Pico do Corcovado - Ubatuba

Um sonho de Infância...

Ahhhh! Os Amigos! Pra ser mais precisa, a amiga!

Nesse relato conto como foi subir o Pico do Corcovado. No entando conto mais do que isso. Conto o motivo pelo qual subimos o pico. Este aqui ó:

Uma amiga querida, Laurinha, que nada tem a ver com o diminutivo, pelo contrário, é grande tanto no tamanho, quanto de coração, me disse que há muito tempo gostaria de subir o Pico do Corcovado.

Quando me disse há algum tempo, não sabia que esta vontade já tinha completado 30 anos!

Ocorre que um dia seu irmão se perdeu na tentativa e acabaram por prorrogar a subida.

Desafio lançado e aceito, lá fomos nós!

Foram 3 meses e 47 e-mails trocados com o Núcleo de Picinguaba, consegui a minha autorização para subir e acampar.

Eles disseram que era obrigatório e eu, como uma boa advogada fiz tudo dentro da lei, mesmo não tendo fiscalização.

Ao menos ganheir o título oficial de aventureira!

Como foi a primeira vez que subiria, não sabia bem como era a fiscalização e espaço para acampar. Isso nos deixou um pouco tensos ao passo que algumas outras pessoas subiam para acampar também. Mas deu tudo certo.

Café da manhã tomado, fomos de carro até o local que o Thiago (Fé no Pé) nos sugeriu. A partir de lá iniciamos a trilha a pé e seguindo o tracklog.

No início, a trilha não era tão íngreme e todos estavam animados para a aventura que iniciava. Foram meses de preparativos para alguns e horas para outros...rs.. #quemnunca

Compartilhamos estórias e sentimentos. Foram muitas.

Até que as dificuldades começaram a surgir e cada um de nós teve que lidar com os desafios que apareceram de forma particular.

Aos mais fortes, naturalmente, vão seguindo e puxando o pessoal. Aos mais resistentes, o desafio de saber quando parar.

Foi muito difícil e paramos sempre que achamos necessário. Com paradas mais longas para um almoço (lanche) e reposição da água.

Oito horas de subida e chegamos ao topo. Já havia barracas montadas no cume mais alto, mas decidimos montar nossas barracas juntos em um espaço um pouco maior do lado oposto, mas que nos acolheu perfeitamente (se não fosse a pequena inclinação que nos fazia escorregar à noite! rs).

Montamos as barracas (sim! tinha uma mansão entre nós!rs), fizemos o jantar, tomamos um "banho" e admiramos o filete de lua crescente laranja e muitas estrelas. Tudo isso regado a chimarrão e boa companhia.

Com exceção de André e eu, todas já eram amigas de infância da Laurinha ou casados com uma delas. Era uma egrégora muito forte e gostosa de participar. Acredito que experiência como esta, só os deixou mais fortes! Lindo de se ver e de sentir. Fomos absorvidos nessa onda de bons sentimentos.

22:30h e todos fomos dormir. Ver o nascer do sol, assinar o livro e descer 1.160m altitude era o desafio do dia seguinte.

Nascer do sol e livros assinados, tomamos café e desmontamos nossas barracas.

Pensei que a descida seria um pouco mais fácil. Mas não foi. Levamos sete horas, tivemos um ombro deslocado no dia anterior (que só percebemos de madrugada) e muitos joelhos doídos.

Essa trilha nos desafia do início ao fim.

Mas o sentimento (além das pernas doídas! rs...) de cada um foi de dever cumprido e do Pico conquistado!

E pra fechar com chave de ouro, tomamos um banho de mar, depois fomos pra uma hidromassagem aquecida e cerveja gelada para quem quisesse. E pra matar a fome dos guerreiros, moqueca (divina) de peixe e de banana.

Só tenho a agradecer a oportunidade deste momento único, aos novos amigos e ao amor que já não vivo sem.