“All we have to decide is what to do with the time that is given us.” - J.R.R. Tolkien

Qual foi lugar mais longe de onde você nasceu que você já foi?
Na Goat Mountain me veio esse pensamento e eu estava lá 11.070 km em linha reta de onde nasci.

A Goat Mountain, também conhecida como Goat Peak, foi a continuidade do hiking na Grouse Mountain, na sequência da Ground Grind que publiquei no relato anterior.

Saindo da estação de esqui, onde estava acontecendo um festival de verão, passei por um cercado onde estavam dois ursos, os primeiros que eu vi na vida! A ideia de poder encontrar com um deles no caminho não foi muito legal rsrs!

Seguindo pela esquerda do parque em direção as montanhas encontra-se o início da trilha, onde é preciso fazer um registro com algumas informações pessoais, horário de início e estimativa de retorno. Uma placa informa que a partir daquele ponto você pode encontrar animais selvagens como coiotes e ursos negros. Super convidativo para quem está sozinho!

O começo da trilha é bem larga, praticamente uma estrada por alguns metros até realmente ficar fechada subindo por algumas pedras soltas e dali em diante o velho estilo roots, muito diferente da trilhinha bem cuidada com escadinhas da Ground Grind.

A trilha segue por alguns trechos de mata de pinheiros, pequenos riachos e áreas de lama. Muitas placas ajudam a se localizar, o que torna a orientação relativamente fácil.

Não comecei a trilha cedo como gostaria então minha maior preocupação era com o horário, já passava da metade da tarde e ainda tinha 4 km até o cume e mais 4 km de volta para concluir os 8 km totais. Apesar de ser uma trilha mais fechada é também menos íngreme que a Ground Grind.

Era verão mas encontrei alguns pontos com gelo na crista da montanha, os pequenos lagos de desgelo foram meus lugares favoritos dessa trilha, imagens lindas que ainda estão gravadas na minha memória!

A chegada ao cume passa por um trecho de escalaminhada com algumas correntes nas rochas para ajudar na subida. No cume muito gelo e um vista fantástica da região.

Pedi a ajuda de um urso que estava lá atoa para fazer algumas fotos, por sorte ele fez boas fotos!

Recolhido o tripé, rsrs segui de volta sem perder muito tempo! Só tinha encontrado com um grupo de 3 pessoas voltando logo no começo da trilha e outros dois caras em um pequeno cume na metade do caminho, que também estavam voltando, nenhuma pessoa na última hora de trilha e ninguém na volta.

Foi o primeiro cume solo, sentia minha atenção triplicada, nada podia dar errado e mesmo assim sentia um estranho prazer durante toda a trilha, acompanhado de silêncio e reflexões.

Cheguei de volta ainda com luz, por volta das 20h, cansado, suado e fedido, como os outros 20 homens e mulheres canadenses da gôndola que desce da estação até o estacionamento. Sim canadenses também são bem fedidos depois de subir a Ground Grind! rsrs

Missão cumprida, segui de ônibus de volta até o Hostel para arrumar as coisas e seguir de madrugada para uma jornada de aeroportos rumo a Banff nas Rocky Mountains.

Até a próxima! ;)

Sigo com mais alguns relatos sobre os lagos e trilhas nas Rocky Mountains.