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Travessia Botafogo x Barra (BoBA) | Rio de Janeiro/RJ.
Hiking de aproximadamente 22km dentro da cidade do Rio de Janeiro.
HikingTipo de Aventura: Trilha (Hiking) na cidade do Rio de Janeiro.
Duração: 1 dia, 01/02/2020.
Ponto de Início: Rua Viúva Lacerda, Botafogo.
Ponto Final: Portaria de entrada da trilha da Pedra da Gávea, Barra da Tijuca.
Tracklog gravado: André 'Dino' Leopoldino
https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/travessia-boba-botafogo-x-barra-2020-pnt-rj-dino-46385405
Veja também o relato do Dino sobre a mesma aventura:
https://aventurebox.com/dino/trav-botafogo-x-barra-boba-pnt-rj/report
DICAS:
- Comece a trilha bem cedo, já que ela é bem longa e desgastante.
- Existem muitos pontos em que a trilha não segue percursos abertos ou pré-definidos. É necessário ter muita experiência para não se perder.
- Como poucas pessoas fazem esse caminho, a mata pode estar bem fechada em alguns trechos.
- Se você realmente for fazer, vá com um grupo pequeno e com um guia experiente.
- Leve seu lixo de volta.
RELATO
Apesar de ser uma trilha que fica dentro da cidade do Rio de Janeiro, através de tentativas anteriores de alguns participantes e de estudos realizados, sabíamos que o desafio não seria fácil e que o dia de caminhada seria muito divertido para aqueles que gostam de um perrengue. Com isso em mente, marcamos o início para as 5:00 a partir da Rua Viúva Lacerda (Botafogo) pois o dia seria longo. Com um ou outro atraso característico da dificuldade de transporte a essa hora na cidade, adentramos na mata por volta das 5:30. Estávamos em um grupo pequeno e bem preparado. Éramos eu, André Leopoldino, Rafael Damiati, Bruno Lacerda e Osório Irreverente. Sabe aquele time que você confia de olhos fechados? Era essa galera.
A galera era boa e andava bem demais. De cara, tudo já começava num subidão que vai do ponto de início até a visualização do costão da parede do corcovado, onde viramos à sudoeste para tangenciar o mesmo. Nesse pedaço, vale a admiração da grandiosidade e belesa daquilo. Seguimos então a caminhada até um ponto de encontro com a trilha do Corcovado (Parque Lage x Cristo). Era começo de fevereiro e o calor estava castigando, mesmo no começo da manhã. Já nesse trecho inicial eu comecei a perceber que não se tratava de uma trilha comum onde geralmente eu tenho que diminuir o ritmo pra acompanhar e cuidar de um grupo inteiro. O Dino puxou um ritmo forte e já começamos a sentir o que normalmente costumamos brincar: “aqui nós podemos soltar a perna”. Doce diversão onde o coração bate a mil, a respiração fica ofegante, levanta uma perna, pisa, levanta a outra, tudo começa a pesar. O calor era extremo e o cansaço batia. Paradas rápidas pra respirar e seguíamos em frente. Nessas horas dá pra afirmar a importância de ter um psicológico preparado. Afinal, quando você cansa sabendo que tem mais 20km pra andar ainda, só a mente consegue te manter calmo e sereno. Pior ainda, você consegue ficar feliz.
Encontramos então o trecho 14 da trilha Transcarioca, onde saímos da mata fechada e tivemos alguns minutos de alívio, seguindo direto para a Cachoeira dos Primatas e por diversos pontos de interesse, como a Figueira Centenária e o Fusca que carinhosamente apelidamos de “Into The Wild” em homenagem ao livro e ao filme de mesmo nome. Vale mencionar mais uma vez que o calor estava infernal. Pode parecer repetitivo, mas quero exatamente que o leitor perceba isso e imagine um sol de 43ºC fazendo com que tudo fosse ainda mais cansativo e extenuante. Estávamos ensopados de suor. Pensando nisso, tivemos a constante preocupação de manter a hidratação e as baterias carregadas sempre comendo alguma coisa. Afinal, o superaquecimento era uma realidade viável.
