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André Lima 03/01/2020 13:06
    Pedalando na América Austral #06

    Pedalando na América Austral #06

    Tchau Brasil!

    Cicloviagem Acampamento

    Esse post é continuação da série Pedalando na América Austral, clique aqui para ler o post anterior, deixo no final uma lista com todos os post de serie publicados até o momento.

    Continuando o relato no dia em que conheci o Leandro e o Wagner conseguimos acampar em uma granja na estrada da reserva do Taim, no dia seguinte, logo cedo tomamos café da manhã no restaurante da granja, pão com manteiga e café, arrumamos nossas coisas nas bicicletas e seguimos viagem, mas antes de sair o guarda da granja nos falou que tinha visto alguns dias antes um viajante com um triciclo amarelo passando pela estrada, seguimos viagem pensando se iriamos encontrar tal viajante, alguns quilômetros à frente encontramos outro cicloturista em nosso caminho que não era o tal viajante do triciclo, ele se apresentou como Bihur Cabe e vinha pedalando desde Goiás, conversamos um pouco e ele seguiu viagem na nossa frente, mais um pouco de pedal e decidimos parar e cozinhar, Bihur aparece novamente havia feito uma pausa e passamos sem notar, após comer ficamos conversando com o Bihur, nos contou sobre sua religião (ele era Judeu) e tocou música em uma flauta de bambu que ele mesmo fez e também falou para as câmeras do Wagner e Leandro, que vão utilizar o material em seu documentário, acho que ficamos parados ali por mais ou menos 3 horas e o Bihur saiu na nossa frente de novo.

    Eu, Leandro, Bihur e Wagner em algum lugar a caminho do Chuí

    No fim do dia chegamos na Praia da Capilha, procuramos um lugar onde acampar e não encontramos então decidimos ir até o posto de gasolina na estrada, chegando lá encontramos Bihur novamente, conversamos com o pessoal do posto e pedimos autorização para acampar ali, também conseguimos usar um chuveiro para tomar um banho quente, fizemos um lanche de pão e ovo e montamos o acampamento, foi meu primeiro camping em um lugar totalmente exposto e na beira da estrada isso me deixou desconfortável, demorei muito para dormir e posso dizer que tive um sono leve acordando a todo momento com qualquer barulho.

    Na manhã seguinte, 25 de outubro de 2015, nos despedimos do Bihur pela terceira e última vez, eu, Wagner e Leandro seguimos viagem atravessando a Estação Ecológica do Taim, nesse trecho da estrada é possível avistar diversos animais silvestres mas também tivemos uma triste constatação ao ver um grande número da Capivaras atropeladas, pedalamos até o posto Paradouro Costa Doce após a área da reserva, lembro de ter pesquisado sobre esse posto durante meu planejamento, compramos uma garrafa de refrigerante e fomos cozinhar nossa comida ao lado do posto, após almoçar e ter tudo arrumado para seguir viagem, apareceram alguns “pescadores” que segundo eles, foram pescar mas não conseguiram pegar nada, então encheram a cara e compraram peixe congelado em um pesqueiro, resumo da história, ganhamos 1 kg de peixe...rs....agora com peixe descongelando amarrado em uma das bicicletas seguimos viagem.

    Entrando na área da reserva

    Andamos até passar por uma vila que não sei o nome, tentamos procurar um lugar para acampar, mas sem sucesso andamos mais alguns quilômetros quando encontramos uma fazenda com a porteira aberta e decidimos entrar, logo encontramos o dono da fazenda acompanhado de seu sogro, explicamos que estávamos viajando e pedimos autorização para acampar e fazer uma fogueira para assar os peixes, o dono da fazenda nos mostrou onde pegar lenha e emprestou uma grelha, eu usei pela primeira vez a pederneira que ganhei do meu amigo Rodrigo para acender a fogueira, foi bem legal acender um chumaço de palha seca e colocar no meio dos gravetos secos e ver isso virar uma fogueira que durou a noite toda, cozinhamos arroz para acompanhar os peixes, depois de comer fui tomar um banho no galpão próximo ao local onde montamos as barracas, a noite estava fria mas barraca estava aquecida pela proximidade fogueira.

    Uma fogueria para espantar o frio

    Acordamos cedo para arrumar as coisas, o Leandro nos disse que passou mal de madrugada e saiu de sua barraca para vomitar, se era algo na comida não fez mal a mim e nem ao Wagner, logo os donos da fazenda apareceram para ver como passamos a noite e nos deram alguns presentes, uma garrafa de café feito na hora, pão, mortadela e alguns quilos de carne congelada para levarmos em nossa viagem, café da manhã tomado carne devidamente amarrada em uma das bicicletas, nossa missão do dia era chegar em Santa Vitória do Palmar, acho que o trecho era de 80 km, o vento nos ajudou e conseguimos andar rápido, para economizar tempo decidimos almoçar no restaurante de um posto de da gasolina no meio do caminho, chegamos em Santa Vitória do Palmar no fim do dia.

    Entrada de Santa Vitória do Palmar - RS

    Meus companheiros de viagem tinham uma amiga na cidade, a Juliani, que nos recebeu em sua casa, no pátio da casa também funcionava uma empresa de ônibus escolares. Fomos muito bem recebidos por sua família, perguntamos se havia um lugar para assar a carne que ganhamos, o pai da Juliani nos emprestou uma churrasqueira e nos ajudou a preparar a carne, comemos e fomos arrumar as coisas para dormir...ahhh...esqueci de dizer que a casa estava em reforma, então apenas forramos o chão de um cômodo para estender os sacos de dormir, no dia seguinte, acordamos com o barulhos dos pedreiros chegado e tivemos que mudar de lugar, no almoço o pai da Juliani nos surpreendeu trazendo uma panela de arroz carreteiro feito com a carne que sobrou do nosso churrasco no dia anterior. Ficamos dois dias ali, aproveitamos para lavar nossas roupas e também para limpar as bicicletas, na segunda noite dormimos dentro de um dos ônibus. Levei comigo as bandeiras dos países que planejei passar nessa viagem, além da bandeira do Brasil, então aproveitando a próximidade da fronteira com o Uruguay coloquei a bandeira amarrada no bagageiro.

    Eu havia planejado pedalar de Rio Grande ao Chuí em 2 a 3 dias no máximo, ao todo foram 6 dias contando com um dia de descanso em Santa Vitória do Palmar, eu fiquei um pouco frustrado por atrasar meu roteiro e isso começou a me deixar um pouco incomodado, No dia 28 de outubro de 2015 eu estava entrando em uma nova etapa da viagem chegando ao Uruguay, mas isso eu vou contar no próximo post.

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    André Lima
    André Lima

    Publicado em 03/01/2020 13:06

    Realizada de 05/10/2015 até 31/03/2016

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