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André Lima 25/05/2020 15:21
    Pedalando na América Austral #13

    Pedalando na América Austral #13

    Congelante Sierra de La Ventana!!!

    Cicloviagem Acampamento Hiking

    Para quem chegou agora aviso que esse post é parte da série Pedalando na América Austral, uma cicloviagem que realizei entre 2015 e 2016, deixo aqui o link do post anterior e também deixo no final uma lista com todos o posts publicados até o momento.

    Saindo de Olavarria...

    Como sempre o triciclo do Oscar despertava a curiosidade das pessoas, na saída da cidade paramos em um posto de gasolina, um caminhoneiro ficou emocionado e começou a chorar ao ouvir o Oscar sentado no triciclo falar sobre a viagem, logo percebemos que ele estava pensando que o Oscar era portador de necessidades especiais, o Oscar levantou e lhe deu um abraço para desfazer o mal-entendido e tentar tranquilizar o homem. O dia estava muito quente e não tinha vento para atrapalhar ou não notei se estava ventando só pensava chegar a tempo do churrasco que nos foi prometido, lembro pouco desse caminho apenas que fizemos paradas curtas para nosso descanso e repassar as referencias que nos foram dadas, chegamos quase as 13:00 na Estancia La Elisa, nome da propriedade do Leo e da Jezz, fomos muito bem recebidos e convidados para nos sentar à mesa com eles e seus amigos e então o churrasco de cordeiro foi servido, foi a primeira vez que comi cordeiro, após o churrasco ficamos conversando com o pessoal estavam curiosos pela nossa viagem e como sempre o triciclo do Oscar fez sucesso entre os curiosos, por ter chegado tão cedo ainda conseguimos lavar nossas roupas, descansar e arrumar nossas coisas para seguir viagem no dia seguinte, mais tarde fomos convidados pelo Leo para comer iogurte natural feito por eles enquanto assistíamos tv em sua casa, estava passando Exterminador do Futuro 2 dublado em espanhol claro, dormimos em um pequeno dormitório de funcionário que ficava dentro de um galpão da fazenda, nessa noite aproveitamos o ceu limpo para treinar técnicas fotograficas de longa exposição a camera do Oscar era melhor que a minha e permitia mais configurações para esse fim.

    Oscar, Leo, Jezz e Eu

    Na manhã seguinte, 28 de novembro de 2015, ao nos despedir ganhamos um pouco de carne de cordeiro que mais tarde esquentamos para comer com pão na estrada e a noite usamos para fazer um arroz carreteiro, o Leo nos deu a dica sobre a estrada, só havia um ponto parada em nosso caminho, um armazém poucos quilômetros depois de entrar a Rota Provincial 51 que nos levaria até Coronel Pringles, o lugar era simples e funcionava também como parada de caminhoneiros, chegando lá o dono estava bebendo cerveja com um caminhoneiro que havia parado para descansar, pedimos algo para comer e também um suco, depois de um tempo conversando pedimos para acampar e o dono mostrou um lugar que não estava muito bom para colocar as barracas, pois tinha muita pedra, andamos um pouco pelo terreno e encontramos um lugar com grama macia e pedimos para ficar ali, o homem disse que tudo bem, ele nos mostrou onde ficava o banheiro no fundo da propriedade onde poderiamos tomar banho, no dia seguinte tomamos café da manhã no armazem ao invés de preparar o nosso e seguimos viagem.

    No caminho de Coronel Pringles

    O dia começou sem muitas novidades, não havia muito para ver na estrada e já estávamos cansados da paisagem sempre plana e a estrada sempre reta, seguimos com nossa estratégia fazer uma parada para descanso a cada 20km ou 2 horas, ao chegar perto de Coronel Pringles o tempo havia mudado, o sol deu lugar a nuvens escuras o vento aumentou muito e uma tempestade começou a nos ameaçar, paramos em um posto de gasolina na entrada da cidade para usar o wi-fi e pesquisar onde ficar, não havíamos conseguido nenhum coushsurfing ou warmshower, tínhamos que procurar um camping ou uma hospedagem barata, no posto conversamos com os funcionários que nos informaram que naquela semana estava chovendo todas as noites, estávamos cansados, querendo o mínimo de conforto então descartamos o camping provavelmente encharcado, logo conseguimos o endereço de uma hospedagem, mas estava cheia, andamos um pouco pela cidade e passamos em frente a um hotel, o descartamos logo de cara, pois seria algo caro, mais algumas voltas e voltamos para o hotel e lá ficamos contrastando com a noite anterior que dormimos a beira da estrada.

    Estação trem Sierra de la Ventana

    No hotel perguntamos sobre a estrada para Sierra de La Ventana, haviam três caminhos possíveis, pelo norte pedalando mais de 100km que para nosso ritimo levariam dois dias, pelo sul em um caminho de 80km que nos disseram ser muito perigoso e pelo "meio" em uma estrada de terra que seguia quase paralela ao trem em um trajeto de 60km e que pela chuva deveria estar muito dificil para pedalar com todo nosso peso, resolvemos ir até a estação de trem ver o horário e se poderia nos levar com a bicicleta e o triciclo, essa linha liga as cidades de Buenos Aires e Bahía Blanca, o horario era muito cedo, pouco antes das 6:00, acho que acordamos por volta das 3:30 para arrumar tudo, comer algo, pagar o hotel e sair antes do sol nascer. Na estação nos informaram no guichê que só nos venderiam as passagens caso o comissário do trem nos deixasse embarcar, pois não tinha vagão de carga, deixamos os alforges soltos para facilicar o embarque e assim que o trem chegou tratamos de procurar o comissário, ele nos deixou para embarcar no último vagão e que deviamos deixar nossas coisas em um espaço entre as ultimas portas e o banheiro para não atrapalhar os outros passageiros, não saimos ilesos de colaborar com uma gorjeta para poder embarcar, na área em que ficamos não havia isolamento térmico e uma das portas não fechava o que nos fez congelar durante toda a viagem.

