Logística:

Para chegar ao início da trilha marcamos como referência o Sítio do Lu, no Vale do Bonsucesso, em Teresópolis - Rio de Janeiro, no Google Maps.

Nosso trajeto foi basicamente sair do Rio de Janeiro pela Rodovia Washington Luis, depois pegar a Rio x Teresópolis. A partir de Terê, seguir pela mesma rodovia, sempre olhando para o perfil da Mulher de Pedra, até o Vale do Bonsucesso.

Do Sítio do Lu, a ideia era buscar algum local para estacionar o carro, fazer a trilha até o cume do Seio da Mulher de Pedra e depois retornar.

Relato:

Saímos de casa, passamos pra buscar Josye e Will, depois fui deixar meu filho de quatro patas, o Baunilha, com a mãe do Bruno. Pegamos a estrada bem cedinho e rumamos para o Vale do Bonsucesso. Depois de 1h30 min de estrada fizemos uma parada rápida para café na padaria Mini Max. Saindo da padaria, o início da trilha, no Sítio do Lu, fica a mais ou menos 30 min.

Ao chegar, o lugar parecia bem vazio, salvo alguns pouquíssimos moradores que vimos caminhando pelas estradas de terra. Estacionamos em um recuo bem em frente à porteira do início da trilha.

Esse começo, logo depois da porteira, acontece em estrada batida bem aberta passando por alguns cavalos e burros. Há, do lado direito, algumas poucas construções. Basta seguir este caminho e contornar as casas virando à direita. Tivemos a impressão que há muito tempo ninguém frequentava o local pois havia muito galho caído no chão a ponto de não conseguirmos ver a trilha de fato.

Depois deste trecho cheio de galhos, há muitas partes com vegetação alta cobrindo a trilha, ainda assim, não é difícil a orientação. Andamos por volta de 1300m passando por muitos canos pretos de captação de água e alguns barrancos até o caminho realmente ficar mais limpo e encontrarmos um ponto de água limpa corrente. Inclusive, vale dizer que até o ponto de água a subida é leve.

A partir deste trecho, cruzamos o caminho para a direita e as subidas foram ficando cada vez mais íngremes e intensas. Há muitas partes mais técnicas com aderências e escalaminhadas até um ponto de clareira, onde cabe uma barraca, talvez. Até aqui, mais uns 500/600m. Neste ponto fizemos uma breve parada para comer e descansar.

Da clareira, a trilha continua numa descida para, pouco mais a frente, iniciar uma nova subida intensa, mas de cerca de 1,5km. É uma subida bem pesada passando sobre bastante cascalho e em alguns pontos um pouco exposta. Cerca de 100m antes do cume há um mirante bem bonito.

O cume é um show a parte! Uma área bem ampla que tem uma vista espetacular para a região do Parque Estadual dos Três Picos, abrangendo todo o Vale dos Frades e também montanhas do Vale dos Deuses. Pra ter ideia, é possível ver desde as Torres de Bonsucesso até o Pico dos Três Municípios.

Vista do cume do Seio da Mulher de Pedra - Foto do Will

Paramos tempo suficiente para poder descansar, comer, curtir tudo. Aproveitamos para tirar bastante foto e, inclusive, assinar o livro do cume.

Depois de um bom tempo, resolvemos descer e aí refizemos o mesmo caminho. Para esta descida, recomendo bastante atenção. Até a área de clareira, pra mim, foi bastante escorregadio, pois a minha bota já está com o solado que mais parece um pneu careca rs, mas felizmente sem nenhum acidente.

Chegamos ao carro novamente ainda com céu claro, acredito que por volta de 16h30/17h mais ou menos. Dali paramos mais uma vez na padaria Mini Max e, finalmente, retornamos ao Rio.

Considerações:

O Seio da Mulher de Pedra é uma trilha bastante exigente, apesar de curta. Em diversos pontos o mato está cobrindo a trilha, mas nada que impeça a orientação. Ainda assim, leve um gps para se orientar e não errar o caminho. Muitas pessoas acabam desviando por trilhas anexas, como por exemplo o queixo da Mulher de Pedra.

Há um ponto de água antes de iniciar as subidas mais intensas. É bom se organizar para fazer a gestão correta. Apesar de boa parte da trilha ser protegida do Sol, o último quilômetro é bastante aberto, então, proteja-se.

Pra mim, foi um desafio e tanto, não apenas físico, mas psicológico. Na data que fizemos essa aventura seria aniversário da minha madrinha que faleceu em dezembro do ano passado. Manter o foco na conexão, mesmo diante de desafios tão intensos não foi fácil, mas sempre acreditei que subir montanhas não apenas me coloca no alto para mostrar o quão pequena eu sou em face à imensidão... Estar no alto, nesse caso, me ajudou a elevar não só o corpo, mas a alma, e talvez assim poder estar um pouco mais próxima da festa que com certeza rolou no céu.