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Bruno Negreiros 06/12/2021 12:38 com 1 participante
    Seio da Mulher de Pedra | Parque Estadual dos Três Picos/RJ

    Seio da Mulher de Pedra | Parque Estadual dos Três Picos/RJ

    Trilha (Hiking) de um dia realizado até a imponente montanha do Seio da Mulher de Pedra no Parque Estadual dos Três Picos, em Teresópolis/RJ

    Hiking Montanhismo

    Seio da Mulher de Pedra | Parque Estadual dos Três Picos/RJ

    Trilha realizada em 05.09.2021

    Tipo de Aventura: hiking realizado em um dia.

    Tracklog Gravado: https://www.wikiloc.com/hiking-trails/seio-da-mulher-de-pedra-83188502

    Tracklog recomendado (Marcelo Ferreira): https://www.wikiloc.com/mountaineering-trails/trilha-pro-seio-da-mulher-de-pedra-em-teresopolis-marcelo-27511249

    Ponto de início e Fim: Estrada da Mulher de Pedra - https://goo.gl/maps/VmrQUYyd9vZy5pcR9

    DICAS

    • O ponto de início da trilha fica bem na bifurcação entre a Estrada da Mulher de Pedra e um desvio que segue para o sítio do Lu.
    • Esta bifurcação possui pouco espaço para carros. Também é um local difícil de manobrar... chegue cedo se quiser estacionar bem próximo do início da trilha. Se não tiver vaga, a única opção é deixar o carro alguns quilômetros abaixo na estrada.
    • Trata-se de uma trilha com muito pouco manejo, por isso, alguns trechos podem apresentar a mata um pouco mais fechada.
    • A trilha possui um único bom ponto de água com cerca de 1,2km de caminhada antes das subidas mais íngremes. Fique atento e leve água o suficiente a partir dalí.
    • O cume do Seio da Mulher de Pedra possui um dos visuais mais incríveis do Parque Estadual dos Três Picos - PETP;
    • Apesar de ser uma trilha curta, não subestime a subida até o cume. Ela é íngreme e desafiante.
    • Lembro com essa aventura com tanto carinho que preferi não focar este relato nos de equipamentos e de lixo que avistamos no cume... Mas aqui, sempre vale relembrar a todos os tipos de aventureiros: LEVE SEU LIXO DE VOLTA.

    APOIO

    • Essa aventura contou com o apoio do Projeto de Embaixadores do Gear Tips Outdoor, um ecossistema criado para Conectar, Capacitar e Equipar todos os que praticam ou querem praticar atividades ao ar livre. Assista os conteúdos técnicos no Youtube e conheça o Gear Tips Club.
    • Essa aventura contou com rastreamento e opções de segurança disponíveis no Localizador Spot Gen4. Com ele, é possível que amigos e familiares saibam que você está bem, ou que precisa de ajuda caso algo dê errado!

    Rastreamento desta aventura usando o Spot Gen4.

    RELATO

    Não lembro bem o contexto, mas conversava com Josye e Will sobre algum possível destino ou desafio para cumprirmos juntos, já que somos vizinhos na Vila da Penha (moramos muito perto mesmo). No meio desse bate-papo, veio o inesperado e feliz convite de estar com eles em uma trilha que há muito tempo queriam fazer, o Seio da Mulher de Pedra. Wow, nem precisava falar com a Dani para topar, sei que ela ia curtir. E assim, partimos para essa belíssima e surpreendente aventura.

    Marcamos todos de sair da VP às 6:00, que acabou virando 6:30. Pô, afinal, somos vizinhos mesmo e não tinha ninguém nos esperando em ponto de encontro algum. Entramos no carro e partimos para Vargem Grande (distrito de Teresópolis). Fomos transpondo os buracos na estrada, visuais semi-abertos por entre as nuvens que encobriam a Serra e um bom pão com queijo minas e ovo na padaria Minimax. Depois de uma sequência de propriedades rurais produtivas, Pah, pegamos uns 3,4 km de estrada asfaltada somente nas faixas de rolamento dos pneus. No começo, assustava um pouco: "e se vier um carro de frente". Mas logo percebe-se que é tranquilo. É só ir devagar e com prudência.

    Nosso destino (onde tínhamos a referência) era um ponto bem próximo ao Sítio do Lu. Seguimos com esse ponto no GPS, mas Josye sinalizou que não precisaríamos ir adiante na bifurcação, já que a trilha começaria exatamente ali, bem próximo de uma porteira. Estacionamos o carro fazendo tipo um "tetris", já que não existiam muitas possibilidades de vagas ali perto. Saímos arrumamos as coisas e passamos a porteira... enfim começamos a nossa subida.

    Início da caminhada.

    Fomos recebidos por dois cavalos bem amigáveis enquanto progredíamos por uma estrada de terra suja por cerca de 150m, quando, frente à muitas casas muito bonitas entramos adiante em um zig zag que marcava uma trilha com leito mais definido e fechado. Esse início de trilha apresenta bem pouco manejo, com a vegetação tomando parte do caminho à frente. Com cuidado, uma mão para retirar os galhos e alguns arranhões na pele fomos seguindo, sempre seguindo as fitas de marcação.

    Fitas de marcação pelo caminho.

    Esquerda, direita, esquerda, direita e sobe ainda com aclividade não tão pesada. Em certos momentos é necessário agachar para transpor algum obstáculo que só agrega à experiência. Assim fomos subindo em um ritmo cadenciado por cerca de 1,2km de caminhada até avistarmos um rio que corre à esquerda da trilha, com cerca de 1.410m de altitude, único ponto de água do percurso, bem alertado pela Josye e um ponto de atenção para outros aventureiros. Trata-se de uma ótima localização, já que dali para frente começariam as subidas mais íngremes.