    Viagem de trem cogelante com a porta aberta

    Chegamos por volta das 7:00 da manhã em Sierra de la Ventana, tinhamos que procurar um camping onde ficar, o posto de informações turisticas ainda estava fechado assim como a maior parte do comercio, com excessão de uma loja de conveniência de um posto de gasolina, o lugar tinha calefação e wi-fi, um paraiso para quem estava congelando, pedimos dois cafés, ficamos lá esperando o posto de informações turísticas abrir enquanto nos aqueciamos, no posto de informações perguntamos sobre as atrações da cidade e um local para ficar, pegamos as informações e seguimos para um camping, chegando lá tratamos de acomodar nossas coisas e ir sacar dinheiro e comprar comida, ao passar no caixa do mercado dei falta de um cartão de crédito, sempre tomei muito cuidado para não perder nada no caminho, ainda mais o cartão de crédito, utilizei outro cartão no caixa eletrônico mesmo assim voltei para procurar, não estava lá, tinha usado o cartão recentemente para pagar o hotel em Coronel Pringles...caiu a ficha.

    Cruz no alto do Cerro Ceferino

    O Oscar ligou para o hotel e confirmaram que o cartão estava lá, ficamos pensando o que fazer para recupera-lo a viagem de volta não valia a pena, pensamos um pouco e resolmeos ligar para o nosso contato em Bahía Blanca, Agustin que iria nos receber ao chegar na cidade, ficou combinado do hotel enviar o cartão para Agustin por um serviço de portador, algo parecido com motoboy, Agustin pagaria pelo serviço e eu o reembolsava ao chegar em Bahía Blanca, problema do cartão resolvido fomos passear pela cidade, no mesmo dia fizemos uma caminhada ao Cerro Ceferino que fica ao lado a vila e bem próximo ao camping que escolhemos, de lá é possível ver toda a vila e também a estrada que seguiríamos no dia seguinte até ela se perder no meio das montanhas, voltamos para o camping e tratamos de cozinhar algo para nosso jantar, uma curiosidade havia uma especie de lareria do lado de fora dos banheiros para aquecer a aguá, e claro só era acesa em horarios especificos, na época eu fiquei satisfeito por ter chego nessa pequena cidade e ter caminhado um pouco até um morro onde desse para ve-la do alto, mas hoje eu teria dedicado um pouco mais de tempo para conhecer melhor a região, o climanão estava ajudando e eu ainda tinha pressa em seguir viagem, não queria perder muito tempo para chegar em Ushuaia com medo do frio que pudesse encontrar por lá.

    Cerro Bahia Blanca

    No dia 3 de dezembro de 2015, seguimos viagem para a cidade de Tornquist, passando pela serra onde fica o Parque Provincial Ernesto Tornquist, o clima não estava ajudando muito, começou a garoar logo cedo quando chegamos no pé da serra, ao passar pela primeira entrada do parque decidimos entrar e ver se poderíamos subir o Cerro Bahía Blanca, mas as condições do tempo não ajudaram e o acesso ao Cerro estava fechado, então fizemos um pequeno hicking em um circuito chamado Claro & Escuro ao lado do Cerro, durante a caminhada a garoa parou, as nuvens se foram e o sol apareceu forte, infelizmente já havia passado do horário limite para iniciar a subia ao Cerro Bahía Blancao, também não tinhamos tempo para subir no Cerro Ventana que é o principal cartão postal da região e que dá nome a serra, fiquei chateado por não poder fazer essa caminhada também, aproveitamos uma área com mesas em troncos caídos na entrada do parque para almoçar e continuamos nossa viagem, a paisagem no meio da serra é linda, e fica difícil decidir o que fotografar, logo vimos o Cerro Ventana, tratasse de um buraco no topo da montanha, na estrada há um mirante bem em frente a essa formação, paramos ali para tirar fotos e ficamos conversando com os turistas que tinham curiosidade por nossa viagem e pelo triciclo do Oscar e isso inclui uma excursão de alemães de terceira idade.

    Cerro Ventana visto da estrada

    Chegamos em Tornquist no fim da tarde, entramos na cidade e paramos em um posto de gasolina, já estávamos muito cansados para pedalar por causa da serra quando descobrimos que o único camping da cidade havia ficado para traz cerca de 8 km, comemos algo ali no posto e descansamos antes de voltar pela mesma estrada, no caminho do camping entramos em uma estrada de terra bastante esburacada, chegamos no camping e estranhamos o fato de estar vazio, o camping era enorme e andamos por um bom tempo até encontramos o dono que nos disse que estava fechado para reforma, mas ele nos autorizou ficar ali por uma noite sem pagar, por causa da reforma não tinha agua quente nos chuveiros, mas tubo bem estava tarde e queríamos descansar, nenhum de nós tinha condições de voltar para a cidade e procurar outro lugar. Queriamos descansar para seguir viagem no dia seguinte chegar em Bahia Blanca.

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    André Lima
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    Publicado em 25/05/2020 15:21

    Realizada de 05/10/2015 até 31/03/2016

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    Ciclista, viajante e pai do Theo e da Mariana :) Autor do antigo blog PedalandoBicicletas e sempre planejando a próxima aventura!!! Instagram @andr.slima

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