agora é esperar a cessão definitiva dessa maldita pandemia para começar a planejar novas trips e caminhadas. Que assim seja!

    Sobre o núcleo Padre Dória

    O Núcleo Padre Dória possui 26.154,02 hectares, abrange áreas do Planalto Paulista no Alto Tietê e Alto Paraíba, divisando com os Núcleos de Caraguatatuba, São Sebastião e Bertioga. A maior cobertura vegetal é floresta relativamente intocada de Floresta Ombrófila Densa Montana e Alto Montana, com altitude que varia de 750 a 1.300 m. Suas áreas possuem nascentes de rios importantes para o abastecimento de três regiões do Estado de São Paulo, como a área metropolitana que é abastecida por águas do Rio Tietê e seus afluentes, sendo um deles o Rio Claro que nasce no NPDOR e é represado no lado oeste, formando o Sistema Rio Claro.

    Fonte: https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/pesm/nucleos/padre-doria/

    Marcelo Baptista
    Marcelo Baptista

    Publicado em 01/07/2021 18:15

    Realizada em 09/05/2021

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    Marcelo Baptista

    Marcelo Baptista

    São Paulo

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    Montanhista, mochileiro, viajante, pai, conectado com as boas vibes do universo e com disposição ainda para descobrir os mistérios da vida.

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