"Into The Wild"
Seguindo por algumas horas entre uma mistura de mata fechada e pedaços de trilhas consagradas, chegamos aproximadamente às 12:00 na Vista Chinesa. O ponto turístico se encontra fechado para o acesso de carro, já que houve uma queda de barreira na estrada. Por isso, foi muito bacana ver o local quase que vazio (quem conhece sabe como aquilo fica cheio). Fizemos da Vista Chinesa o nosso ponto de descanso e de recarga das baterias. Alguns de nós estavam literalmente jogados no chão descansando (óbvio que eu era um deles). Ainda bem que tínhamos o Dino com a gente. O cara é um robô para caminhar e não cansa. Alí, aproveitamos a parada para comer bem, tomar bastante água e até comprar algumas bebidas geladas e biscoitos na barraquinha próxima.
Bateria recarregada, por volta das 13:00 voltamos para o percurso. A trilha já começa com uma forte subida rumo ao Cochrane. Foi ali que a nossa sorte mudou. Entraram umas nuvens, o céu fechou e diminui o extremo calor. Nosso rendimento melhorou consideravelmente. Chegando no pico, a trilha fechou novamente e foi um bate cabeça tremendo para a gente reencontrar o caminho. Depois de tentativas, observações, debates e muito companheirismo, aos poucos fomos errando e acertando o caminho. Como disse o Dino em seu relato aqui na plataforma (https://aventurebox.com/dino/trav-botafogo-x-barra-boba-pnt-rj/report):
“Tivemos que ir varando mato para encontrar o resquício da trilha que um dia existiu ali (em 2016 estava menos fechado). A partir de um ponto fomos acompanhando um encanamento branco e chegamos na região da antiga faculdade.”
Depois desse perrengue, finalmente chegamos à Estrada da Canoa, saindo próximo de uma casa abandonada. Alguns metros de caminhada e tentamos chegar até a rampa de vôo da Pedra Bonita via trilha da Agulhinha da Gávea. Porém, por conta do horário e do nosso pouco conhecimento dalí, resolvemos não arriscar muito e entramos pela estrada comum de acesso á rampa. Subimos, passamos pelo estacionamento e chegamos. Mais uma parada para descansar, já que já eram aproximadamente 17:00 e para comer algo. O tempo fechou e começou a chover. Fizemos uma pequena reunião e a decisão foi unânime: PARTIU. Tiramos uma foto do grupo e seguimos por uma entrada que fica á direita da rampa.
Antes da descida final (PARTIU).
Alí começava a nossa descida final do trajeto. Rolou um corre de cachorro que protege uma das propriedades do local (osório salvou a gente) e um pouco de confusão para achar a descida à direita que evita a Chaminé Elí, mas nada muito complexo ou que tenha atrapalhado o fim da aventura. E assim foi. Continuámos descendo até encontrar o fim da trilha da Pedra da Gávea, já com a noite dando o tom, aproximadamente às 18:30~19:00 estávamos no nosso objetivo final.
Final da aventura.
Depois de uma foto e de muita comemoração, nos restava caminhar pelas ruas da cidade até o famoso PF do início da Gávea. Sim, era 19:00 mas ainda tinha aquele PF bolado com o prato cheio de comida. Brincando e rindo bastante, havia ali um sentimento enorme de conquista e contemplação. Poucas cidades no mundo nos proporcionam caminhadas tão extensas e, ao mesmo tempo, tão belas como as que possuímos aqui. E isso bem alí, no meio da metrópole e do caos. Ah, a Mata Atlântica...Obrigado, Floresta Ombrófila Densa.
Se liga nesses outros relatos:
Renan, curti! Vou tatuar...ahuhuahuahahuahuaha
Opa, Gonçalves. Nem eu conhecia. Foi um grato convite do amigo André Leopoldino. Ele é um grande estudioso de trajetos e caminhos diferentes. Os méritos são todos dele. Eu só fui...hahahaha
Bacana! Quando voltar ao Rio farei essa.
Opa, Márcio. Faz sim!! É uma ótima oportunidade pra fazer algo legal e diferente no RJ.
Com Certeza. Morei muitos anos na Tijuca e volta e meia procurava algo fora do padrão pra fazer.
Ola Bruno, muito bacana seu relato. Sou de SP e nao e gostaria de contratar um guia para nos orientar a travessia. Teria alguém para recomendar?
Desde já agradeço pela atencao
Young, não entendi. Você está procurando um guia?