    Subindooo...

    Pegamos uma intensa subida de degraus, lama, árvores caídas, vara-matos (simples), fitas que ajudavam a marcar o caminho e agarra-galhos até chegarmos em uns lances trepa-pedras/escalaminhada... uma sequência de obstáculos que devem ser transpostos com cuidado e que podem contar com ajuda de alguma corda ou fitas para ajudar. Will chegou a colocar uma de suas cordas para ajudar em uma passagem mais íngreme.

    Subida entre rocha e vegetação.

    Trecho onde pode ser usado uma corda de apoio.

    Assim fomos progredindo até aproximados 1.631m de altitude e 2 horas de caminhada, passando por pontos marcados por algum incêndio recente, até chegamos então em um platô, meio ofegantes e cansados... a subida realmente não é fácil. Em determinado momento chegamos a nos perguntar se já não era a chegada até o cume... estávamos totalmente enganados. À oeste ainda avistávamos o que teríamos pela frente... isso era só um fake cume.

    Vegetação marcada por algum incêndio recente.

    Bom, levantamos o ânimo comendo algo e continuamos com nosso ritmo cadenciado. Eu olhava para cima, via o cume verdadeiro suspirava: "é, vamos subir". Agora seguindo para o sul, pegamos uma pequena descida e voltamos a subir. Mais agarra-galho, mais perna e bastão na lama.

    O que ainda viria pela frente...

    Fomos até melhor do que imaginávamos até os 1.753m de altitude de um segundo platô do dia... agora só faltava o chefão final. Já eram 2:30 de caminhada e o cansaço começava a bater, mas a incrível vista do entorno com um mar de nuvens que cobria o Rio de Janeiro e deixava só o PARNASO descoberto nos animava... "Eu quero ver esse visual lá de cima".

    Restava o chefão final.

    Mais 40 minutos de subida em lajes de pedra, trechos com solo desagregado e trepa-capim (com cuidado) dos 1.753m até os 2.035m de altitude... É cumeeeeeee! E QUE VISUAL FANTÁSTICO ERA AQUELE? COMO É QUE EU NUNCA VIM AQUI? QUE VISTA SURREAL É ESSA DE UMA BELA PARTE DO PARQUE ESTADUAL DOS TRÊS PICOS? Uma vista panorâmica que vai das Torres de Bonsucesso até o Pico dos Três Municípios... Uma das minhas vistas favoritas até hoje... Do outro lado, também a bela imagem do Parque Nacional da Serra dos Orgãos - PARNASO. As fotos a seguir podem dar uma dimensão disso tudo...

    É cumeeeee...

    Visual e segurança com o Spot Gen4.

    Tudo aquilo ficou ainda melhor comendo um salgado de 30cm e R$ 10,00 da VP combinado à um belo suco de uva da Josye... A vida é muito boa, né? Salgado, refresco e um visual desses? O que mais eu posso querer da vida? Fico muito feliz de ter vivido isso. Foram 3:30 de subida em aproximados 3,5km e cerca de 940 de ganho de altitude.

    O belo visual do PARNASO antes da descida.

    Eram 14:15 e começamos a descer. Com muito cuidado, fomos transpondo o solo solto, os trepa-pedras e todos os desafios relatados anteriormente. Foi com muito cuidado mesmo, acreditem. Um dia incrível que merecia acabar com total segurança. Após uma parada em cada platô, levamos cerca de 2:45 descendo até a entrada da trilha. Grande dia, grande conquista, que montanha! Virou um dos meus locais favoritos na região.

    CONCLUSÕES

    Ainda tenho presente em minha mente todas aquelas belas paisagens avistadas. Penso até em enquadrar uma das fotos que tirei e pendurar em minha parede junto à outro quadro com vista dos Portais de Hércules, no PARNASO... Foi simplesmente incrível.

    Antes dessa aventura, pensava bastante no equilíbrio entre o desempenho esportivo e a conexão real com a natureza. Com a pandemia e a reclusão social, parece que a obrigação pelo rendimento absoluto (andar muitos km em um dia) explodiu no meio outdoor. Eu mesmo vinha me obrigando a ter um alto rendimento com certa frequência... Eu não precisava disso. Eu estava mais radiante e alegre com os 7km (ida e volta) do que com qualquer outra pernada braba enfrentada recentemente. Não exagero em dizer que essa foi uma das conquistas pessoais que mais me emocionou.

    Por isso, fica o agradecimento especial à Josye e William pela companhia, guiada e grandes momentos... Obrigado galera! No fim, é sobre isso... Não se apaguem somente à números e desempenhos. O que realmente importa nessa vida de aventuras ao ar livre é ser feliz... e nada que um salgadão com visual não resolva!

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    Bruno Negreiros
    Bruno Negreiros

    Publicado em 06/12/2021 12:38

    Realizada em 05/09/2021

    1 Participante

    Danielle Hepner

    Visualizações

    2444

    3 Comentários
    Marcio Mafra 16/01/2022 09:58

    Se há uma coisa que tem zero importância para mim é o "rendimento" na trilha. Minhas caminhadas são sempre contemplativas, gosto do tempo que passo na natureza, gosto do caminho, o cume é só parte dele. Rendimento eu deixo para outras atividades na cidade, no mato eu quero é aproveitar a vista, a flora, a fauna, sem a pressa que nos assola na cidade. Parabéns pelo relato!

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    Bruno Negreiros 16/01/2022 10:04

    Obrigado pelo carinho, Márcio!!!

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    Bruno Negreiros

    Bruno Negreiros

    Rio de Janeiro

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    Engenheiro ambiental e montanhista com o sonho de contribuir para a disseminação dos esportes ao ar livre e de aumentar a conscientização ambiental e social no mundo outdoor.

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